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Estado de Minas

Novo ataque de bandidos a residência traz de volta clima de insegurança no Santa Lúcia

Criminosos fizeram família refém e fizeram ameaças. Moradores cobram mais segurança e PM promete novas câmeras e apoio via redes sociais


postado em 10/01/2015 06:00 / atualizado em 10/01/2015 07:07

Policiais militares chegaram quatro minutos depois da denúncia de assalto e cercaram a casa no Santa Lúcia. Todos os assaltantes foram presos(foto: LUIZ PAULO SILVA/DIVULGAÇÃO )
Policiais militares chegaram quatro minutos depois da denúncia de assalto e cercaram a casa no Santa Lúcia. Todos os assaltantes foram presos (foto: LUIZ PAULO SILVA/DIVULGAÇÃO )

Assaltantes voltaram a causar pânico no Bairro Santa Lúcia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. No início da madrugada de ontem, cinco criminosos, incluindo dois menores, invadiram uma casa e fizeram pai, filho e um amigo reféns, que ficaram sob ameaça de morte. Mãe e filha correram para a parte de cima, se trancaram em um quarto e chamaram a Polícia Militar, que chegou em quatro minutos e prendeu os bandidos.

O novo ataque expõe o medo no bairro. Percorrendo as ruas ermas da região durante a madrugada, não é difícil encontrar casas que já foram alvo de assaltos à mão armada e arrombamentos.

Segundo a Polícia Militar, foi o quinto caso violento de invasão de casa nos últimos cinco meses no Santa Lúcia. A corporação aposta no aplicativo Whatsapp para fortalecer a rede de vizinhos protegidos e em câmeras de videomonitoramento. Antes do ataque no Santa Lúcia, dois dos cinco criminosos roubaram um Punto prata no Bairro Cidade Nova, Nordeste de BH, para assaltar na Zona Sul. Eles passaram no Morro das Pedras, Oeste de BH, onde buscaram três comparsas.

Entre janeiro e novembro de 2013, foram 25.861 roubos na capital. No mesmo período do ano passado, foram 31.174 (mais 20,5%), segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Ainda de acordo com a secretaria, foram 131 roubos a residência em BH entre agosto e novembro de 2013 e 94 no mesmo período do ano passado.

“Fiquei rezando lá em cima para não escutar nenhum barulho de tiro e não acontecer nada com eles”, conta a mãe, de 53 anos, que é representante comercial e prefere não se identificar. O filho, de 27, empresário e triatleta, que também pediu anonimato, voltava de um treino de bicicleta com um amigo quando foi surpreendido pelos bandidos na porta de casa na Rua Comacim. “Um amigo foi me deixar em casa e eles apareceram. Meu pai viu a movimentação e foi até a garagem, virando mais um refém”, afirma.

Dentro de casa, eles ficaram amarrados enquanto os bandidos juntavam objetos de interesse. “Não chegaram a bater na gente, mas ficavam falando que iam nos matar e perguntaram onde estava o álcool, para atear fogo em nós. Também beberam cerveja que estava na geladeira. Eles estavam completamente alterados”, conta o empresário.

A idade dos ladrões surpreendeu as vítimas. O mais velho tem 19 anos e dois, 17. “No início, achei que eles queriam minha bicicleta, que estava encaixada no suporte do carro. Fiquei impressionado de ver pessoas tão novas com tanta ousadia”, completa.

A ação da polícia foi muito rápida, segundo os envolvidos. Em quatro minutos, militares do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) cercaram a casa. A invasão aconteceu 25 minutos depois, com a chegada de reforço. Quatro bandidos foram presos na sala. O quinto se trancou no banheiro e tentou atirar em um soldado que subiu no telhado e o viu pela janela, mas a arma mascou e ele se rendeu. Foram presos Alexsandro Júnior Souza Evangelista, de 18 anos, Marlon Lúcio Morais Barcelos, de 19, John Lenon Pereira da Silva, de 18 e os menores P. F. M. D. e D. W. S. R., ambos de 17.

MAIS VIOLÊNCIA A dona de casa Rosilene de Freitas Lana, de 67, encontrou sua residência revirada, na Rua Netuno, por volta das 10h03 do último sábado antes do Natal. “Arrombaram o portão e levaram objetos, um prejuízo de R$ 35 mil. Muita gente aqui no Santa Lúcia já passou por isso e nós, moradores, somos reféns da insegurança”, desabafa. Ela pede mais policiamento. “A gente não vê o policiamento passando com frequência. Trabalhei 34 anos da minha vida para ficar à mercê de um assalto”, reclama.

O major Olímpio Garcia, subcomandante do 22º Batalhão da PM, unidade responsável pelo policiamento no Santa Lúcia, informou que, entre janeiro e março de 2014, a PM fez um trabalho de inteligência e mapeou três gangues que atacam no Santa Lúcia e no vizinho Belvedere: “Duas são do Bairro Alto Vera Cruz (Leste) e a outra é maior, mas menos organizada, e fica no Aglomerado Morro das Pedras (Oeste)”.

Garcia afirma que praticamente todos os integrantes já foram presos pela PM, alguns mais de uma vez. “Esse trabalho significou redução de 4,5% na criminalidade violenta só no Santa Lúcia em 2014”, avalia o militar, sem informar dados absolutos.

Para o segundo semestre, a previsão é que a área do 22º Batalhão, que hoje faz o policiamento em 23 bairros, receba 163 câmeras, incluindo o Santa Lúcia. Além disso, as redes dos aplicativos Whatsapp e Telegram são apostas para fortalecer a rede de vizinhos protegidos e estreitar o contato a comunidade e a PM.

“Usamos a tecnologia para tentar a interação com as pessoas e divulgar as informações das prisões dos suspeitos. Essa é a principal estratégia para reduzir a criminalidade”, completa o major.

"A gente não vê o policiamento passando com frequência. Trabalhei 34 anos da minha vida para ficar à mercê de um assalto", Rosilene de Freitas Lana, dona de casa (foto: JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS)


Memória

Assaltos no Bairro Santa Lúcia

7/10/2012

A atriz Cecília Bizzotto foi surpreendida por três homens armados quando chegava em casa com o irmão e a cunhada. Os criminosos obrigaram os três reféns a entrar na casa e um deles atirou em Cecília quando ela tentava pedir ajuda à polícia pelo telefone. Ela morreu. Os três foram presos, condenados por latrocínio e cumprem pena no sistema prisional do estado.

20/11/2013

Quatro homens invadiram uma casa e levaram vários objetos de valor e dinheiro. Armados, renderam o proprietário do imóvel – um polonês radicado em Belo Horizonte há 17 anos – e uma funcionária da casa, que foram imobilizados e trancados na área de serviço do imóvel.

18/07/2014


Cinco homens invadiram a casa de um juiz de direito aposentado na Rua Netuno. Quatro pessoas que estavam no imóvel, incluindo a mulher do juiz, foram feitas reféns e amarradas em um quarto. Os bandidos ainda trancaram o quarto antes de roubar dinheiro, objetos de valor, uma arma e munições.


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