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Estado de Minas

Lavras vive epidemia de dengue e pode adotar multa aos moradores

Desde o início do ano já são mais de 855 casos confirmados da doença. Secretaria Municipal de Saúde pediu ajuda do Exército e vai encaminhar uma proposta de lei à Câmara estabelecendo punição para quem não limpar casas e lotes


postado em 24/04/2015 12:33 / atualizado em 24/04/2015 13:40

Mutirão de limpeza feito pelos agentes de saúde nesta sexta-feira em Lavras(foto: Prefeitura de Lavras/Divulgação )
Mutirão de limpeza feito pelos agentes de saúde nesta sexta-feira em Lavras (foto: Prefeitura de Lavras/Divulgação )

A cidade de Lavras, no Sul de Minas Gerais, enfrenta uma epidemia de dengue em 2015. O último balanço da Secretaria Municipal de Saúde da cidade, divulgado na segunda-feira mostra que já mais de 2,8 mil notificações e 855 casos confirmados da doença. Pacientes lotam os hospitais da cidade e até policiais militares estão em licença médica por causa da doença. Diante da situação, o município pediu ajuda do Exército e pretende multar quem não contribuir com o combate ao mosquito. 

De acordo com o secretário de Saúde de Lavras, Leandro Moretti, o Exército vai ceder barracas para atendimento, triagem, exames, e hidratação para desafogar o sistema de saúde. A cidade também deve decretar situação de emergência. 

Conforme o último Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (LIRAa), o índice de infestação predial em Lavras (relação do número de imóveis positivos para o mosquito pelo número de imóveis pesquisado) em março de 2015 era de 2,5, considerado de médio risco. Os bairros com o maior número de notificações são o Nossa Senhora de Lourdes, Cohab e Lavrinhas. 

Nos últimos meses foram realizados 28 mutirões de limpeza, mais de 166 mil recolhimentos de objetos que podem ser criadouros do mosquito, como pneus e garrafas, e 8,5 mil intervenções em piscinas e caixas d'água. O fumacê também percorre a cidade espalhando um inseticida. A Secretaria também pretende mobilizar a PM e o Corpo de Bombeiros em ações de combate à doença. O grande problema, segundo o secretário, é que a população não vem contribuindo para combater os focos de dengue dentro de suas casas ou lotes. “Fomos três vezes em uma residência e nas três achamos focos de dengue”, diz o secretário. 

Diante da resistência, a cidade pode começar a punir esses moradores. “Vamos encaminhar à Câmara hoje um projeto de lei instituindo multa para os locais e residências onde forem encontradas as larvas, vamos instituir entrada forçada nas residencias fechadas, lotes que foram multados e não limparam nós vamos limpar e cobrar do proprietário do lote. Vamos fazer tudo que cabe ao poder do município”, alerta. A proposta de lei ainda será analisada pelo legislativo municipal. 

Em casos semelhantes a punição já existe. A assessoria de imprensa da prefeitura de Lavras informou que desde 16 de abril, 400 proprietários de lotes que não realizam a limpeza e manutenção tiveram multas protestadas em cartório. Os nomes deles também serão inclusos nas listas de proteção ao crédito.

POLÍCIA MILITAR A epidemia também afeta a segurança pública da cidade. Desde o início do ano, 50 policiais militares da cidade foram afastados por causa da doença. Atualmente, seis permanecem em licença. “Cada dia é um caso novo porque esses militares andam por toda a cidade”, explica o capitão médico do 8º Batalhão da Polícia Militar, Eduardo Cappelle. Segundo ele, os moradores têm evitado circular pelos bairros onde a infestação é maior, o que é impossível para os policiais. Outro problema é que o o batalhão fica em uma área de fazenda ao lado do Bairro Jardim Floresta, um dos mais atingidos pela dengue. Além de mutirões de limpeza e a passagem do fumacê dentro do batalhão, os policiais realizam blitzes educativas para orientar os moradores sobre o combate aos focos de dengue.

Ainda conforme o capitão Cappelle, foi formada uma comissão de policiais para discutir o problema da dengue na corporação e agilizar o tratamento dos pacientes. Ele considera que a situação está controlada entre os militares. “O máximo de policiais afastados ao mesmo tempo foram 10, isso não consegue afetar nosso efetivo ainda. Estamos tentando tratá-los o mais rápido possível, agir na parte médica mais rápido”, esclarece.


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