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Estado de Minas

Crescem internações por acidentes de trânsito em hospitais do SUS na capital

Alta é de 6% e maioria das batidas envolvem motos. Para BHTrans e Secretaria de Saúde, alta nos atendimentos se deve a um número maior de vítimas na Grande BH


postado em 20/11/2014 06:00 / atualizado em 20/11/2014 07:33

Após acidente ocorrido em julho envolvendo carro, moto e carreta na BR-381, em Contagem, motociclistas feridos foram atendidos no HPS, em Belo Horizonte(foto: FOTOS: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press %u2013 27/7/14)
Após acidente ocorrido em julho envolvendo carro, moto e carreta na BR-381, em Contagem, motociclistas feridos foram atendidos no HPS, em Belo Horizonte (foto: FOTOS: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press %u2013 27/7/14)

Ao cortar a pista molhada, um homem de 30 anos perdeu o controle da moto e caiu no meio da rodovia BR-381, na altura do km 479, em Contagem, na Grande BH. Um Fiat Uno que vinha atrás conseguiu desviar, mas um segundo carro acabou atropelando o motociclista. A dois quilômetros dali, duas mulheres que estavam em uma motocicleta também perderam o controle e foram atingidas em uma batida contra uma carreta e dois carros. Nos dois acidentes, em julho e fevereiro, o destino dos motociclistas feridos e dos demais envolvidos foi a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) de Belo Horizonte – todos foram levados para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. Os dois casos ilustram uma tendência de aumento de internações de acidentados em centros de saúde do SUS na capital mineira que, para a BHTrans, a Secretaria Municipal de Saúde de BH e o sindicato de motociclistas, tem relação direta com uma ampliação de ocorrências na Grande BH, envolvendo principalmente motos.

Levantamento feito pelo Estado de Minas junto ao SUS indica que o número de feridos internados em BH subiu de 4.996, de janeiro a setembro de 2013, para 5.298 no mesmo período deste ano, alta de 6%. O segmento mais representativo foi o de motociclistas, com 3.071 atendimentos, número 10% superior ao ano passado. A maioria dos atendimentos foi a vítimas de batidas contra veículos não identificados, com 2.583 casos, seguidos por motociclistas que caíram das motos (356) e colisões contra caminhonetes (71). As mortes nos hospitais do SUS também aumentaram (7%), considerando as 152 vítimas de todos os tipos de acidentes nos nove primeiros meses de 2013 e as 162 do mesmo período deste ano.

O secretário-adjunto de Defesa Social, Robson Lucas da Silva, confirma que o número de acidentes e de vítimas tem aumentado em Belo Horizonte, sobretudo no que diz respeito a motociclistas e pedestres. “O que nos preocupa principalmente é a grande quantidade de motociclistas inabilitados que estão sendo flagrados nas blitzes. Só neste ano, até outubro, foram mais de 1.900. Um dos fatores primordiais para a condução segura é que a pessoa seja habilitada e preparada para o trânsito”, afirmou. A falta de preparação dos motociclistas e o grande número de veículos vendidos estão entre as causas apontadas para esse número crescente de acidentados, na avaliação do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Motociclistas e Ciclistas, Rogério Lara. “Na Grande BH, temos muitas pessoas que compram motos, mas que não têm carteira. E até os que têm, mas que passam por cursos ruins. Falta um pouco da realidade das ruas nesses cursos”, disse.

Conscientização Para o sindicalista, os acidentes mais frequentes ocorrem nos corredores das vias, nas ultrapassagens e na disputa por lugar nos semáforos. “O mais difícil é conscientizar. Se tivéssemos mais campanhas e estrutura, como faixas exclusivas em grandes corredores, ia dar mais segurança”, acrescentou. Os dois acidentes citados pela reportagem ocorreram na BR-381, em Contagem, mas o risco é alto em outros trechos, segundo Rogério Lara. “Temos notícia também de muitos companheiros feridos no caminho de Sabará, Betim, Nova Lima, Vespasiano e Santa Luzia”, citou.

A gerente de epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Lúcia Paixão, afirma que as internações crescem em Belo Horizonte porque a capital tem hospitais aparelhados, que são referência em atendimento de traumas, como o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII e o Odilon Behrens. “Vítimas de acidentes que ocorrem na Grande BH acabam tendo como destino a capital. Conseguimos reduzir as mortes em 2014, observando ocorrências de acidentes, e as internações estão em leve aumento, tendendo para a estabilização”, afirma, sem apresentar números deste ano. A partir de avaliação do banco de dados da secretaria e do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, foram identificados pelo programa Vida no Trânsito, no ano de 2011, 338 óbitos e 1.794 internações por acidentes de trânsito ocorridos em Belo Horizonte. Em 2012, esse número foi de 248 óbitos (-27%) e 1.819 internações (+1,3%).

(foto: FOTOS: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press 27/7/14)
(foto: FOTOS: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press 27/7/14)

Blitzes terão foco em motociclistas


Para tentar diminuir o número de acidentes, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que vai intensificar as fiscalizações de motociclistas nas blitzes de Belo Horizonte. “Tivemos um foco inicial sobre a direção sob efeito de álcool, mas agora percebemos que os motociclistas e pedestres devem ser mais sujeitos a ações educativas”, disse o secretário-adjunto de Defesa Social, Robson Lucas da Silva.

Por sua vez, a gerente de epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Lúcia Paixão, diz que ações serão implementadas a partir de informações do programa Vida no Trânsito, iniciativa que reúne dados de autoridades de saúde e tráfego para reduzir vítimas de batidas e atropelamentos. “Pelo cruzamento de informações, há uma melhora na fiscalização com a Polícia Militar, principalmente sobre o uso de álcool. Para o controle de velocidade, a BHTrans estuda aumento de radares em locais estratégicos”, informou.

A gerente reforça que as principais vítimas da cidade são pedestres e idosos. “As ações educativas têm de ser focadas nesse grupo e temos feito campanhas sobretudo nas academias da cidade. Uma delas foi realizada em alguns cruzamentos críticos, com foco no pedestre, e teve resultados bons próximos à intervenção. Mas, sem continuidade, isso se perde”, reconhece.

(foto: ARTE EM)
(foto: ARTE EM)


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