(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Usuários de ônibus em Contagem depositam esperanças no BRT

Pouco conforto, horários e linhas são as principais queixas de quem usa o coletivo diariamente


postado em 16/11/2014 00:12 / atualizado em 16/11/2014 07:44

Junia Oliveira

Na foto, Renata Soares, 20 anos, espera a condução 1 hora, na estação Eldorado(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Na foto, Renata Soares, 20 anos, espera a condução 1 hora, na estação Eldorado (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

Atrasos, poucos ônibus nas linhas e uma espera longa pelo coletivo que levará ao destino desejado. Reclamações como essas são comuns entre moradores de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Quem usa o transporte coletivo pede melhorias, apesar de destacar avanços na frota nos últimos anos. E vê no BRT a expectativa de um serviço, pelo menos, mais confortável.

A maquiadora Renata Soares, de 20 anos, mora no Bairro Três Barras e é atendida pelas linhas 1730 (Estação Diamante/Contagem/Alvorada) e 1740 (Contagem/Estação Diamante), que, segundo ela, passam com frequência. Mas, quando é preciso ir a bairros mais afastados, na região de Nova Contagem, precisa submeter-se a um exercício de paciência na Estação Eldorado. Se perder um ônibus, espera pelo menos uma hora pelo próximo. Ela nunca andou no Move de Belo Horizonte, mas acredita que os articulados sejam bons e seguros.

O ônibus 2581, executivo que vai de Contagem a BH, para ela é uma amostra das vantagens do sistema BRT: “O ar-condicionado é um alívio”. Renata acredita que a implantação do transporte rápido por ônibus terá ainda mais benefícios e, por isso, torce para que o projeto vá em frente. “Se o ônibus tem mais conforto, as pessoas abrem mão de andar de carro, o que melhora o fluxo no trânsito. Hoje, não há qualquer vantagem no coletivo: não chega mais rápido, só anda cheio e demora.”

O operador de máquinas Jésus Faustino Vieira, de 30, sofre com os horários e os poucos coletivos das linhas 402 e 403 (Novo Progresso/Cidade Industrial). “Não há ônibus para atender a quem precisa estar no trabalho até as 7h. Quem mora na minha região tem que se desdobrar e, normalmente, conta com um familiar para levar ao serviço”, diz. Aos sábados, quando inicia o trabalho às 6h30, Jésus caminha 50 minutos do Bairro Ortiz, onde mora, até o Califórnia, na Região Noroeste de BH.

"Não há ônibus para atender a quem precisa estar no trabalho até às 7h", diz Jesus Faustino Vieira (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)


“Mandei e-mail para a Prefeitura de Contagem pedindo a implantação de pelo menos um micro-ônibus, se o problema for falta de passageiros, só para atender a quem precisa chegar cedo ao trabalho. Mas nunca tive retorno”, relata. Nos fins de semana, a situação também é crítica. No domingo, circulam apenas dois ônibus, sendo o último às 18h. “O BRT poderia melhorar e muito a nossa realidade, porque o que temos hoje é horrível.”

A dona de casa Marly Dias, de 63, mora no Bairro Buganville II e depende da linha 302B. No caso dela, o atraso é o que mais desagrada. “Seria bom ter um ônibus com ar-condicionado e que passe nos horários corretos. Este quebra muito”, reclama.

Comparação

A chefe de cozinha Vera Souza Oliveira, de 40, mora em Ibirité, também na região metropolitana, mas usa os sistemas de transporte de BH e de Contagem. Na Estação Eldorado, onde desembarca do 1630 (Cascata/Estação Eldorado), ela pega o metrô até a Estação Lagoinha, no Centro de BH, e, de lá, o Move até a Pampulha, onde trabalha. Na volta, o tempo economizado nos dois primeiros percursos é todo perdido na espera pelo ônibus para chegar em casa, novamente na Estação Eldorado. “O BRT é muito melhor. Se for implantado mesmo em Contagem, as pessoas estarão bem-servidas”, considera.

O aposentado Álvaro Eustáchio, de 78, mora no Centro da cidade e destaca o grande fluxo de coletivos. Para ele, a queda na qualidade do serviço explica-se pelo crescimento do município. “O número de habitantes aumentou muito, mas, em vista do que era, melhorou bastante”, afirma. Mas, na opinião dele, podendo melhorar, por que não? “No Centro, não tenho dificuldades, mas quem mora nos bairros sofre.”

Enquanto isso, Expresso Amazonas é promessa distante

Próxima grande expansão prevista para o Move de Belo Horizonte, o Expresso Amazonas ainda está em fase de concepção e só deve ter início entre o fim de 2015 e o início de 2016. Segundo a BHTrans, o projeto executivo só virá em uma terceira fase – antes, é necessário um projeto básico. As 29 linhas (a maioria diametrais) que ficaram de fora da primeira fase do BRT de BH ainda não têm previsão de implantação. “Com a última etapa implantada em agosto, os usuários estão se adaptando e estão sendo feitas avaliações de demanda. Há possibilidade de serem criadas linhas de atendimento intermediário e outras semiexpressas”, informa a empresa municipal.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)