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Estado de Minas

Mutirão para operar crianças traz esperança para as mães

Ação que aconteceu no sábado em BH trouxe alívio para mulheres que aguardavam na fila por uma vaga no bloco cirúrgico, para ver seus filhos felizes e livres de vários males


postado em 10/05/2015 06:00 / atualizado em 10/05/2015 07:49

A Santa Casa e o Hospital Municipal Odilon Behrens receberam pacientes ontem(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
A Santa Casa e o Hospital Municipal Odilon Behrens receberam pacientes ontem (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

Pode haver presente melhor para uma mãe que a saúde do filho? Certamente, não, diriam todas que aguardam, na fila, por uma vaga no bloco cirúrgico. “O mais importante é ver minha filha bem”, garante a vendedora Danielle Freitas Vieira, de 34 anos, mãe de uma das pacientes beneficiadas pelo 9º Mutirão Nacional de Cirurgia de Criança, que contou com o apoio de 17 hospitais. Enfim, mães que viveram momentos de angústia e preocupação podem curtir, aliviadas e felizes, o dia dedicado a elas.


Foram quase três anos de espera. Danielle aguardava, ansiosa, a cirurgia da filha, que convivia com uma hérnia na virilha desde que operou para corrigir sopro no coração. Para acompanhar a menina em todos os exames, que ficaram mais frequentes com a proximidade do procedimento, ela até saiu do emprego. Às vésperas do Dia das Mães, recebeu o melhor presente: Sara Giovanna Vieira de Freitas, de 8, finalmente entrou para o bloco cirúrgico. “Ela já passou por uma cirurgia mais melindrosa e teve ótima recuperação. Não ficou nem um dia inteiro no CTI. Agora estou mais tranquila”, confessou. “Mãe é tudo”, disse Sara, para uma emocionada Danielle, em um dos momentos mais felizes de sua vida.

Promovido pela Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica (CIPE), o mutirão prioriza procedimentos ambulatoriais de baixa e média complexidades, entre eles hérnia, fimose, fístula traqueal e nefrectomia, que não exigem internação. Em Belo Horizonte, a Santa Casa e o Hospital Municipal Odilon Behrens receberam pacientes durante todo o sábado. Todos foram encaminhados pela Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Sabemos que é uma situação paliativa, porque, daqui a pouco, a fila volta a crescer, mas pelo menos o problema das crianças operadas está resolvido. O ganho definitivo para elas é inquestionável”, pondera o presidente da CIPE, José Roberto Baratella. No ano passado, 628 pacientes foram beneficiados em todo o Brasil. Satisfeito com o resultado, o especialista ressalta que a intenção não é quebrar recorde, e sim operar com segurança o número máximo que cada hospital suportar. A iniciativa começou exatamente há uma década, em São Paulo, e dois anos depois ganhou caráter nacional.

"Estou muito feliz. É o melhor presente que poderia ganhar", Rosilene dos Santos Carvalho, de 35 anos, mãe de Kawan, de 6 (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)


No mês passado, os médicos descobriram que o filho da cozinheira Rosilene dos Santos Carvalho, de 35, tinha um tumor no testículo. Imaginando que o processo demoraria uma eternidade, a moradora de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, já estava disposta a arrumar dinheiro para pagar a operação, que era urgente, até que surgiu a tão desejada vaga. “Estou muito feliz. É o melhor presente que poderia ganhar”, afirmou Rosilene, enquanto se despedia de Kawan Max Olinto dos Santos, de 6.

FIM DO INCÔMODO
Enquanto isso, o estudante Pedro Henrique Papa, de 13, não continha a ansiedade de entrar para o bloco cirúrgico e voltar logo para casa, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Vou poder tossir e sorrir sem sentir o choquinho”, comemorava. Depois de meses de sofrimento, Valmira Cassimiro Papa, de 39, distribuía sorrisos na sala de espera, vendo a alegria do filho, que retiraria uma hérnia na virilha. “É um dia muito feliz, mesmo no hospital. Vai ser um alívio para o Pedro. Ele vai poder estudar mais e brincar”, destacou a cozinheira, que não teria condição de pagar pela cirurgia.

"Vai ser um alívio para o Pedro. Ele vai poder estudar mais e brincar", Valmira Cassimiro Papa, de 39, com o filho, Pedro Henrique, de 13 (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)


A Santa Casa participou pela segunda vez do mutirão, com nove cirurgiões pediátricos e 20 pacientes. “Isso chama a atenção para a necessidade de diminuir o caminho entre o diagnóstico e a realização da cirurgia”, pontuou o superintendente-geral do Grupo Santa Casa BH, Porfírio Andrade, que reivindicou mais recursos para atender a um volume maior de pacientes. A diretoria espera aumentar a importância da Santa Casa para todo o estado, grande demais para ficar restrita aos moradores da capital. Hoje, 40% dos pacientes são de fora. E também manter a qualidade do setor de cirurgia pediátrica, que realiza com sucesso procedimentos de alta complexidade, como a separação de gêmeos siameses.

 

 


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