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Estado de Minas

Exposição de peças sacras desaparecidas em Minas Gerais será aberta nesta sexta-feira

Levantamento do MP identificou 707 bens desaparecidos do patrimônio mineiro. Mostra itinerante começa no Museu Mineiro, em Belo Horizonte, e poderá percorrer cidades do estado


postado em 20/08/2015 19:45

Mostra expõe painéis fotográficos e tótens explicativos do patrimônio perdido de Minas Gerais(foto: Euler Junior/EM/DA Press)
Mostra expõe painéis fotográficos e tótens explicativos do patrimônio perdido de Minas Gerais (foto: Euler Junior/EM/DA Press)
Procuram-se os tesouros de Minas. Será aberta nesta sexta-feira, às 19h, no Museu Mineiro, em Belo Horizonte, a exposição Em busca do patrimônio perdido, parceria do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e Secretaria de Estado da Cultura. Com 22 painéis fotográficos de peças sacras desaparecidas e tótens explicativos, a mostra irá até 15 de novembro e terá caráter itinerante. "Queremos que as imagens sejam vistas pelo maior número de pessoas, em especial nas cidades que tiveram muitos bens furtados, como Nova Era, Ouro Preto, Tiradentes e Oliveira", afirma o coordenador das Promotorias de Defesa do Patrimônio Cultura e Turístico (CPPC), Marcos Paulo de Souza Miranda. Conforme levantamento recente da instituição, o estado tem 707 bens dos séculos 18, 19 e início do 20 desaparecidos.

Esta é a primeira grande exposição em Minas sobre os bens saqueados de igrejas, capelas, museus e prédios públicos – na década passada, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em São João del-Rei, na Região do Campo das Vertentes, focou nos bens tombados sumidos. "Nos últimos anos, não tivemos muitos furtos em Minas, mas nossa lista não para de crescer. É que as pessoas estão sensíveis à campanha de resgate do patrimônio, iniciada há 12 anos, e continuam nos informando", afirma.

Na tarde de ontem, a historiadora e especialista em cultura e arte Paula Miranda Novais e a publicitária e designer Rúbia Oliveira Guimarães, da equipe do CPPC, davam os últimos retoques na mostra, que terá mais de 100 fotografias, incluindo as de São Roque, de Campanha, e Nossa Senhora do Bonsucesso, de Serranos, ambos no Sul de Minas, Santana Mestra, de Itacambira, na Região Norte, e Nossa Senhora da Assunção, de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

FÉ E CULTURA

O registro fotográfico é vital para localizar as peças, diz Marcos Paulo, embora nem todas as desaparecidas estejam contempladas na exposição. O problema é que mais de 300 dos 707 objetos sacros procurados nunca foram retratados e outro tanto tem material em baixa definição. "Muita gente contribuiu para o trabalho, enviando retratos antigos de celebrações religiosas, nos quais as imagens aparecem. Tal registro é fundamental na busca", observa o promotor de Justiça. Ele explica que o símbolo da exposição é a Santana Mestra, padroeira do distrito de Inhaí, em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. A peça sacra do século 18 já foi furtada duas vezes da matriz dedicada à avó de Jesus.

Ao ressaltar os 10 anos de criação da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico (CPPC), Marcos Paulo se diz satisfeito com as devoluções, em especial as espontâneas, como ocorreu recentemente com oito peças da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, na Fazenda da Jaguara, em Matozinhos, na Grande BH. "Queremos que as pessoas denunciem os furtos. Muitas comunidades estão conscientes da situação e de que os acervos reúnem fé, cultura, história e arte. Acreditamos que 60% do patrimônio cultural de Minas, constituído por bens móveis, tenham sido retirados de seus locais de origem, alimentando um comércio ilegal altamente rentável", informa.

De acordo com o levantamento do CPPC, os castiçais de igrejas e capelas são os campeões de furtos, seguidos de coroas, resplendores, cálices, crucifixos, imagens de Nossa Senhora do Rosário e de São Sebastião. A pesquisa mostra ainda que, em 50 anos (1964-2014), os anos de 1981 (39 furtos), 1994 (90), 2003 (78) e 2008 (55) foram os mais férteis para os ladrões. Nos dois últimos anos, registraram-se apenas dois.

EM TODO LUGAR

Quer levar a exposição Em busca do tempo perdido para sua cidade?

Entre em contato com a Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, pelo e-mail cppc@mpmg.mp.br ou telefax (31) 3250-4620

Em Belo Horizonte, a mostra irá até 15 de novembro, no Museu Mineiro, que fica na Avenida João Pinheiro, 342, Circuito Cultural da Praça da Liberdade


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