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Estado de Minas

Conflito em manifestação contra tarifa de ônibus em BH termina com cerca de 60 presos

Protesto foi repreendido pela PM, que usou balas de borracha, bombas de gás e de efeito moral para dispersar os manifestantes. Em nota, o governo do estado considerou "lamentável" o fato e disse que o caso será investigado


postado em 12/08/2015 22:13 / atualizado em 13/08/2015 01:12

Manifestantes deixam o hotel em que se abrigaram durante conflito com a Polícia Militar(foto: Marcos Vieira/EM/D.A. Press)
Manifestantes deixam o hotel em que se abrigaram durante conflito com a Polícia Militar (foto: Marcos Vieira/EM/D.A. Press)

Pelo menos 60 pessoas foram detidas e dois menores apreendidos no protesto contra o aumento das tarifas em transportes públicos, nesta quarta-feira, em Belo Horizonte. A Polícia Militar usou balas de borracha e bombas de gás para dispersar os manifestantes que se concentravam na Rua da Bahia, entre as avenidas Augusto de Lima e Afonso Pena, no Centro da capital. A PM disse que usou a força depois de ser atingida por objetos arremessados por integrantes do ato e também para liberar a via. Manifestantes negaram ter atacado os militares.

O protesto contra o reajuste das passagens começou pouco antes das 18h, com a concentração de manifestantes na Praça Sete. O ato foi organizado após a Justiça que acatar recursos do Consórcio Dez e da Prefeitura de Belo Horizonte que garantiu a alta das tarifas em 9,7% desde o último sábado, dia 8.

Monitorados por militares do Batalhão de Choque da Polícia Militar, os manifestantes deixaram o quarteirão fechado da Praça Sete e interdirtaram por cerca de 15 minutos a Avenida Afonso Pena. Parte do grupo subiu a Rua da Bahia, quando foi impedido de continuar o trajeto pelos militares, que montaram um bloqueio na via, e dispararam balas de borracha e bombas de efeito moral. Houve correria e várias pessoas se abrigaram em prédios e um hotel da região.

PM cerca detidos em hotel(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)
PM cerca detidos em hotel (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)
De acordo com o Capitão Henrique, da Polícia Militar (PM), alguns manifestantes foram chamados para dialogar e orientados a não interditar nenhuma via pública durante o protesto. A PM alega que as ordens não foram cumpridas e que os manifestantes atiraram objetos, o que desencadeou a reação dos militares para conter a multidão.

Segundo organizadores do movimento, a ação dos militares foi truculenta. De acordo com uma professora, as vítimas foram feridas nos braços e pernas. “Estava tendo uma manifestação pacífica quando a polícia começou a jogar bombas de gás lacrimogêneo e tiros de borracha. Foi muita correria. Várias pessoas passaram mal”, disse a professora. Um repórter fotográfico e um turista, do Ceará, estão entre os feridos. Não foi divulgado o número de feridos, mas pelo menos oito pessoas foram atendidas no Hospital de Pronto Socorro João XIII e outras unidades de saúde.

Após o conflito, a PM prendeu cerca de 60 pessoas, que ficaram detidas no saguão de um hotel na Rua da Bahia. Pais, mães, parentes e advogados foram até o local, mas foram impedidos de ter contato com os detidos, o que acabou gerando revolta. A PM alegou que estava fazendo fazendo uma triagem.

O clima voltou a ficar tenso quando os manifestantes, alguns algemados, foram levados em dois ônibus para a Central de Flagrantes (Ceflan 2), na Rua Conselheiro Rocha, no Bairro Santa Tereza, Região Leste da capital. Os dois menores serão encaminhados para a Cia.

Governo vai investigar ação da PM


Em nota, o governo do estado classificou os fatos como "lamentáveis" e informou que "determinou apuração rigorosa".  "A Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania está acompanhando os desdobramentos do conflito e participará diretamente da investigação  a ser feita pelos órgãos competentes, incluindo a escuta livre de todos os envolvidos e a perícia das imagens obtidas pela imprensa e nas câmeras de vigilância. O Governo de Minas Gerais reitera também sua posição de garantir o direito democrático de livre manifestação, assim como o de ir e vir de todos cidadãos, e a não tolerância com agressão a agentes públicos no exercício de sua função", diz o texto.

Veja vídeos da saída dos manifestantes:



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