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Estado de Minas

Congonhas tem festa e desafios no ano que completa 30 anos do título da Unesco

Cidade dos Profetas inicia comemoração das três décadas de reconhecimento do órgão, mas enfrenta ameaças ao acervo histórico, como as nuvens de poeira lançadas pela atividade minerária


postado em 17/05/2015 06:00 / atualizado em 17/05/2015 08:27

Profeta Oséas no adro do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos: obra de Aleijadinho admirada por turistas brasileiros e estrangeiros(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Profeta Oséas no adro do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos: obra de Aleijadinho admirada por turistas brasileiros e estrangeiros (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
A Cidade dos Profetas inicia hoje a comemoração dos 30 anos como patrimônio mundial, título concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mas ainda enfrenta desafios para garantir a preservação do acervo histórico admirado por brasileiros e estrangeiros. Segundo especialistas, uma das grandes ameaças ao acervo de Congonhas, na Região Central, é a atividade minerária, que, ao lançar no ar nuvens de poeira, ameaça o acervo histórico, especialmente o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, obra singular do século 18 que reúne a igreja em estilo rococó e o apogeu artístico de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1734-1814). No local estão as 12 esculturas de profetas, em pedra-sabão, e as 64 estátuas em cedro com a representação dos Passos da Paixão de Cristo. As festividades irão até 6 de dezembro, data oficial da conquista do título, com exposições, palestras, debates, festivais, programas de educação patrimonial e outros.

Se os efeitos da mineração trazem problemas atuais, o futuro esgotamento da atividade poderá criar retração econômica e cenário sombrio no município de 50 mil habitantes. “Por isso, o turismo e o patrimônio cultural são a redenção de Congonhas”, avalia o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Lazer e Turismo (Fumcult), Sérgio Rodrigo Reis. Ele afirma que os moradores devem valorizar o título conquistado em 6 de dezembro de 1985 e se orgulhar muito dele. “O município já demonstrou grande potencial para atrair visitantes. O título aumenta a visibilidade internacional e traz benefícios. No jubileu, realizado tradicionalmente em setembro, recebemos cerca de 150 mil pessoas; no carnaval, 40 mil; e no Festival da Quitanda, 30 mil”, afirma Sérgio.

Para quem gosta da boa cozinha mineira, a festa em Congonhas começa hoje, às 9h, com um prato cheio de biscoitos, pães, bolos, biscoitos e outras delícias, no Festival da Quitanda, que ocorre no espaço cultural da Romaria – nesta edição, o evento destaca o Patrimônio dos Sabores, representado pelo resgate de velhas receitas tanto de Congonhas como da região, incluindo Itabirito, Lagoa Dourada, Ouro Branco e Sabará.
À noite, às 20h, com a presença de autoridades, entre elas a diretora de Cultura da Unesco, Patrícia Reis, e a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado, haverá a abertura oficial, no santuário. Na programação organizada pela prefeitura, tem intervenção teatral, inauguração da nova sinalização interpretativa do sítio histórico e lançamento das exposições Patrimônio Mundial, destacando os 19 sítios culturais e naturais brasileiros, e imagens dos Passos, com ensaios fotográficos sobre as tradições e os cartões-postais locais. O Centro Histórico é tombado pelo Iphan desde 1939.

SINALIZAÇÃO Congonhas é a primeira cidade brasileira a implantar o projeto Sinalização Interpretativa, desenvolvido pela prefeitura e financiado pelo Ministério do Turismo, com base no manual Sinalização do patrimônio mundial no Brasil – Orientações técnicas para aplicação, criado pelo Iphan em parceria com a Unesco. O objetivo é promover a visibilidade e valorizar os sítios culturais, naturais e mistos existentes no país. Para o segundo semestre, quando serão comemorados os 70 anos da Unesco, está prevista a inauguração do Museu de Congonhas – Centro de Referência do Barroco e do Estudo da Pedra, parceria entre Unesco, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e prefeitura local. O custo do projeto, lançado em 2002, é de R$ 30 milhões.

“Queremos que toda a comunidade seja envolvida na programação comemorativa dos 30 anos de Congonhas como patrimônio mundial”, afirma Sérgio. “No último ano tivemos muitos benefícios, certamente, em decorrência do título. Podemos citar, além do museu, a iluminação cênica das capelas, o aplicativo para celular com os monumentos de relevância, em vários idiomas, a visita à cidade em plataforma digital e a sinalização interpretativa agora inaugurada, tanto para pedestres como para veículos.”


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