Depois de apagarem o incêndio que atingiu a área interna do Parque Nacional da Serra do Cipó, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, as equipes de brigadistas e voluntários combatem outros focos que surgiram na vegetação no entorno da reserva, novamente ameaçada pelas chamas. Por questões de segurança, o parque continua fechado para a visitação.
O fogo começou em uma área externa e atingiu a reserva ambiental no dia 10 de outubro. As equipes conseguiram apagar o incêndio no último sábado, quando ele já havia destruído 7,5 mil hectares de vegetação, conforme levantamento da Coordenação de Proteção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Uma equipe sobrevoou a área na manhã desta segunda-feira. Segundo Edward Elias Júnior, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), três focos de incêndio foram encontrados na Área de Proteção Ambiental (APA) Morro da Pedreira, que circunda toda a área do Parque da Serra do Cipó. Um deles está em Jaboticatubas, na região conhecida como Serra da Contagem, outro no Rio Preto e um terceiro na região do Salitreiro. Essas áreas estão no município de Morro do Pilar.
Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelas equipes é o forte calor na região, que não teve chuva nesta segunda-feira. “Registramos aqui no parque 39 graus e menos de 19 de umidade relativa. Com isso e a inversão térmica, a fumaça do incêndio não se dissipou, o que impossibilitou o apoio aéreo tanto de lançamento de água pelos aviões quanto pela distribuição de pessoal para o combate”, explica Edward Elias Júnior. “A outra dificuldade encontrada é que a região é extremamente acidentada, não possui trilhas. O pessoal tem que andar com muita dificuldade”.
No domingo, 70 pessoas estavam envolvidas na operação de combate e as equipes conseguiram manter o incêndio sob controle. O mesmo efetivo - composto por especialistas em incêndios florestais do ICMBio, Ibama e brigadistas voluntários do parque - atua nesta segunda-feira. Conforme o analista ambiental, 25 brigadistas já se encontram no Salitreiro e outros 25 estão preparados para atuar no Rio Preto, mas ainda não puderam ir ao local por causa dos fortes ventos que atingem a serra, condição perigosa para o pouso das aeronaves. As outras 20 pessoas atuam no transporte aéreo, apoio, logística e alimentação. Ainda há outros brigadistas reserva, para alternar as equipes.
Segundo Edward Elias, equipes do Corpo de Bombeiros ainda não compareceram ao local devido a grande demanda em outras regiões. Na última quarta-feira, o capitão Tiago Miranda confirmou a situação. “A dificuldade é por causa da grande quantidade de incêndios, focos em outros locais, e não foi possível mandar equipe lá. A prioridade tem que ser dada para áreas de residência” explicou o militar ao em.com.br. O Corpo de Bombeiros solicitou apoio de aeronaves e brigadistas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente para o local.
Ainda de acordo com o analista ambiental do Parque Nacional da Serra do Cipó, interessados em atuar como voluntários no local ainda podem se inscrever. Quem não tiver experiência de combate a incêndios pode auxiliar na logística da operação, organizando equipamentos e na produção das refeições. É preciso entrar em contato com o parque pelo telefone (31) 3718-7151 ou pelo e-mail parna.serradocipo@icmbio.gov.br, que também atende interessados em treinamento para brigadistas.