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Estado de Minas

"Houve um erro de execução do projeto", diz engenheiro sobre viaduto na Av. Portugal

Estrutura que também atravessa a Av. Pedro I apresenta desnível de 2,5 centímetros e vai passar por obras entre a sexta-feira e domingo


postado em 31/03/2015 07:38 / atualizado em 31/03/2015 17:22

Viaduto foi construído pelas mesmas empresas que fizeram a estrutura que desabou em 2014 (foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)
Viaduto foi construído pelas mesmas empresas que fizeram a estrutura que desabou em 2014 (foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)

A constatação de um desnível de 2,5 centímetros no Viaduto Gil Nogueira fez voltar o clima de apreensão de quem circula pela Avenida Pedro I, entre a Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. O elevado fica na Avenida Portugal, ao lado da estação do Move Pampulha, e faz parte do conjunto de obras de mobilidade da região, que contava também com o Viaduto Batalha dos Guararapes. A estrutura desabou parcialmente em julho do ano passado.

Duas pessoas morreram e 23 ficaram feridas. Na época, a prefeitura fez avaliação em todas as obras de engenharia ao longo da via e não constatou problemas. O desnível no Gil Nogueira foi detectado na entrada do elevado,no sentido Bairro Itapoã/Céu Azul. Logo depois do semáforo, motoristas passam por um degrau, e o barulho do impacto chama a atenção, além da trepidação na estrutura.

A PBH alega que o problema identificado agora não gera risco de queda, mas o elevado será interditado entre a sexta-feira e domingo para manutenção. Em menos de um ano, é a terceira ocorrência no conjunto, já que o Viaduto Montese também apresentou falhas estruturais e demorou nove meses para ser liberado.

A prefeitura informou que técnicos da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) terão que colocar aparelhos de apoio adicionais no viaduto. O ajuste será feito “de forma a garantir uma melhor distribuição dos esforços na estrutura”.

O empresário Maurício Lana, dono da Consol Engenheiros, empresa que projetou os viadutos, garante que não há risco de desabamento. “O viaduto não corre risco de cair. Houve um erro de execução do projeto. Falta de zelo do executor na análise do projeto”, alfinetou. “Ocorreu que os aparelhos de apoio (estrutura de sustentação) foram colocados de forma inadequada. Deveriam ter sido colocados debaixo das vigas longitudinais principais. No entanto, foram colocadas um pouco para fora e, consequentemente, aumentou o esforço de flexão na viga transversal, causado assim as fissuras”, explicou.

Lana ainda lembrou que a construção do Gil Nogueira, assim como o Montese e o Batalha dos Guararapes, não contou com a presença de consultor de apoio técnico, devido ao fim de contrato da Consol com a PBH. Na Construtora Cowan, executora da obra, ninguém foi encontrado ontem para falar sobre o problema.

MOVE O viaduto dá acesso aos passageiros à estação Pampulha do Move, que fica ao lado. Eles estão preocupados, mesmo com a informação da PBH de que não há risco de colapso da estrutura. “Tenho medo de passar, ainda mais que o Viaduto Montese teve o mesmo problema. Evitar não tem jeito, porque tenho que pegar o Move aqui”, diz o técnico em química Flávio Lustosa de Sousa, de 37 anos.

Moradores da região dizem que já haviam notado o problema. “A entrada dele está cedendo a cada dia. Tem um desnível que dá para sentir. Quando passam os carros, o elevado treme todo”, conta a professora Rosângela Silva, de 47. “Quando passo com o carro sobre a fenda, dá um baque grande. Não sabia que estava aumentando. Fico com medo de passar por aqui, mas não tem outro jeito. Se eu quiser desviar, tenho que pegar um caminho muito longo”, afirma o engenheiro Bruno Oliveira, de 25. “Falavam que o outro viaduto também não tinha risco de cair e vimos o que aconteceu”, diz Lúcia Alves, de 33.

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)


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