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Estado de Minas

Universitários denunciam onda de assaltos na cidade de Ouro Branco

Estudantes marcaram um protesto para pedir medidas para acabar com a onda de violência


postado em 02/12/2014 15:53 / atualizado em 02/12/2014 16:41

Uma série de assaltos vem assustando os estudantes do Campus Alto Paraopeba da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), na cidade de Ouro Branco, Região Central de Minas Gerais. Por meio das redes sociais, eles denunciam os crimes recorrentes na cidade, principalmente durante a noite, quando os alunos estão retornando das aulas. Revoltados com a situação, eles planejam realizar um protesto em 12 de dezembro. A Polícia Militar (PM) admite o aumento de assaltos em novembro, mas ressalta que reforçou o policiamento e que já prendeu alguns autores.

Um dos casos mais recentes foi registrado na noite de segunda-feira, quando três jovens foram rendidos por uma dupla armada na volta para casa. “Eram dois, um menino de 11 anos e um de 17 ou 18 anos, armados com uma pistola calibre 22. Eles roubaram celular, dinheiro e carteira”, conta um estudante de engenharia química de 18 anos, que preferiu não ser identificado. As vítimas procuraram a polícia e registraram um boletim de ocorrência.

Segundo ele, o número de assaltos à mão armada vêm aumentando nos últimos meses. Somente na semana passada foram quatro assaltos em dois dias. A maioria dos crimes acontecem à noite, quando os alunos estão voltando do Campus Alto Paraopeba, que fica fora da cidade. Eles chegam de ônibus ao município e são abordados no caminho. Conforme o rapaz, um dos pontos com maior ocorrência de crimes é a Rua Patriótica, que tem muitos pontos de saída. Ainda conforme a vítima, os crimes não se limitam às ruas. “Desses dias para cá teve uma tentativa de estupro também, segundo uma menina, e ontem à noite entraram em uma república, mas ele (suspeito) viu que as pessoas estavam acordadas e não assaltou. Isso é recorrente, todo dia a gente ouve um relato”, diz.

Conforme o estudante da UFSJ, a Polícia Militar da cidade conta com apenas duas viaturas e, embora tomem as providências diante dos crimes, a estrutura precária dificulta o trabalho. Ele diz, ainda, que alguns alunos procuraram a prefeitura para cobrar uma solução, mas o Executivo municipal ressaltou que segurança pública é responsabilidade do estado. “ Eu gostaria de colocar uma apelo para melhorar a segurança na cidade porque os estudantes precisam disso. A gente está sujeito a situações como essa. Como a prefeitura falou que é dever do estado fazer isso, o estado tem que tomar as providencias possíveis. A prefeitura de Ouro Branco também poderia aumentar a iluminação”, destaca o jovem, que também comenta a existência de um projeto para implementar a Guarda Municipal na cidade.

Por meio das redes sociais, vários relatos de assaltos foram dados por estudantes. “Além de ter atenção dobrada ao voltar da aula a noite quando passarem pela Avenida, fiquem de olho em casa também. Essa madrugada entraram aqui em casa mas não roubaram nada, pois acredito que foi porque eu estava acordada no meu quarto e vi a pessoa do lado de fora e a pessoa me viu acordada por causa da luz do celular. A pessoa rondou na parte de trás da casa e foi embora, então cuidado também”, alertou uma jovem.

Em outro relato, uma mulher se diz revoltada com a atuação da PM na cidade e também conta que a vítima de um assalto foi agredida. “O dono do estabelecimento conseguiu imagens do assalto de ontem e entrou em contato com a polícia as 14h. As 18h entrou em contato de novo e os policiais disseram que era só guardar a imagem, que os assaltantes não são da cidade e se houvesse um tempo eles viriam ver a filmagem. Isso eh um absurdo, os caras já foram reconhecidos pelo bairro e todos já estão cientes que são da cidade!! Tá na hora de fazer alguma coisa, porque já está parecendo armação. Conto com a colaboração de vocês pois o assalto foi a mão armada e houve ferimentos”, disse.

Outro jovem também fez críticas pela falta de segurança. “Houve mais um assalto na patriótica, liguei para polícia de Ouro Branco já que esta situação está insustentável. A secretária disse que a única coisa que eles podem fazer é ir no local quando ligam, mas não podem ficar fazendo ronda porque precisam de duas viaturas, e aqui em Ouro Branco só tem duas. Uma está nesse momento em Lafaiete com um preso, então uma viatura não pode sair sozinha”, afirma.

Policiamento intensificado

A Polícia Militar da cidade admite que os crimes tiveram um aumento em novembro, mas que ainda está abaixo do mesmo período do ano passado. “A situação está tomando grande repercussão porque o foco dos criminosos agora são os alunos. No mês de novembro tivemos um pequeno aumento, mas ainda estamos abaixo se comparado ao ano passado. Estamos intensificando as operações nos locais onde os estudantes moram, inclusive com policiais à paisana”, comentou o tenente André Rezende, comandante da Companhia que atua em Ouro Branco.

Segundo ele, as ações já vêm dando resultado. “No mês passado, conseguimos prender dois autores e apreendemos um menor. Eles cometeram vários delitos, inclusive confessaram todos e foram reconhecidos por vítimas”, afirmou. O comandante ressalta que até mesmos policiais de folga estão trabalhando, voluntariamente, nas operações. “Também estamos tendo apoio do tático móvel de Conselheiro Lafaiete e da Companhia de Missões Especiais de Barbacena. Não é uma situação que foge ao controle da PM. A população pode ficar tranquila que estamos trabalhando junto com a Polícia Civil para prender os autores. As prisões serão questão de tempo”, disse.

Protesto

Diante da revolta com tantos assaltos na cidade, os moradores devem fazer um protesto na sexta-feira, 12 de dezembro, em frente a Prefeitura Municipal. O encontro está marcado para as 14h. “Venha protestar contra o descaso da Prefeitura e Polícia Militar de Ouro Branco em relação aos recentes assaltos que vem ocorrendo na cidade. Já que as autoridades não tomam uma atitude, nós, cidadãos, temos o dever e obrigação de cobrá-las. Traga megafones, cartazes e faixas”, convocou o grupo.


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