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Estado de Minas

Estado retoma obra de hospitais

A capital, que hoje conta com cerca de 10,3 mil leitos (6,2 mil do SUS e 4,1 mil fora da rede) - e, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, chega a ter superávit de vagas para sua população - , está sentindo o peso da demanda do interior


postado em 15/04/2015 20:11 / atualizado em 15/04/2015 20:16

Uma fila que chega a 600 pessoas, em média, todos os dias. Esse é o número de pacientes que aguardam leitos de internação para fazer diferentes procedimentos de urgência em Belo Horizonte. A capital, que hoje conta com cerca de 10,3 mil leitos (6,2 mil do SUS e 4,1 mil fora da rede) – e, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, chega a ter superávit de vagas para sua população –, está sentindo o peso da demanda do interior. O problema, que afeta a realização de cirurgias diversas, internações clínicas, tratamento intensivo, entre outras, é reflexo da situação crítica na saúde nas demais regiões do estado, sufocadas pela falta de vagas. Dar resposta à demanda do interior, responsável por cerca de 50% de todo o atendimento de saúde de BH, é uma das metas anunciadas ontem pelo governo de Minas.

O secretário de estado de Saúde, Fausto Pereira dos Santos, anunciou a retomada das obras de oito hospitais regionais, atualmente paralisadas, e estabeleceu o fim do ano que vem como prazo final para entrega das unidades. A informação foi dada durante um balanço sobre o atual cenário do setor em Minas.

Pelo diagnóstico apresentado, as intervenções estão com atraso no cronograma em Sete Lagoas e Conselheiro Lafaiete (Região Central); Uberaba (Triângulo); Além Paraíba e Juiz de Fora (Zona da Mata); Teófilo Otoni (Vale do Jequitinhonha); e Governador Valadares (Vale do Rio Doce). As obras, segundo a secretaria, não foram nem mesmo iniciadas em Montes Claros, Novo Cruzeiro e Nanuque e só foram concluídas em Uberlândia, no Triângulo.

Na realização de cirurgias, por exemplo, ponto de estrangulamento em todo o estado, o secretário afirmou não ser um problema de solução simples. Enquanto o processo de expansão de hospitais se efetiva, o secretário afirmou que equipes da secretaria estão visitando as macrorregiões para discutir com os gestores locais formas de dar andamento às filas para intervenções e também para outras demandas por internação. “Vários hospitais tiveram problemas financeiros, seja por retenção dos serviços federais ou por interrupção do pagamento de convênios do estado no fim do ano passado”, disse. Ele afimou ainda que a secretaria está retomando esses conjunto de serviços, além de trabalhar no redirecionamento de pacientes para serem operados em outras regiões, na tentativa de melhorar o fluxo.

Segundo o balanço, a pasta herdou dívidas da gestão anterior no valor de R$ 1,5 bilhão – sendo R$ 730 milhões referentes a convênios. Fausto explicou que, dos 2.048 assinados somente no ano passado, mais de 75% tiveram no máximo 5% dos recursos efetivamente pagos e apenas 290 foram quitados. O secretário destacou ainda que R$ 93,6 milhões de recursos federais, que deveriam ter sido repassados a municípios, foram retidos pela antiga gestão e agora foram liberados.
Críticas ao processo centralizador na compra de remédios e na ampliação da rede do Samu também foram feitas pelo secretário. “O governo apostou em um modelo de organização complexa e de baixo resultado. No casos dos remédios, fez uma megalicitação para compra e o medicamento não chegou à mão do usuário”, disse. Sobre a rede Samu, Fausto Pereira criticou o sistema de Varginha, que já estava pronto havia dois anos e não havia sido inaugurado. “Inaguramos a rede em 30 de janeiro, com 80% de financiamento do estado, até que seja feita a pactuação de financiamento com a União”, afirmou.

Outro lado

O Bloco Transparência e Resultado, que representa a gestão anterior do governo do estado, rebateu as críticas do atual governo. De acordo com o deputado Antônio Jorge, que já esteve à frente da Saúde na administração anterior, as questões financeiras não serão comentadas, por não serem de competência da pasta, mas sim da área de planejamento. Sobre os hospitais regionais, o deputado afirmou que as unidades foram concebidas em momentos distintos e que, em cada caso, houve algum tipo de problema. “Em Juiz de Fora, a empresa quebrou no meio da obra, por exemplo”, alega. Ele lembrou ainda que não houve nenhum investimento federal nas obras, que foram entregues já bem avançadas.

Sobre o Samu de Varginha, ele informou que houve embaraços na construção da rede, que a princípio era somente para o município e depois ganhou caráter regional. “Mas para ser inaugurado, toda a estrutura já estava pronta”, disse. Na compra de medicamentos, o deputado reforçou que a gestão passada tomou a decisão certa em centralizar a aquisição, antes dividida em cinco almoxarifados. “O modelo é o ideal e acredito que não será alterado. Mas, se houve dificuldades com o prestador do serviço, a solução é renscindir o contrato”, afirmou.


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