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Estado de Minas

Processo seletivo de medicina em BH será mantido mesmo com prisão de fraudadores

A Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (CMMG) informou que o exame não teve prejuízos. Quadrilha é suspeita de fraudar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)


postado em 24/11/2014 16:38 / atualizado em 24/11/2014 19:24

Dois porsches de membros da organização criminosa foram apreendidos em Teófilo Otoni(foto: Fantoni Pesso/divulgação)
Dois porsches de membros da organização criminosa foram apreendidos em Teófilo Otoni (foto: Fantoni Pesso/divulgação)

A Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais (CMMG) não vai cancelar o processo seletivo de 2015, mesmo depois da prisão de 33 pessoas envolvidas em fraudes do vestibular e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os suspeitos foram presos quando prestavam o exame de medicina da instituição. Em nota, a faculdade informou que como aconteceram as prisões, “não houve qualquer prejuízo para o processo seletivo de 2015. Com isso, o vestibular segue normalmente com o cronograma previsto e divulgado no Edital.

A quadrilha estava sendo investigada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-MG) e pela Polícia Civil. Os criminosos, sendo 11 fraudadores e 22 candidatos que faziam as provas para o curso de medicina da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG), foram encontrados em Belo Horizonte, Teófilo Otoni e no interior de São Paulo. Entre os presos está um policial civil.

Na capital mineira, os suspeitos foram presos em flagrante em uma faculdade do Bairro Buritis, quando faziam o exame. A FCM-MG informou que foi avisada sobre as investigações e contribuiu na operação. Os funcionários colaboraram com a polícia na identificação dos responsáveis e autorizaram que os policiais se infiltrassem no locais dos exames. Os envolvidos foram detidos com micro-pontos eletrônicos. “Desde a operação Hemostáse, no final do ano passado, passamos a ficar mais atentos do que o normal, porque ficou claro que o vestibular de medicina era o alvo preferido dos criminosos. Por isso procuramos a Polícia Civil para nos ajudar a saber como nos prevenir, já que temos um processo seletivo e não usamos o Enem. Por isso buscamos umas inovações tecnológicas”, explica o vice-diretor da faculdade, Marcelo Miranda e Silva.

Os funcionários começaram a desconfiar de irregularidades já nos pagamentos de boletos de alguns candidatos. A polícia foi acionada e já pediu informações de alguns estudantes. “No dia da prova os policiais se apresentaram e pediram acesso ao nosso prédio. Nós franqueamos a entrada e destinamos uma sala de apoio. Eles se juntaram aos funcionários da fiscalização para não criar alarde, e fizeram as prisões com segurança”, comenta Silva.

Depois do término da prova, os alvos das investigações foram levados para uma sala e com eles identificados mircro-pontos. “Nós usamos detectores de metal com uma evolução tecnológica. Os equipamentos são tão pequenos e usam uma porção pequena de ferro que pode escapar dos detectores”, diz o vice-diretor. Segundo ele, uma candidata chegou a engolir o aparelho para tentar escapar da prisão, porém já tinha sido identificada pela polícia.

Mesmo com as prisões, Silva ressalta que não houve nenhum prejuízo para o processo seletivo. “Estamos falando de 3,6 mil candidatos. Destes, 18 foram flagrados e presos por um processo investigatório longo e bem feito pela Polícia Civil. Nós temos a convicção que a pronta ação da polícia possibilitou a lisura do processo. Por isso decidimos manter o cronograma”, afirma.

Nesta manhã, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em três cidades em busca de documentos, computadores, cópias de gabaritos, dinheiro e bens adquiridos pela quadrilha milionária. Dois Porsches de membros da organização criminosa foram apreendidos em Teófilo Otoni. De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais, que acompanhou a operação, os líderes do bando mantinham alto padrão de vida, tendo como renda fraudes em vestibulares e cobrando de R$ 60 mil a R$ 200 mil para garantir uma vaga em faculdades.
Uma moto de integrantes da quadrilha também foi apreendida pela Polícia Civil (foto: Fantoni Pesso/divulgação)
Uma moto de integrantes da quadrilha também foi apreendida pela Polícia Civil (foto: Fantoni Pesso/divulgação)

O golpe


Os mineiros Áureo Moura Ferreira, que mora em Teófilo Otoni, e Carlos Roberto Leite Lobo, morador de um condomínio em Guarujá (SP), estão entre os presos e são apontados como os chefes da quadrilha. O golpe consistia em inscrever médicos residentes e professores universitários em vestibulares. Eles faziam as provas e, depois de anotarem o gabarito com as respostas corretas, repassavam para Áureo. A organização criminosa foi investigada por mais de sete meses.

Usando um rádio transmissor, numa frequência ajustada nos micropontos (escutas) dos candidatos, Áureo repassava as respostas. Além da fraude no vestibular de ontem, foi apurado que o grupo, a partir de uma base num hotel em Pontes e Lacerda (MT), passou informações do gabarito das provas do Enem para vários candidatos.


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