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Estado de Minas

Tecnologia vira aliada contra o desperdício

Equipamentos simples são importantes ferramentas para economizar água no ambiente doméstico. Um exemplo são os redutores de volume em torneiras e chuveiros


postado em 02/02/2015 06:00 / atualizado em 02/02/2015 10:41

Ana Júlia Vilela, gerente de hotel que recebeu certificação de sustentabilidade por investir na redução do consumo de água e energia, conta com bom senso de funcionários e hóspedes (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Ana Júlia Vilela, gerente de hotel que recebeu certificação de sustentabilidade por investir na redução do consumo de água e energia, conta com bom senso de funcionários e hóspedes (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Em tempos difíceis, a tecnologia pode ser grande aliada no combate ao desperdício e em favor de um consumo eficiente. O mercado tem hoje uma série de dispositivos para instalação em casa. Quem pensa que isso é possível apenas para grandes empreendedores ou para bolsos mais abastados engana-se. Com marcas diversificadas e preços acessíveis, fazer do lar um ambiente mais econômico e inteligente é apenas uma questão de vontade, na opinião da arquiteta Luciana Carvalho, especializada em projetos sustentáveis.

Para acabar com a péssima mania de escovar os dentes ou lavar a louça com a torneira aberta, estabelecimentos comerciais adotaram os equipamentos com temporizadores. Mas, em casa, é possível instalar algo muito mais simples. Luciana explica que, para uso residencial, o mais indicado são os redutores de vazão ou arejadores, que podem ser colocados também nos chuveiros e permitem equalizar a quantidade de litros por minuto.

“Uma torneira do banheiro libera 12 litros de água por minuto. Com esse material, saem entre 6 e 9 litros. Abre da mesma forma, mas sai menos água”, explica. Na pia da cozinha, o ideal é o arejador, que faz a água sair como um spray, já que, nesse caso, a diminuição da vazão compromete a eficiência da limpeza. As descargas econômicas também são boas alternativas: com dois sistemas de acionamento, podem liberar 3 ou 6 litros, em vez de 18.

Entre as soluções que exigem mais técnica, está a construção de um sistema para captação da água da chuva. A arquiteta aponta uma restrição: “É preciso tomar cuidado, pois essa água não pode ser usada para fim potável, como pia e chuveiro, somente para irrigação e vaso sanitário, e desde que com pequeno tratamento com cloro para evitar o mau cheiro”.

Mudança de hábitos é tarefa também para quem se hospeda no Promenade Lavras Hotel, na Savassi. Inaugurado no ano passado, foi um dos estabelecimentos da capital que recebeu o selo BH Sustentável, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A certificação é destinada aos empreendimentos públicos e privados, residenciais, comerciais ou industriais, que adotarem medidas que contribuam para a redução do consumo de água, de energia, das emissões atmosféricas e da geração de resíduos sólidos, além de alternativas de reciclagem e de reaproveitamento dos resíduos gerados.

Para ganhar a condecoração máxima, de ouro, o hotel investiu em dispositivos que garantiram redução de 35% no consumo de água, 40% no de energia e a capacidade de reciclar 60% dos resíduos. De acordo com a arquiteta da construtora Masb, Fernanda Romano, a intervenção foi maior nos quartos, que consumiam cerca de 70% da água. Nos banheiros, foram instaladas descargas econômicas com válvula para despejo de 3 e 6 litros, que descartam cerca de 80% menos água em relação à bacia sanitária comum.

Nas torneiras, foram agregados misturadores, dispositivos que controlam vazão para 8 litros por minutos, 30% a menos em relação ao modelo tradicional. Em vez de optar pelos chuveiros mais comuns, cuja vazão é em torno de 20 litros/minuto, a escolha foi pelo modelo que libera 40 litros/minuto. Ele recebeu um regulador de vazão (peça que define quanto se quer que saia de água).

“Descarga e misturador não tiveram preço diferenciado. O único investimento foi no regulador, que custou R$ 18. Para os 170 quartos, gastamos R$ 3 mil a mais numa obra milionária”, afirma Fernanda. “A sustentabilidade está numa pequena intervenção até aquelas maiores. O que fizemos aqui é muito simples e passível de implantação em qualquer empreendimento ou casa e, nesse caso, a um custo menor ainda”, diz.

CLIENTES A gerente do hotel, Ana Júlia Vilela, afirma que conta com o bom senso dos hóspedes e funcionários. “Alguns reclamam que o chuveiro está ruim. Quando explicamos o propósito e falamos do selo, entendem e param de reclamar. Muitos até elogiam depois”, conta. Em tempos de racionamento, até a frequencia de lavar a entrada do estabelecimento foi reduzida.

Os resultados também são visíveis. Comparando uma ocupação aproximada, outro hotel da rede teve sua conta de água no valor médio de R$ 7.261,37, enquanto o Lavras teve gasto médio de R$ 5.818,79 – quase 20% de redução. Funcionários apontam também diminuição entre 20% e 30% na lavagem das toalhas e do enxoval, depois da implantação do sistema ecológico de trocar apenas quando preciso, adotado pelos hotéis nos últimos anos.


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