O risco de explosão e incêndio de uma carga de cerca de 300 botijões e cilindros de gás de cozinha que tombaram na BR-040 fechou a rodovia nos dois sentidos por duas horas e meia, ontem, na altura do km 604, em Congonhas, na Região Central do estado. Os cilindros eram transportados de Betim, na Grande BH, para Conselheiro Lafaiete, na Região Central, quando o caminhão perdeu o traçado da pista, atingiu a mureta, tombou, espalhou a carga e seguiu se arrastando no asfalto por mais 50 metros. O motorista morreu no local e outras três pessoas que estavam no veículo de carga ficaram feridas, uma delas em estado grave. Por causa do risco de vazamento, o Corpo de Bombeiros recomendou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) interditasse um raio de 100 metros dos botijões, o que bloqueou os dois sentidos da estrada e provocou retenção de seis quilômetros no trânsito. O trecho onde o acidente ocorreu é um dos mais perigosos da BR-040.
O caminhão da empresa de gás não estava correndo, pois o tacógrafo registrou velocidade compatível com o trecho, de 60km/h, segundo a PRF. “A carga de cilindros não é muito estável e isso pode ter colaborado para o tombamento do caminhão. Outra possibilidade é que o motorista tenha passado mal, mas isso somente ouvindo as testemunhas para saber ao certo”, disse um policial rodoviário Geraldo Lúcio,que atendeu a ocorrência.
O motorista do veículo de carga, Adson dos Santos Máximo, de 51 anos, foi arremessado a 10 metros da cabine e morreu na hora. O filho dele, de 13 anos, foi levado para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em BH, em estado grave. A filha, de 22, e o ajudante do caminhoneiro, de 34, sofreram ferimentos leves e foram socorridos no pronto-socorro do Hospital Bom Jesus, em Congonhas.
O trecho onde ocorreu o acidente fica numa das partes mais perigosas de BR-040, entre os quilômetros 602 e 605, uma sequência de curvas fechadas em declive forte após o povoado de Pires, local conhecido por muitos atropelamentos e pelo fechamento da via para manifestações da comunidade cobrando passarela para conter as mortes. Levantamento do Estado de Minas indica que, só nos últimos 12 meses, foram oito acidentes graves com vítimas nesse trecho, todos resultando em horas de fechamento da estrada e quilômetros de engarrafamento. Nessas ocorrências foram registradas sete mortes e 12 feridos.
No local do acidente de ontem, depois da mureta do acostamento, os botijões de gás amassados foram reunidos. O cheiro de vazamento do produto inflamável era muito forte e por isso muitas pessoas, ainda que curiosas, preferiram não se aproximar. Grande parte da carga rolou para o fundo de um barranco de 25 metros de profundidade, no meio do mato, e mesmo com a presença de funcionários da empresa recolhendo mercadorias e de uma viatura da PRF, algumas pessoas levaram os botijões nas costas.
Funcionários da concessionária Via-040 interditaram a área e usaram serragem e produtos de limpeza para absorver e retirar o óleo diesel que vazou do caminhão. Um guincho foi usado para retirar o veículo do meio da pista.