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Estado de Minas

Viaduto na Avenida Pedro I é erguido e recebe peças de apoio para corrigir falhas

Elevação de uma das cabeceiras do viaduto que cedeu na Avenida Pedro I, em BH, é feita com macacos hidráulicos, durante a noite, para compensar desnível na pista


postado em 04/04/2015 06:00 / atualizado em 04/04/2015 08:14

Após intervenção na base, operários recuperaram juntas, durante o dia(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Após intervenção na base, operários recuperaram juntas, durante o dia (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Uma dezena de macacos hidráulicos e uma operação de emergência, feita de madrugada, representaram o primeiro passo para tentar corrigir mais uma, da longa lista de falhas nos elevados do complexo da Avenida Pedro I, nas regiões da Pampulha e de Venda Nova, em Belo Horizonte. No primeiro dia de trabalho no Viaduto Gil Nogueira, que conecta os bairros Itapoã e Santa Amélia pela Avenida Portugal, na Pampulha, operários se concentraram em resolver os problemas na extremidade do Bairro Itapoã. Com a ajuda do maquinário, o elevado foi erguido para viabilizar a colocação de três novas peças de apoio na transição entre o tabuleiro e uma das cabeceiras. As duas antigas se desgastaram, por estarem mal posicionadas, o que causou um desnível de 2,5 centímetros em cada lado da estrutura. Hoje o serviço prossegue, com foco na outra extremidade, no lado do Bairro Santa Amélia. O trânsito deve continuar interditado até amanhã, ao meio-dia. Ontem, os desvios operaram com dificuldades pontuais.

Oficialmente, nem a Prefeitura de Belo Horizonte, nem a Construtora Cowan, responsável pela obra, nem a Alzata Engenharia, contratada para a recuperação, se pronunciaram sobre detalhes da intervenção. O Estado de Minas apurou que o serviço começou na madrugada. Dez macacos hidráulicos foram colocados no vão de dilatação na cabeceira do Bairro Itapoã e levantaram a estrutura, cujo peso é estimado em 900 toneladas, em quatro milímetros. Foi o suficiente para garantir a passagem de três estruturas de apoio, que entraram entre as duas que já estavam colocadas desde a construção do elevado, de forma a distribuir melhor o peso causado pela movimentação normal da estrutura.

A partir das primeiras horas da manhã, os trabalhos se concentraram na parte superior do viaduto. Com a correção do problema na base, houve a necessidade de fazer ajustes nas juntas de dilatação. Munidos de marteletes e outras ferramentas, operários abriram um vão para fazer a recuperação do pavimento. A previsão é de que a colocação das estruturas de apoio se repita, a partir da madrugada de hoje, na outra extremidade.

Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, o problema de desnível de 2,5 centímetros no Viaduto Gil Nogueira foi percebido em novembro do ano passado, em vistoria encomendada para todos os elevados da Pedro I, depois do desabamento da alça sul do Viaduto Batalha dos Guararapes, que matou duas pessoas e feriu 23. Em reunião no dia 12 de fevereiro, o município pediu à Consol Engenheiros Consultores, responsável pelo projeto do Gil Nogueira, que detalhasse as intervenções necessárias à solução da nova falha constatada. Depois, a administração municipal determinou à Cowan, responsável pela obra, que colocasse em prática a intervenção. Para isso, foi contratada a Alzata Engenharia, especializada em patologia e reabilitação de estruturas.

DESVIOS Segundo apurou o EM, a força dos 10 macacos usados para subir o viaduto permitiria as intervenções mesmo com tráfego livre, mas essa opção inviabilizaria os ajustes necessários sobre o elevado, nas juntas de dilatação. Por isso foi necessário interditar o Viaduto Gil Nogueira. Ontem, o desvio feito para garantir o acesso dos veículos em direção aos bairros registrou mais transtornos do que as medidas organizadas pela BHTrans para garantir o fluxo em direção ao Centro da capital. Houve momentos de retenção no cruzamento da Avenida Portugal com a Rua Irlanda, no Bairro Itapoã, que teve a mão de direção invertida. Nesse cruzamento, agentes da BHTrans permaneceram o tempo todo auxiliando pedestres que precisavam fazer a travessia.

Já do outro lado, no cruzamento da Portugal com a alça de acesso paralela à Rua das Canárias, não foram vistos guardas de trânsito e pedestres dependeram da boa vontade dos motoristas para atravessar. “Se todos nos deixassem atravessar, eu não reclamaria, mas só alguns fazem esse gesto”, disse a manicure Camilla Silvana Gonçalves, de 32 anos. O empresário Allan Ricardo Fegarini, de 41, teve dificuldades para transpor a Portugal. “Não está claro qual será a opção mais viável para ir do Planalto para o Santa Amélia sem usar esse viaduto”, constatou ele. Orientado por agentes da BHTrans, ele seguiu o caminho em direção ao Viaduto Monte Castelo. Apesar das dúvidas de motoristas, faixas foram colocadas em pontos estratégicos, explicando os melhores caminhos. As pistas do Move funcionaram normalmente sob o viaduto.

HISTÓRICO Antes do início da construção do Viaduto Gil Nogueira, outro elevado fazia a ligação entre os bairros Itapoã e Santa Amélia pela Avenida Portugal. Porém, segundo a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), pela necessidade de um novo traçado geométrico e de aumentar a altura livre sobre as pistas da Avenida Dom Pedro I, a estrutura foi totalmente demolida. As obras do novo elevado tiveram início em agosto de 2013, com liberação para o tráfego em maio de 2014.

Foi o terceiro elevado de responsabilidade das empresas Consol (projeto) e Cowan (obras) a apresentar falhas em Belo Horizonte. Em fevereiro de 2014, o Viaduto Montese registrou um deslocamento lateral de 27 centímetros em sua estrutura, o que motivou uma interdição ainda na fase de construção. Somente nove meses depois a transposição foi inaugurada. Em 3 de julho, a alça sul do Viaduto Batalha dos Guararapes desabou. Segundo a perícia da Polícia Civil, o projeto levou ao uso de menos aço do que o necessário na estrutura. Como consequência da tragédia, a prefeitura resolveu demolir também a alça norte. Ainda não há solução de engenharia para a transposição da Avenida Pedro I no ponto em que ocorreu o desabamento, pela qual ninguém foi responsabilizado até hoje.

Confira o problema e o que está sendo feito para corrigir as falhas no vidatudo Gil Nogueira

(foto: Paulinho Miranda/Arte EM)
(foto: Paulinho Miranda/Arte EM)
 


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