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Estado de Minas

Família e polícia buscam respostas para assassinato do DJ Paulinho

Durante sepultamento, nessa terça-feira, cerca de 1 mil pessoas se despediram do artista. Polícia Civil trabalha com cinco hipóteses para o caso


postado em 19/11/2014 06:00 / atualizado em 19/11/2014 09:30

DJ Paulinho cresceu na música e se tornou amigo de celebridades e jogadores de futebol (foto: Facebook/Reprodução da Internet)
DJ Paulinho cresceu na música e se tornou amigo de celebridades e jogadores de futebol (foto: Facebook/Reprodução da Internet)

Quando os jargões “Agora vai” e “Tá ligado não” entoavam nas casas de shows, a pista de dança tremia. Era DJ Paulinho quem chegava para bombar nas noites de Belo Horizonte. Nas boates da Zona Norte ou da Zona Sul, ele era estrela do funk. Mas, na noite dessa segunda-feira, o som feito pelo jovem João Paulo de Moura Rocha, de 27 anos, emudeceu. Ele morreu na porta de casa, no Bairro Santa Mônica, em Venda Nova, ao ser alvejado por nove tiros. Nessa terça, no enterro do artista, conhecido e reconhecido nacionalmente, havia algumas interrogação. Todos queriam saber os motivos e o autor do crime contra alguém tido como tranquilo, sem inimizades e contrário a qualquer tipo de confusão. A Polícia Civil abriu inquérito e trabalha com cinco hipóteses para o assassinato.

Amigos, familiares, produtores, músicos, MC’s, fãs e empresários. Gente de todas as classes sociais, que, além de BH, vieram de São Paulo, Florianópolis (SC) e do Espírito Santo, passaram pelo Cemitério Bosque da Esperança, no Bairro Jaqueline, também em Venda Nova, para prestar as últimas homenagens ao DJ. Cerca de 1 mil pessoas acompanharam o cortejo, procurando respostas para o que ocorreu. A noite de BH perdeu um de seus maiores expoentes, próximo de MCs famosos e de jogadores de futebol, como os atacantes Jô, do Atlético, e Bernard, atualmente na Ucrânia. Já a família de Paulinho, de origem humilde, perde o ente querido que batalhava há cerca de 10 anos para se destacar na profissão que escolheu. A mulher, Thais Meire de Souza Morais, passou o velório inteiro ao lado do caixão e precisou ser amparada durante o sepultamento, às 17h.

Uma das hipóteses que circularam ontem extraoficialmente para a morte do músico é a de crime passional – segundo testemunhas, ele teria se envolvido com a mulher de um traficante. A possibilidade é rejeitada pelo músico Cleiton de Assis Ribeiro, o DJ Pudim, de 38, que conheceu Paulinho por meio do irmão, DJ Mister Stones, produtor musical e parceiro do artista. “Não acredito em traição, pois ele era muito ligado à mulher ao filho. Mas, em ciúmes de alguém, sim, porque ele era muito assediado pelas mulheres”, disse. Um rapaz que não bebia nem tinha ligações com drogas. Tocava música para todo tipo de público, da periferia à Região Centro-Sul. “Ele era bom no que fazia. Em nível nacional, nunca vi igual.”

A empresária Eliane Viau, da Elite Eventos, conheceu o DJ quando ele apenas “Paulinho”. “É um menino que cresceu na música, foi DJ do MC Biju e despontou para a carreira solo”, contou a amiga da família. O talento e a fama o levaram a cruzar os mares para tocar nos Estados Unidos, Portugal, França e Inglaterra. “Os familiares e amigos terão de se ajudar para juntar os pedacinhos.” Amiga de Paulinho havia mais de 20 anos, Luciana Guimarães, de 31, cresceu com o DJ no Bairro Canaã, onde moram os parentes dele até hoje. “Era uma pessoa muito querida, nunca teve problema com ninguém. Entrava em todas as favelas de BH para fazer shows”, disse, se lembrando dos tempos em que a mãe de Paulinho vendia panos de prato para sustentar os filhos.

Promoter do bar Churrasquinho do Manoel, na Pampulha, onde Paulinho tocava havia seis anos e comandava a festa às quinta e aos domingos, Thiago Vinícius Cordeiro Martins, o Tatu do Churrasquinho, diz que as noites de BH não serão mais as mesmas. “Ele revolucionou o mercado do funk na capital mineira. Foi o primeiro a usar microfone e se comunicar com o público. Ele fazia tudo diferente dos demais”. O dono da casa, Juca Stanislau, disse que o DJ fazia de cinco a seis shows por noite em todas as casas noturnas de BH. “Estamos consternados e preocupados com a violência à noite e a falta de segurança, principalmente na Zona Norte, que fica desprovida de policiamento depois das 3h.”

INVESTIGAÇÕES O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) abriu ontem inquérito e deixou as investigações por conta do delegado Marcelo Manna, da Delegacia de Homicídios de Venda Nova. O DJ não tem passagens pela polícia. O chefe da DHPP, delegado Wagner Pinto informou que a corporação trabalha com cinco hipóteses para o assassinato, mas não revelou nenhuma, alegando risco de prejudicar as apurações. Ele disse que a polícia está de posse das imagens dos circuitos TV instalados nos imóveis próximos ao local do crime, mas negou que já hajam suspeitos. “Todas as peças estão se juntando.”


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