(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Combinação de problemas faz Belo Horizonte ter dia infernal

Motoristas, passageiros e pedestres de BH têm sexta caótica com a combinação de protestos, greves, piquetes e acidentes. De manhã, transporte parou. À noite, Praça Sete foi fechada por manifestantes


postado em 30/05/2015 06:00 / atualizado em 30/05/2015 07:17

Cruzamento mais movimentado do Centro interrompido na volta para casa foi o ponto alto dos transtornos: soma de congestionamentos superou 100 quilômetros(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS)
Cruzamento mais movimentado do Centro interrompido na volta para casa foi o ponto alto dos transtornos: soma de congestionamentos superou 100 quilômetros (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS)

Uma combinação de problemas que isoladamente já seriam o bastante para travar Belo Horizonte esgotou a paciência de quem precisou se deslocar pela capital na sexta-feira, dia em que normalmente a circulação já é cheia de obstáculos. Os problemas começaram com a paralisação dos transportes pela manhã, aumentaram com novos protestos ao longo do dia e atingiram o ponto alto à noite, quando a Praça Sete foi fechada, transformando em um inferno a volta para casa de quem trabalhou o dia inteiro. Cerca de 350 representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e dos servidores técnico-administrativos da UFMG e do Cefet-MG haviam se concentrado na Praça Afonso Arinos, durante a tarde, e depois seguiram pela Afonso Pena, que ficou totalmente fechada no sentido rodoviária. Outros manifestantes engrossaram o ato e, de acordo os organizadores, milhares de pessoas se concentraram no cruzamento das avenidas Amazonas e Afonso Pena por cerca de 30 minutos. Tempo suficiente para gerar reflexos nos principais corredores de acesso à área central, como as avenidas Antônio Carlos, Cristiano Machado e Nossa Senhora do Carmo. Ao todo, segundo o site Maplink, foram 103 quilômetros de congestionamento na cidade na noite de ontem.

Logo pela manhã já havia uma amostra do que seria a sexta-feira na capital. A paralisação dos metroviários, desobedecendo decisão judicial que determinava escala mínima, deixou as 19 estações do metrô na Grande BH fechadas e obrigou 220 mil pessoas a usarem o sistema de ônibus. Aproveitando o dia nacional de greves e paralisações em protesto contra as terceirizações e o ajuste fiscal, rodoviários de BH também entraram no movimento e fecharam as estações Vilarinho, Pampulha, Barreiro e Diamante. Como os ônibus tiveram dificuldades para acessar os terminais, o reflexo apareceu imediantamente em filas extensas no entorno das estações. Manifestantes bloquearam a Avenida Amazonas, na Cidade Industrial, em Contagem, Grande BH, assim como a BR-040 em Congonhas, na Região Central, e fizeram passeatas por vias do Centro de BH. A chuva, atípica para a época, também apareceu para completar a receita do caos.

E ela começou a ser preparada bem cedo, às 5h15, quando as portas das estações do metrô não se abriram. Sem os trens, uma das opções foi o Move, sobrecarregando estações como a Vilarinho, em Venda Nova, que tem a integração entre os dois meios de transporte. O problema é que a catraca de acesso entre o metrô e o Move não contava nem mesmo com fiscais do Transfácil no início da manhã. Agentes da BHTrans não foram vistos antes das 8h. Perdidos, passageiros que ainda não conhecem o Move perguntavam onde pegariam os ônibus até o Centro e também para a Avenida Cristiano Machado, principais destinos de quem ficou sem a opção do metrô. “Saí de Lagoa Santa (Grande BH) e estou totalmente perdida. Não faço ideia de onde pego o Move para a Cristiano Machado”, afirmava a comerciária Fernanda Guedes, de 38 anos. “É a primeira vez que entro nesta parte da estação. Não sei onde passa o ônibus que preciso”, dizia o auxiliar de eletricista Alcenir da Silva, de 22.

Passados os momentos mais tensos, quando a situação caminhava para a normalidade mesmo sem o metrô, um grupo de 30 pessoas ligadas ao Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de BH e Região Metropolitana fechou o acesso dos ônibus alimentadores à Estação Vilarinho. Rapidamente, a fila se estendeu pela Avenida Vilarinho e também afetou as linhas troncais. Durante meia hora, entre 8h26 e 8h56, o terminal ficou fechado, sem chegadas e partidas, gerando caos no entorno. “Neste dia nacional de luta, também resolvemos nos organizar contra as terceirizações, que retiram direitos dos trabalhadores”, disse Denilson Dorneles, diretor do Sindicato dos Rodoviários.

Na Estação Pampulha, o quadro foi o mesmo, embora tenha começado mais cedo. Segundo funcionários da BHTrans, desde 6h30 um grupo de rodoviários bloqueava o acesso das linhas alimentadoras, obrigando passageiros a descer na rua e caminhar até o terminal. Por volta das 7h, os manifestantes fecharam os dois lados da estação, travando a saída e a chegada de passageiros de linhas troncais. O trânsito na Pedro I e na barragem da Pampulha ficou caótico. Só com a presença da Polícia Militar os manifestantes liberaram o caminho. A BHTrans informou que só por volta de 9h40 a situação foi completamente normalizada na Pampulha. O mesmo problema foi observado nas estações Barreiro e Diamante, no do Barreiro.

Para engrossar o caldo, no Centro de BH dois grupos fizeram passeatas. O Movimento dos Sem-Terra (MST) fechou vias no entorno da Praça da Estação, antes de chegar ao cruzamento das avenidas Afonso Pena e Álvares Cabral, onde ocupou parte do prédio do Ministério da Fazenda. Servidores da Prefeitura de Belo Horizonte também resolveram dar sua contribuição para o bolo. Eles se reuniram no Centro, onde cerca de 250 pessoas saíram da Rua Rio de Janeiro e caminharam até a Praça Sete, deixando apenas parte das vias livre para a circulação do trânsito. Mas pela manhã não houve fechamento do cruzamento.

Um bolo em toda a BH

Confira o caos na capital, hora a hora
(foto: Fotos: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)
(foto: Fotos: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)
   

5h15    - 19 estações do metrô amanhecem fechadas na Grande BH
    
5h30 - Metalúrgicos fecham a Avenida Amazonas, na Cidade Industrial
    
6h - Rodoviários fecham as estações BHBus Barreiro e Diamante
    
6h30 - Rodoviários bloqueiam a chegada de ônibus de linhas alimentadoras à Estação Pampulha   

(foto: Fotos: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)
(foto: Fotos: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)
 

 7h - O bloqueio passa para as linhas troncais e a Estação Pampulha fica inoperante, provocando filas intermináveis na Avenida Antônio Carlos
    
7h - Metalúrgicos bloqueiam a BR-040, em Congonhas
    
7h30 - Integrantes do MST se deslocam da Praça da Estação para o Ministério da Fazenda
    
7h40 - Uma van derruba um semáforo na Avenida Amazonas, em frente o Cefet II, e ocupa duas faixas no sentido bairro
    

(foto: Fotos: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)
(foto: Fotos: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)
 

8h26    - Rodoviários bloqueiam o acesso de ônibus à Estação Vilarinho, desencadeando um congestionamento nas imediações
    
8h56    - Liberada a Estação Vilarinho
    
9h07    - Liberada a BR-040 em Congonhas   

(foto: Fotos: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)
(foto: Fotos: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)
 

9h25    - Chegada dos integrantes do MST ao Ministério da Fazenda e ocupação da entrada do prédio na Afonso Pena com Álvares Cabral
    
9h37    - Normalização das estações Diamante e Pampulha

(foto: Fotos: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)
(foto: Fotos: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)

  11h  - Início do deslocamento dos servidores da Prefeitura de BH, da Rua Rio de Janeiro em direção à Praça Sete
    
11h30 -
Chegada dos servidores à Praça Sete, sem fechamento de tráfego
    
17h  - Início da passeata dos representantes da CUT e servidores da UFMG

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS)
 

18h  - Fechamento da Praça Sete
18h30  - Liberação do trânsito


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)