Foi sepultado na manhã desta quinta-feira, no Cemitério Municipal São Judas, em São Francisco, no Norte de Minas, o corpo do universitário Guilherme Manoel de Magalhães Rodrigues, de 20 anos, morto nessa quarta-feira pela mãe, Mirian de Fátima Magalhães, de 49, com golpes de uma barra de ferro, conhecida como labanca. Guilherme estudava Engenharia da Automação na Universidade Federal de Itajubá (Unifei), campus de Itabira. A mãe confessou que cometeu o crime a pedido do próprio filho, que teria pedido para morrer porque não suportava mais as fortes dores provocadas por uma doença crônica incurável, o "mal de Crohn" que ataca o sistema gastrointestinal.
Conforme Emanuel Gomes, ao mesmo tempo que disse estar arrependida, Miriam de Fátima alegou que somente cometeu o crime com o intuito de "satisfazer a vontade do filho". O delegado salientou que, mesmo com este argumento da autora, não pode considerar o caso como "homicídio privilegiado, diante do relevante valor moral do crime", o que poderia atenuar a pena, conforme prevê o Código Penal Brasil (artigo 121, parágrafo primeiro). Para o delegado, na prática, a mulher cometeu um crime bárbaro, sem dar chances de defesa a vítima e por isso, vai indiciá-la por homicídio duplamente qualificado.
Emmanuel Robson Gomes disse que embora reclamasse das fortes dores provocadas pela doença crônica, o estudante Guilherme Manoel levava uma vida normal. "Tanto é assim que ele estava frequentando aulas de direção numa autoescola da cidade", observou o policial.
O crime chocou os moradores de São Francisco porque, aparentemente, Mirian de Fátima tinha uma boa relação com o filho. Ele retornou a São Francisco para passar as férias escolares com a mãe.