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Estado de Minas

Dois outros jornalistas do Vale do Jequitinhonha afirmam ter recebido ameaças de morte

Profissionais procuraram o sindicato após a morte do repórter Evany José Metzker para dizer que as ameaças são recorrentes na região. Segundo as denúncias, Evany era destemido e não tinha receio de continuar as investigações


postado em 20/05/2015 19:30 / atualizado em 22/05/2015 20:37

Evanir José Metzker, de 67 anos, foi decapitado em Padre Paraíso e uma das linhas de investigação é queima de arquivo(foto: Reprodução/Facebook)
Evanir José Metzker, de 67 anos, foi decapitado em Padre Paraíso e uma das linhas de investigação é queima de arquivo (foto: Reprodução/Facebook)
A hipótese de que o assassinato do jornalista Evany José Metzker, de 67, esteja ligado à sua atividade profissional é reforçada por dois repórteres da Região do Vale do Jequitinhonha que afirmam já ter recebido ameaças. As denúncias foram apresentadas ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais após a morte do repórter. Segundo o presidente Kerison Lopes, os jornalistas, que não querem se identificar, disseram que as ameaças eram recorrentes e que Evany era destemido e não tinha receio de continuar as investigações.

Além dessa hipótese, a Polícia Civil trabalha com a possibilidade de crime passional. De acordo com Kerison, os dois jornalistas reforçam que o assassinato está ligado às denúncias que Evany investigava e escrevia em seu blog “Coruja do Vale”. A família do jornalista também é convicta em afirmar que o crime está ligado à sua atividade profissional. Segundo a viúva de Metzker, o jornalista investigava a prostituição infantil e o roubo de cargas. O jornalista foi encontrado em Padre Paraíso na tarde dessa segunda-feira, cinco dias após seu desaparecimento.

O crime será tema de uma audiência pública que deverá acontecer na segunda-feira, em Medina, cidade onde Evany morava. “O clima na região é de medo. A reunião precisa acontecer lá para levarmos mais conforto para a população. Esse tipo de crime tenta semear o medo para outros profissionais da região e precisamos mostrar que estamos unidos”, diz o presidente do sindicato. O requerimento para a realização da audiência deverá ser aprovado nesta quinta-feira pela Comissão de Direitos Humanos e pela Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Uma equipe do Departamento de Investigação de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) foi enviada na tarde desta quarta-feira a Padre Paraíso para assumir o comando das investigações. O governo do estado atendeu à reivindicação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais e pediu uma “apuração rigorosa" no caso da morte do jornalista.

Ipatinga

O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais lembra que estava em Ipatinga, na Região do Vale do Aço, quando recebeu a notícia da morte de Metzker. “Foi uma coincidência. Estava gravando um documentário sobre as mortes do jornalistas Rodrigo Neto e Walgney Carvalho quando recebi a ligação sobre o crime em Padre Paraíso”.

Segundo Kerison, o medo até hoje permeia os profissionais da região. Rodrigo Neto, de 38 anos, foi morto em março de 2013. Trinta e sete dias depois, Walgney, de 43 anos, também foi assassinado.
A polícia prendeu dois suspeitos e as investigações confirmaram a relação dos crimes com a atividade profissional das vítimas.

No entanto, o presidente do sindicato diz que a região ainda sofre com os reflexos dos crimes. “Nem todos os culpados foram julgados e presos e infelizmente eles cumpriram o objetivo de calar a voz dos comunicadores", avalia.

Repercussão internacional

Segundo Kerison, o caso do jornalista Evany José Metzker teve repercussão internacional. “TVs e agências de notícias do mundo todo têm nos procurado por causa do assassinato. A crueldade do crime chama a atenção de todos. Precisamos de uma rápida solução do caso e a punição dos culpados para que nossa imagem não seja manchada internacionalmente”, diz.

Federalização

O sindicato defende a federalização dos crimes contra o jornalista. Dessa forma, a apuração ficaria a cargo da Polícia Federal. Um projeto de lei do deputado Vicentinho (PT-SP) tramita na Câmara dos Deputados. "Lutamos para que esse projeto tramite mais rápido. Essa seria uma medida de impacto para coibir futuros assassinatos. Nesse momento de comoção, precisamos de alguma vitória", avalia Kerison.


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