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Estado de Minas

Cidade tradicionamente marcada pela seca no Vale do Mucuri é destruída pela chuva

Tromba d'água espalha prejuízos por Franciscópolis. Quatro pontes caíram, levando prefeito a decretar calamidade


postado em 12/11/2014 06:00 / atualizado em 12/11/2014 06:44

Ligações com comunidades rurais e município vizinho foram interrompidas e novas chuvas podem agravar a situação de moradores, que tentam se recuperar de perdas com enchente (foto: Fotos: Marcélia Mangabeiras/Divulgação)
Ligações com comunidades rurais e município vizinho foram interrompidas e novas chuvas podem agravar a situação de moradores, que tentam se recuperar de perdas com enchente (foto: Fotos: Marcélia Mangabeiras/Divulgação)

Uma tromba d’água espalhou prejuízos e deixou praticamente ilhado o município de Franciscópolis, no Vale do Mucuri. Em uma região tradicionalmente marcada pela seca, a chuva trouxe transtorno e assustou a população, surpreendida pela tempestade incomum na região. O volume previsto para 15 dias caiu em menos de duas horas, entre 2h e 4h, na madrugada de domingo. “A chuva foi curta, mas muito intensa. Assustou muita gente”, afirmou o soldado Rharumy Vieira Rodrigues, do destacamento de Polícia Militar do município.

Na cidade, há destroços por todos os lados. Ontem a população contava os prejuízos e tentava se refazer da destruição. O Rio Santa Cruz, que corta todo o município, transbordou e atingiu principalmente casas que ficam às margens. De acordo com coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Flávia Ramos dos Santos, 113 famílias tiveram que deixar as casas inundadas. “É um número considerável para um município com menos de 6 mil habitantes”, disse.

O prefeito Edilson Álves dos Santos (PDT) informou que foi decretado o estado de calamidade pública. “A tempestade veio brava. É uma calamidade. O acesso está muito difícil para os municípios vizinhos, as escolas estão fechadas e as pontes caíram”, disse o prefeito, que estava em Belo Horizonte no dia da tempestade. “Cheguei à capital no domingo à noite. Vim para o encontro da Associação Mineira dos Municípios. Na madrugada, recebi diversos telefonemas informando sobre a calamidade”, disse.

De acordo com ele, ainda não é possível avaliar a extensão da destruição e quanto será necessário para reconstruir as pontes. Ele pretende se encontrar ainda hoje com o governador Alberto Pinto Coelho e solicitar ajuda para reconstruir o município.

(foto: Fotos: Marcélia Mangabeiras/Divulgação)
(foto: Fotos: Marcélia Mangabeiras/Divulgação)

As quatro pontes da cidade, duas no centro e duas na área rural, foram destruídas devido à força das águas, interrompendo ligações com acomunidade rural de Laranjeiras e com os povoados de Antônio Ferreira e Norete. A situação mais preocupante é a da ponte no Centro, que liga Franciscópolis a Malacacheta. “Fiquei muito assustada com a intensidade da chuva. Não é algo costumeiro. Abalou a cidade por completo”, afirmou Flávia dos Santos.
O município não está completamente isolado porque os moradores improvisaram um atalho. “O caminho é por dentro do rio. O medo é que chova mais e fiquemos ilhados”, diz a coordenadora do Cras. Depois de dois dias fora de casa, as família voltavam às suas moradias na tarde de ontem.

Porém, como a água tomou conta do interior das imóveis, os moradores foram obrigados a abandonar seus pertences. “As ruas ficaram alagadas. Famílias perderam geladeiras, guarda-roupas e todos os utensílios domésticos”, informou a representante da prefeitura. Os moradores ainda terão muito trabalho pela frente, para retirar toda lama e os destroços. Eles ainda temem novas tempestades que pode piorar a situação. “O nível da água baixou, mas pode chover forte a qualquer momento e então não teremos onde passar ”, pontuou Flávia.

Tempestades com muita ventania causaram estragos em Patos de Minas(foto: Vanderlei Gontijo/Patos 1/Divulgação)
Tempestades com muita ventania causaram estragos em Patos de Minas (foto: Vanderlei Gontijo/Patos 1/Divulgação)

Chuva concentrada e prejuízo


Pancadas isoladas de chuva, com ventos de até 70 quilômetros por hora, têm causado danos em cidades mineiras. Nessa terça-feira, pelo segundo dia consecutivo, Patos de Minas, no Alto Paranaíba, enfrentou fortes rajadas de vento com quedas de árvores. No Norte e nos vales do Jequitinhonha e Mucuri, os temporais devem dar uma trégua até a sexta-feira, já que a frente fria que estava sobre a área começa a se dissipar pelo Sul da Bahia. Mas a chegada de um novo sistema promete mais tempestades para sábado e domingo.

De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, do Instituto ClimaTempo, o registro de chuvas fortes em determinadas cidades se deve os núcleos de convergência. Nuvens características causam pancadas rápidas, com granizo e rajadas de vento. Ruibran explica que nessas situações o volume pluviométrico não é intenso. “Só em dezembro devemos ter chuvas contínuas.”

Ontem, moradores de São Gonçalo do Rio Abaixo, na Região Central, contabilizavam os estragos que um desses fenômenos provocou na segunda-feira. Houve queda de árvores e telhados foram arrancados e jogados a longa distância. Motoristas que circulavam na área enfrentaram problemas na BR-381, altura do km 423. Duas faixas no sentido João Monlevade ficaram fechadas devido à queda de uma árvore.

Em Patos de Minas, a ventania de ontem foi menor do que na segunda-feira, mas ainda assim deixou um rastro de estragos. Uma paineira de grande porte caiu na Avenida Paranaíba e esmagou um veículo. O Corsa, recém-adquirido por uma mulher, foi destruído pelo tronco da árvore. Um poste também foi atingido e danificou a rede elétrica.

Por sorte não houve feridos, mas semáforos na região ficaram desativados e policiais foram deslocados para controlar o trânsito. Os galhos da árvore de grande porte também danificaram o teto do prédio da sede do Departamento de Estradas de Rodagem (DER/MG). Várias pessoas foram ao local acompanhar os trabalhos de retirada da árvore pelo Corpo de Bombeiros. (Landercy Hermerson)


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