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Estado de Minas

Projeto resgata memória de Belo Horizonte

Mostra registra histórias de personagens da capital e atrai olhares na Praça Sete, no Centro da cidade


postado em 02/07/2015 11:56 / atualizado em 02/07/2015 12:20

Tenda com microfone e câmeras chamou a atenção de quem passou por um dos quarteirões fechados da Praça Sete(foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Tenda com microfone e câmeras chamou a atenção de quem passou por um dos quarteirões fechados da Praça Sete (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
O ar interiorano que a capital mineira tinha ficou gravado na recordação do bancário aposentado Márcio Félix de Freitas, de 65 anos. "Muita gente pode não ver, mas entre quase 2,5 milhões de habitantes, ainda enxergo em Belo Horizonte costumes antigos. Gente que ainda se cumprimenta e reconhece aqui e ali um prédio do nosso tempo". Já o garçom Francisco do nascimento, de 47, apenas começou a escrever sua história em Belo Horizonte. E de tão agradecido por ter conseguido um emprego, resolveu partilhar essa saga. "Sou de Espinosa, no Norte de Minas. Lá não conseguia emprego e vi muita gente ir embora. Estou muito agradecido a BH por me acolher", disse.

Os dois momentos são parte das histórias que começaram a ser contadas nessa quarta-feira, na Praça Sete, no Centro da capital, pelos próprios habitantes da cidade dentro do projeto de registro do patrimônio oral do "Projeto Moradores", do coletivo NITRO + Alicate e que já passou por 10 cidades de cinco estados brasileiros.

De longe, painéis com a fotografia em preto e branco do rosto dos moradores começavam a atrair a atenção. Bastou montar uma tenda e abrir o microfone no quarteirão Pataxó, entre o tradicional Café Nice e o Cine Brasil, para que gente que tinha guardada para si impressões particulares, fragmentos de memória e momentos de alegria e tristeza vividos em Belo Horizonte começasse a compartilhar essas experiências com um público curioso, de aposentados, estudantes e frequentadores corriqueiros da Praça 7.

“Esse espaço foi bom demais. A história que a gente leva tem mesmo de ser contada, porque se não morre com a gente”, afirma o aposentado Márcio Félix de Freitas. A capital que intimida muitos, pelos edifícios altos e movimento intenso nas ruas, acolheu o garçom Francisco do Nascimento de forma a deixá-lo encantado pela metrópole. “Era muito sofrido ver meus conterrâneos deixando Espinosa para ir ao Rio de Janeiro, a São Paulo, a Recife para procurar trabalho. Muitos enfrentavam dificuldades nesses lugares, não eram aceitos. Belo Horizonte se abriu para mim. Estou muito satisfeito e feliz aqui”, disse.

“Provocamos em cada um a percepção de que a sua memória e sua relação cultural com a cidade em que vive são um patrimônio a ser preservado para as futuras gerações”, afirma o jornalista Gustavo Nolasco, um dos criadores do projeto. A tenda estará ainda hoje na Praça 7 e segue depois para a Praça da Savassi e da Liberdade, onde as atividades se encerram na quarta -feira que vem.


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