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Estado de Minas

Tempo em BH vai ficar cada vez mais seco e quente

Um fim de ano atípico, com chuvas aquém do esperado e temperaturas acima da média. Sem nuvens, radiação se torna mais um risco para quem não se protege dos raios de sol


postado em 29/12/2014 06:00 / atualizado em 29/12/2014 07:21

Guilherme Paranaiba e Márcia Maria Cruz

Mauro Lúcio se preocupa em dar água para seu cão, mas assume que se esquece de usar protetor quando sai para se exercitar (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Mauro Lúcio se preocupa em dar água para seu cão, mas assume que se esquece de usar protetor quando sai para se exercitar (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Natal com temperaturas baixas só mesmo nos contos do hemisfério norte. Em Belo Horizonte, o calor bateu recorde para o período e ficou 6°C acima da média histórica de 27,5°C. “Dezembro costumar ser o mês mais chuvoso do ano, mas, eventualmente, ocorre de ser o mais quente”, afirma o meteorologista do Tempo Clima/PUC Minas Heriberto dos Anjos. A estação mais quente do ano chegou com sol a pino e céu azul, praticamente sem nenhuma nuvem, o que tem aumentado os efeitos da radiação. A previsão é que essa situação se mantenha até dia 31.

Como a previsão é de pouca sombra, o que resta é água fresca para as pessoas tentarem se refrescar. “Não tem nuvem nenhuma no céu, o que resulta em mais radiação incidindo na superfície, aumentando a temperatura do ar. A atmosfera é aquecida de baixo para cima. O início do verão começou quente”, completa Heriberto. Ontem, a temperatura chegou a 33,2°C, na estação meteorológica da Avenida Raja Gabaglia, o que pode ser superado nos próximos dias. Ontem foi o dia mais quente desde o início do verão.

De acordo com o Tempo Clima, choveu apenas 41% do que era esperado para o mês em Minas Gerais, e o clima seco e quente atraiu muita gente que gosta de se exercitar ao ar livre. Alguns se preocupam com a exposição ao sol forte e se protegem, enquanto outros se esquecem e não se cuidam como deveriam, correndo o risco de queimaduras causadas pelo sol e outros problemas de saúde.

Presença frequente aos domingos no Parque JK, o advogado Mauro Lúcio do Amaral, de 53 anos, costuma levar o cachorro Thor para lhe fazer companhia. Com o calor, até o animal sente falta de uma hidratação constante. “Tenho que parar e dar-lhe água direto. Às vezes paramos em alguma sombra e ele fica estirado, sentindo o cansaço, que aumenta com o calor”, diz Mauro. O advogado reconhece que precisa melhorar os cuidados com o corpo, pois não costuma passar protetor solar. “Com o sol forte desse jeito é uma coisa que eu deveria fazer, mas ainda não criei o hábito”, completa Mauro.

Já o também advogado Leandro Zampier, de 34, chama a atenção enquanto corre pela Avenida Bandeirantes e Parque JK. Com quase todo o corpo protegido do sol, ele não se descuida, principalmente no período em que a radiação está mais intensa. Usa chapéu com proteção do pescoço e do rosto e mangas compridas para resguardar os braços. “Estou me recuperando de um câncer de pele no nariz e tenho uma preocupação maior. Para você se expor ao sol é necessário muita cautela. O protetor solar e as roupas para evitar uma exposição desnecessária estão sempre comigo.”

O exemplo é seguido pela psicóloga Camila Oliveira, de 34, que passeava em companhia do filho, um bebê de 4 meses. O carrinho é protegido por um guarda sol. “Venho nos horários de sol mais fraco e com a devida proteção do carrinho. No meu caso, também procuro usar o protetor, óculos de sol e viseira”, conta.

ALÉM DO NORMAL A bióloga Kelly Grace Magalhães, de 36, se vira como pode para dar conta da sede do filho Gabriel, de 1 ano. Qualquer passada em um lugar que tenha água disponível significa uma parada para o refresco. “O calor está muito além do normal.  A criança parece que sente mais do que a gente, toda hora quer beber ou brincar onde tem água para amenizar o calor”, diz ela. Na Cidade Jardim, uma mangueira de água era justamente a diversão de um grupo de crianças na tarde de muito calor.

O meteorologista Dayan Diniz explica que uma massa de ar quente e seco está atuando sobre o estado, o que tem barrado a nebulosidade. Segundo Diniz, até quarta-feira as temperaturas vão oscilar acima de 30 graus na capital e o tempo vai permanecer com o predomínio do sol. “Entre 31 de dezembro e 3 de janeiro a massa de ar quente vai se enfraquecer, com possibilidades de chuvas fracas e isoladas”, diz ele.

Historicamente, a média de chuvas em dezembro é de 319 milímetros, de acordo com o meteorologista. Em 2014, a meteorologia chegou a prever chuvas que atingissem ou até ultrapassassem a média, mas até ontem foram apenas 130 milímetros.

PALAVRA DE ESPECIALISTA
Séria ameaça para a pele

. Maria Sílvia Laborne
. Dermatologista e professora da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais
As altas temperaturas e o céu limpo trazem mais riscos para a pele. Sem nuvens não há nenhuma barreira para a radiação. No verão, o principal problema é o número maior de horas de exposição à radiação solar. As pessoas dizem que não tomam sol. Pensam que se expõem apenas quando vão à piscina, à praia, mas basta ser verão para aumentar o contato com a radiação. As pessoas saem de casa, vão trabalhar, fazer compras, entre outras coisas. As nuvens filtram um pouco a radiação ultravioleta B, que machuca e faz a pele ficar vermelha. Os raios ultravioleta A são a luminosidade. Os dois trazem danos à pele. O mais eficaz é o filtro solar físico, como roupas e bonés. Os químicos ficam para as mãos e o rosto, mas devem ser usados de modo adequado.


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