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Estado de Minas

Grupo é suspeito de aplicar golpe milionário de roubo de milhas aéreas em MG, PE e PI

Três pessoas suspeitas foram detidas em Itaúna, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais. A quadrilha pode ter dado prejuízo superior a R$ 12 milhões


03/03/2015 16:53 - atualizado 03/03/2015 17:49
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A Polícia Civil investiga uma quadrilha suspeita de aplicar um golpe milionário em Minas Gerais e outros dois estados. O grupo invadiu o sistema de uma empresa prestadora de serviços e alterou a senha e o e-mail dos clientes. Em seguida, roubou milhares de milhas. Três pessoas foram detidas em Itaúna, na Região Centro-Oeste do estado, suspeita do golpe. Outras prisões aconteceram em outras cidades brasileiras. A organização criminosa pode ter causado prejuízo estimado de até R$ 12 milhões.

As investigações começaram em fevereiro depois que a Multiplus começou a notar os prejuízos. Responsáveis procuraram a polícia e informaram que os golpes estavam sendo aplicados em Pernambuco e do Piauí. “O esquema funcionava da seguinte forma. Hackers invadiam o sistema da empresa e alteravam o login, a senha e o e-mail da vítima. Com isso, conseguiam o resgate das milhas”, explica o delegado Weslley Amaral de Castro, da delegacia de Crimes contra o Patrimônio.

Com as milhas em seu poder, a quadrilha fazia a troca por passagens aéreas e hospedagens, que eram posteriormente passadas para terceiros. O grupo atuava em Itaúna, Recife, no Pernambuco, e Teresina, no Piauí. As investigações acontecem em conjunto entre os três municípios. Prisões já foram feitas foram de Minas Gerais.

Depois de receber informações da empresa, equipes da delegacia de Itaúna começaram a identificação dos suspeitos. Eles chegaram em três pessoas, uma que era dono de uma agência de turismo, outra que tem um provedor de Internet na cidade e o proprietário de uma loja que teve o computador usado para aplicar o golpe. Eles não terão o nome divulgado pela polícia.

Na última sexta-feira, a polícia cumpriu seis mandados de busca e apreensão nas empresas e na casa dos empresários. “Os três se conheciam e eram amigos. Vimos que uma dessas pessoas tinha um conhecimento de informática e era dono de um provedor. Ele tem conhecimento em criptografia e testemunhas o apontaram como hacker. O dono da agência de turismo tinha uma loja de venda de milhagem até dezembro, mas como ficou muito manjado, vendeu e abriu o novo comércio. Já o terceiro ainda não sabemos ao certo se tem conhecimento dos golpes. Foi identificado que um dos golpes aconteceu do computador da loja dele, mas ainda não temos confirmação se foi ele”, explica o delegado.
Segundo as investigações, o dono do provedor fazia a operação de roubar as milhas e repassava para o dono da agência de turismo, que revendia. Esse homem também tem relações com um outro suspeito preso no piauí. “Descobrimos que são amigos, então, vimos uma formatação de uma organização criminosa”, afirma Castro.

Na casa dos três suspeitos, foram apreendidos um veículo importado, três notebooks, 39 HDS, quatro pendrives, 12 smartphones, 13 modems, dois Xbox 360, duas máquinas de cartão, um tablet e um Ipad. Todo o material foi enviado para a perícia.

Ouvidos e liberados

Os três suspeitos foram levados para a delegacia na última sexta-feira. Ao prestar depoimento, negaram o crime. “Eles dizem que os hackers podem ter usado o computador através de acesso remoto”, diz o delegado. Depois das oitivas, todos foram liberados. “Achei por bem esperar para pedir a prisão. Vai demorar muito tempo para fazer a pericia. Se tivessem presos, incorreríamos no excesso de prazo”.

Além do crime de estelionato, os suspeitos podem responder por formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro. “Vimos que eles têm um padrão de vida bem diferente do que declarado. Carros e propriedades estavam em nomes de outras pessoas, o que pode indicar lavagem de dinheiro. Os próprios investigados informaram que tinham bens em nomes de outras pessoas”, comenta o delegado.

A Multiplus informou que não houve invasão de seu sistema, por meio de hackers. A empresa reforça que a subtração de pontos de participantes foi realizada possivelmente a partir da prática de ‘phishing’, ação criminosa que tem como objetivo obter (pescar) informações e dados pessoais importantes através de mensagens falsas enviadas por e-mail.

Ressalta, ainda, que sempre adotou as melhores práticas de segurança para resguardar os dados dos clientes e que todas as transações foram realizadas mediante autenticações legítimas dos participantes, os quais, infelizmente, foram enganados, transmitindo os seus dados para terceiros sem conhecimento.


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