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Estado de Minas

Cadela pastor-alemão reforça varredura por drogas no aeroporto de Confins

Capa preta é a única de Minas na equipe da Receita e, por sua docilidade, não age com violência


postado em 21/04/2015 06:00 / atualizado em 21/04/2015 07:07

Ivy, 3 anos, com a companheira de trabalho Paula Santos Almeida, agente da Receita Federal: rotina de a´te quatro horas de operação(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A.Press)
Ivy, 3 anos, com a companheira de trabalho Paula Santos Almeida, agente da Receita Federal: rotina de a´te quatro horas de operação (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A.Press)

Em ações de vigilância e repressão pela aduana brasileira, em 2014, a Receita Federal apreendeu 9 toneladas de maconha, 700 quilos de cocaína, 43 quilos de crack e 248 mil comprimidos de ecstasy. O montante faz parte do trabalho da instituição no combate às drogas em todo o país. Em campo, destaca-se a atuação de cães farejadores. Os 25 agentes K9 (termo usado pelas autoridades dos EUA para definir as unidades que usam esses animais), cães pastores, desde 2009, aumentam o rigor na fiscalização em território brasileiro. Treinados diariamente, os quatro patas são especialistas em revelar os mais criativos modos de ocultação. Em Confins, na Grande BH, a capa preta Ivy, de 3 anos, é a mascote da Receita no Aeroporto Internacional Tancredo Neves. Desde a Copa do Mundo, a cadela pastor-alemão reforça a varredura pela segurança pública em Minas Gerais. O trabalho da Receita é feito em parceira com outros órgãos de segurança, como a Polícia Federal.

Pesando 26 quilos, fôlego de filhote e força bruta da melhor fase adulta, Ivy tem rotina entre 3 e 4 horas de operações diárias. Quando a K9 não está trabalhando, ela treina. Não há bocado de maconha, cocaína, crack e ecstasy que a cadela não dê conta de localizar. Dócil, a agente não age com violência. Ao identificar a droga, a pastor, bem comportada, se senta e espera a companheira de operação. Paula Santos Almeida, de 39 anos, é a parceira oficial de Ivy. As duas formam a equipe especial sob o comando do inspetor-chefe, Orlando Soares dos Santos. Em Confins, a média diária de rastreamento de volumes é de 250 no embarque e 400 no desembarque.

A atuação “educada e cuidadosa” de Ivy, segundo Orlando, é fundamental para a filosofia de discrição e respeito ao passageiro. “A missão da aduana brasileira, em primeiro lugar, é a segurança da sociedade. Em segundo, a arrecadação”, ressalta o inspetor. O trabalho da cadela não está restrito aos bastidores, pelas esteiras, veículos e compartimentos de bagagens. A K9 também circula pelos salões e corredores do aeroporto. A agente capa preta, elegante, de pelagem bem cuidada que só ela, de olhar e expressão amigáveis, é atração especialmente para as crianças no saguão. Durante a operação acompanhada pela reportagem do Estado de Minas, a cadela arrancou sorrisos de meninos e meninas. Os adultos mais desconfiados não demoram para perceber que o trabalho de Ivy – ao menos para ela – não passa de uma grande brincadeira.

Quando não está no aeroporto, a cadela participa de treinamento com a agente Paula:
Quando não está no aeroporto, a cadela participa de treinamento com a agente Paula: "Ivy é muito inteligente. O trabalho dela é uma diversão" (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A.Press)


CUMPLICIDADE

“A Ivy, agora, inventou de brincar com as pedras”, conta Paula. A analista tributária, cuidadora e companheira de trabalho, precisa ter preparo físico de atleta para acompanhar a K9. O carinho e a cumplicidade entre as duas é de impressionar. Logo que Paula entra no canil, nos limites do sítio aeroportuário, Ivy salta às alturas. Quer brincar. Visivelmente feliz, a cadela apanha a pedra de quase um palmo para mostrar para a parceira. Brinca aqui e ali, faz o reconhecimento da equipe visitante e saracoteia para a sessão de fotos. Ao ver o carro da patrulha, sob a orientação da companheira de missão, Ivy salta para a casinha no banco de trás. Esperta, conhece o caminho e a rotina da brincadeira de vigilância e repressão.

A ação de Ivy não se limita ao aeroporto. A agente acaba de participar ativamente de ação em Três Marias, na Região Central de Minas. A K9 esteve na companhia de outro funcionário da Receita, o técnico fazendário Gladyston Corrêa, de 56. Na operação, entre 7 e 11 de abril, foram apreendidos 82 quilos de maconha. Havia droga até no estepe do automóvel verificado. A agente, de faro infalível, brinca pela recompensa. O trabalho na estrada mineira foi em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Nos treinamentos com Paula, nas dependências do aeroporto, Ivy identifica sem vacilar as drogas “plantadas” pela companheira. Gladyston, fã da K9, elogia: “A Ivy é muito inteligente. O trabalho dela é uma diversão”.


Inovação  tecnológica

Ivy e a agente tributária Paula Santos Almeida não estão sozinhas no combate às drogas na aduana no aeroporto de Confins. A Receita Federal conta com técnicos especializados e equipamento de raio-x com tecnologia de ponta, que varre eletrônicos, moeda estrangeira, pedras preciosas e semipreciosas, materiais cirúrgicos, equipamentos médicos e drogas. Durante os 15 minutos, de tempo médio, de desembaraço das bagagens, os volumes passam por pente fino em operações sistemáticas. No trabalho de bastidores, de acordo com o inspetor-chefe Orlando dos Santos, todo o cuidado é pouco pela segurança e conforto dos passageiros. Tanto quanto o apuro para identificar qualquer tipo de irregularidade.

De acordo com Santos, além da K9 e dos computadores de varredura, novos sistemas para dar celeridade ao desembaraço e monitorar suspeitos estão aumentando a eficiência da Receita Federal no Brasil. “O e-DBV, aplicativo para Android e iOS, é uma declaração eletrônica para os viajantes internacionais”, explica. Orlando fala com entusiasmo, ainda para este ano, de um sistema avançado de informação, com leitura facial, que vai acompanhar todo o trânsito de passageiros sob suspeita. “O que vai permitir que o agente aborde apenas aquele que deve ser abordado”, ressalta. Para o ano que vem, o número de cães treinados, como Ivy, deve dobrar. Serão 50 agentes especiais.

Saiba mais/Aduana brasileira

A administração aduaneira – ou aduana – atua no controle e na fiscalização de pessoas, mercadorias e veículos que entram e saem do país. A aduana é um órgão do Estado que tem funções diretamente relacionadas à segurança pública, com o combate aos crimes de contrabando de armas, munições, drogas, descaminho e pirataria. No Brasil, de PIB na casa dos       US$ 2,39 trilhões, com 197 milhões de habitantes e 8,5 milhões de quilômetros quadrados, são 16,9 mil de fronteiras terrestres e 7,4 mil de orla marítima. Os serviços aduaneiros contam com 41 terminais de carga em aeroportos; 209 instalações portuárias; 34 pontos de fronteira; 66 portos secos
e 7 centros logísticos no interior do país.


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