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Estado de Minas

Viadutos de BH mantêm falhas apontadas há um ano

Com novas estruturas apresentando problemas e falhas, capital ainda precisa se preocupar com situação de elevados antigos


postado em 02/04/2015 06:00 / atualizado em 02/04/2015 07:33

Ferragens expostas no viaduto do Extra: em um ano, quadro só piorou(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A.Press)
Ferragens expostas no viaduto do Extra: em um ano, quadro só piorou (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A.Press)

Enquanto a população de Belo Horizonte mantém viva na memória a queda do Viaduto Batalha dos Guararapes, na Avenida Pedro I, e acompanha nova constatação de problemas estruturais em outra construção recente na mesma via – o elevado Gil Nogueira –, um alerta soa em outros cantos da cidade. Viadutos antigos, muitos construídos na época da fundação, exibem marcas da falta de manutenção preventiva. Quase um ano depois de o Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape-MG) identificar pelo menos 21 tipos de anomalias ou não-conformidades em seis dos principais viadutos de BH, a situação está inalterada. Dos 70 elevados existentes na cidade, apenas quatro passaram por obras de 2011 pra cá, segundo a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap).

Entre esses, o Santa Tereza permanece em recuperação, prevista para terminar ainda neste semestre. Os três demais – Helena Greco (Castelo Branco), Viaduto B (Pedro II/Lagoinha) e o Viaduto Oeste –, tiveram as intervenções concluídas em 2013, 2012 e 2011, respectivamente. Especialistas chamam a atenção para a falta de manutenção nessas estruturas, tanto para prevenir quanto para solucionar problemas que põem em risco a vida útil das construções, que hoje sofrem com desprendimento de concreto, armaduras expostas, pavimentação asfáltica danificada, além de pichações, falta de placas de sinalização e acúmulo de lixo,  que compromete a drenagem.

O Estado de Minas foi às ruas para checar a situação de viadutos antigos da capital e identificou, em duas das seis estruturas vistoriadas pelo Ibape em junho de 2014, os mesmos problemas do ano passado. Nos elevados Helena Greco e Pedro Agnaldo Fulgêncio, conhecido como viaduto do Extra, as anomalias são praticamente as mesmas, de acordo com engenheiro civil e diretor do instituto, Rodrigo Moyses Costa. “A patologia mais recorrente é a corrosão das armaduras, que resulta na deterioração das estruturas de concreto armado”, afirma o especialista, que acompanhou a equipe do EM, juntamente com o também engenheiro civil Ubirajara Alvim Camargos, especialista em estruturas. Ambos são enfáticos ao afirmar que as condições nos dois elevados são resultado da falta de investimento em prevenção. “Existe uma cultura de encarar esse tipo de serviço como despesa, e não como economia. As manutenções são sempre mais corretivas do que preventivas, o que gera um gasto cada vez maior”, diz  Ubirajara.

No ano passado, o estudo do Ibape mostrou que a situação era mais crítica no Viaduto Pedro Agnaldo Fulgêncio. Passados 10 meses, as marcas  permanecem. Na construção foram identificadas corrosão nas armaduras e deterioração do concreto, além de juntas de dilatação com sujeira e infiltração, desprendimento do guarda-corpo, vigas afetadas pela ocupação irregular, ação do fogo, urina e fezes, além de pichação e  depósitos de cor branca, que indicam descalcificação do concreto. “Apesar de os problemas estarem concentrados em alguns pontos, eles são considerados graves e precisam de correção urgente”, afirma Rodrigo, lembrando que a evolução das falhas pode comprometer toda a estrutura do viaduto.

Importante ligação entre o Centro da cidade e a Avenida Pedro II, dando acesso à Região Noroeste, o Viaduto Helena Greco também mantém a situação de descaso identificada um ano atrás. A estrutura tem sinais claros de desprendimento de concreto no guarda-corpo, juntas de dilatação com sujeira e retenção de umidade, infiltração na face inferior do tabuleiro, ferragem em processo avançado de deterioração e corrosão das armaduras de concreto, provocada pela ação do tempo, pela deposição de urina e fezes ou por infiltração. Um problema grave identificado ontem pelos especialistas foi a presença de uma trinca na parte de baixo do viaduto.

De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, as manutenções rotineiras de pequeno porte nos viadutos, tais como capina, limpeza, fiscalização de ocupação irregular e pichações são realizadas pelas regionais competentes. De acordo com a Regional Centro-Sul, onde ficam os dois elevados avaliados ontem, a varrição nos arredores do Viaduto Helena Greco ocorre três vezes ao dia, enquanto no Pedro Agnaldo Fulgêncio é feita uma vez, diariamente. Ainda segundo a prefeitura, a administração municipal está tentando viabilizar recursos para executar o projeto de revitalização dos elevados e mantém as obras do Viaduto Santa Tereza.


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