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Estado de Minas

Tiradentes dá início à revitalização do calçamento do Centro

Intervenção começa com a retirada das pedras, que serão repostas após nivelamento da base, e vai durar até 18 meses


postado em 17/08/2015 06:00 / atualizado em 17/08/2015 07:28

A Rua Henrique Dias começa a ser revolvida amanhã: projeto dará mais segurança para os pedestres(foto: Ralph Justino/Divulgação)
A Rua Henrique Dias começa a ser revolvida amanhã: projeto dará mais segurança para os pedestres (foto: Ralph Justino/Divulgação)

A história da turística Tiradentes, na Região do Campo das Vertentes, começa a ser revolvida a partir de amanhã e promete trazer à tona uma cidade com mais conforto, segurança e beleza para moradores e visitantes. Depois de três anos de expectativa, terá início a obra de revitalização do calçamento do Centro, com retirada das pedras, preparação do terreno, nivelamento e compactação da base e, finalmente, retorno do piso que dá charme às ruas de traçado colonial. A expectativa é de um ano e meio de intervenção, mas, segundo o prefeito Ralph Justino, o serviço pode ser reduzido para oito meses.

“Será um trabalho de alto nível, com benefícios para a população, que terá firmeza para caminhar melhor, e para a cidade, pois haverá mais durabilidade na pavimentação. Há muitos buracos, áreas faltando pedras, com problemas também para os veículos. Tivemos um mês de mobilização e discussões com a comunidade, portanto, agora, é só dar a largada”, afirma o prefeito. Os recursos para a empreitada, no valor de R$ 5 milhões, são do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do governo de Minas. Quem for ao tradicional Festival de Gastronomia Tiradentes 2015, que começará quinta-feira, poderá ver a movimentação do canteiro de obras, embora ainda sem maiores efeitos na circulação urbana.

Ralph explica que, além do projeto de revitalização do calçamento, será feita a pavimentação com paralelepípedo de um trecho de 50 metros, perto do Solar da Ponte, para o qual houve autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Amanhã, o maquinário começará a operar na Rua Henrique Dias. Outra novidade, ainda a partir dos recursos, é a restauração do Chafariz de São José de Botas, datado de 1749 e com bebedouros, um dos atrativos da cidade. “Estamos muito felizes com esses projetos em andamento, o material para o serviço está todo aqui. É bom lembrar que, mesmo nesse momento de crise, recebemos muitos turistas, com boa ocupação dos hotéis e pousadas”, afirma.

Os serviços no Centro Histórico vão começar na Igreja da Santíssima Trindade, passarão em frente à Matriz de Santo Antônio até chegar ao Largo das Forras, entre outros trechos. “A intenção é trabalhar em quatro ou cinco frentes para agilizar a ação nos quarteirões. Para a circulação dos pedestres, haverá telas isolando as passarelas, lojas e residências. Ninguém quer problemas na sua porta e vamos evitar isso”, disse Ralph. Datado da década de 1950, o calçamento recebe, assim, o primeiro grande serviço de manutenção. Entre as novidades em Tiradentes, diz o prefeito, está a aprovação do Plano Diretor, devendo tomar posse os integrantes do Conselho do Plano Diretor, pelo período de um ano. “Só falta agora a Lei de Uso e Ocupação do Solo, cujo trabalho está sendo concluído por técnicos da Fundação João Pinheiro”, adianta o prefeito.

Maquinário a postos para iniciar a revitalização do piso da cidade(foto: Ralph Justino/Divulgação)
Maquinário a postos para iniciar a revitalização do piso da cidade (foto: Ralph Justino/Divulgação)


ÚTIL E AGRADÁVEL A ideia, na revitalização do Centro Histórico, é que o projeto valorize ainda mais a iniciativa municipal de estimular os visitantes a caminhar por Tiradentes, onde há sempre boa programação cultural em cartaz. Há quatro meses, nos fins de semana e feriados prolongados, a região é fechada aos automóveis e motos a fim de proteger o patrimônio datado dos séculos 18 e 19 e proporcionar a quem chega o prazer de conhecer, a pé, igrejas, museus, casario antigo, ruas pavimentadas de pedras, comércio charmoso e restaurantes.

Tiradentes foi a primeira no estado a adotar tal medida e a segunda no país, pioneirismo que coube a Paraty (RJ).

Em Minas, outras cidades como Ouro Preto, na Região Central, adotam, em caráter experimental, a interdição de ruas históricas nos fins de semana. As ruas São José e Getúlio Vargas, na antiga Vila Rica, estão sendo fechadas, de forma alternada, com aprovação temporária da prefeitura local e iniciativa de um grupo de empresários. Enquanto isso, a Câmara Municipal de Ouro Preto aprovou projeto de lei, que estabelece a interdição, também de forma alternada e aos domingos, das ruas São José e Getúlio Vargas, no Centro, e Bernardo de Vasconcelos e Praça do Antônio Dias, no Bairro Antônio Dias, no Centro Histórico. O objetivo é criar trechos livres para lazer, cultura, entretenimento na cidade que completa este ano 35 anos como patrimônio cultural de humanidade. O projeto é de autoria do vereador Chiquinho de Assis(PV), com assinatura do também parlamentar Alysson Gugu (PPS). 

Sem buracos no caminho

Com a projeto de revitalização do calçamento, certamente vão sumir buracos, desníveis nas ruas e outras deformações que atrapalham o vaivém dos visitantes de Tiradentes. A campanha “Viva a cidade a pé”, diz o prefeito, tem agradado e “funcionado direitinho”. A proposta de impedir o trânsito de automóveis no Centro Histórico de Tiradentes surgiu há mais de cinco anos, quando também começaram os debates para avaliar impactos, efeitos e outras questões. A decisão de restringir a circulação, dentro da campanha foi precedida de discussão com a comunidade e entendimentos com diversas instituições (Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e outros). O perímetro fechado fica entre as ruas Direita e Padre Toledo (sentido horizontal) e Largo do Sol e Rua da Câmara (vertical). Já em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, a prefeitura acaba de promover um curso para calceteiros (pessoas especializadas em pavimentação com pedras), com revitalização de áreas do Centro Histórico.

(foto: Alberto Lopes/Divulgação - 28/11/13)
(foto: Alberto Lopes/Divulgação - 28/11/13)
Monumento será restaurado


Tendo a Serra de São José como cenário, o famoso chafariz de Tiradentes (foto) também vai ser restaurado com recursos do pacote liberado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e governo de Minas. Construído em meados do século 18, o monumento era responsável, nos primeiros tempos da cidade, pelo abastecimento de água da população, além de servir a outras atividades. Para atender a todas as exigências, inclusive matar a sede dos animais, ele tinha três pontos de reserva de água, conforme os estudos: a primeira que caía das três fontes era para consumo humano, enquanto, nos dois tanques laterais, um se dirigia ao abastecimento de animais e o outro para quem estava no local para lavar roupa. Com elementos barrocos e trabalhado em quartzito, o chafariz apresenta uma imagem de São José e tem uma cruz esculpida em pedra.


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