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Estado de Minas

Improviso marca reabertura da Pedro I após quase três meses de interdição

Uma semana depois do previsto, avenida Pedro I é liberada com pendências e obras feitas a toque de caixa. Pedestre é o maior prejudicado


postado em 30/09/2014 06:00 / atualizado em 30/09/2014 07:26

Operários tiveram que correr para instalar placas e providenciar a limpeza da via. Mesmo assim, abertura ocorreu após o previsto(foto: Fotos: Marcos Michelin/EM/D.A.Press)
Operários tiveram que correr para instalar placas e providenciar a limpeza da via. Mesmo assim, abertura ocorreu após o previsto (foto: Fotos: Marcos Michelin/EM/D.A.Press)

Motoristas que passam pela Avenida Pedro I, na Região de Venda Nova, podem respirar um pouco mais aliviados depois de enfrentar 89 dias de sufoco na via, fechada para o trânsito por causa da queda de uma das alças do Viaduto Batalha dos Guararapes. Ontem, o importante corredor de acesso ao Vetor Norte de Belo Horizonte foi completamente aberto para o tráfego de veículos, o que permitiu o retorno dos ônibus do Move para a pista exclusiva e pôs fim ao gargalo no cruzamento com a Avenida General Olímpio Mourão Filho, onde havia um desvio. Essa avenida, que também estava interditada, voltou a receber fluxo de veículos, reativando a ligação entre os bairros Planalto e São João Batista . Mas, mesmo tendo ultrapassado em mais de uma semana o prazo para liberação total – a pista foi parcialmente aberta para carros no último dia 20 –, o desbloqueio definitivo atrasou e foi cercado de correria e providências de última hora. Marcado para 15h, ocorreu cerca de duas horas depois e exigiu que operários travassem uma verdadeira corrida contra o relógio para concluir obras de recapeamento, sinalização no asfalto e instalação de placas e semáforos.

Com os reparos de última hora, classificados até por funcionários da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) como “paliativos para abertura do tráfego”, a situação da Pedro I ainda não é definitiva. Restam muitas intervenções a serem feitas para garantir segurança na circulação viária, especialmente para o pedestre, que precisa conviver com a falta de travessias demarcadas no solo e de sinalização vertical. A classificação do cenário como inacabado foi dada também por funcionários da BHTrans, que poucos minutos antes do horário previsto para a abertura do tráfego não sabiam onde seria a área demarcada para passagem de quem está a pé. “Os técnicos estão fazendo uma vistoria, porque há risco de atropelamento”, disse um deles, que não quis se identificar. Como não foi possível concluir a travessia ontem, todo o entorno dos canteiros centrais foi cercado por telas e a passagem para pedestres foi mantida a cerca de 50 metros do cruzamento com a General Olímpio Mourão Filho.

Quem precisa atravessar nessas circunstâncias teme pela segurança. “Está perigoso e inadequado para a passagem de pedestres. Como precisamos passar por aqui, ficamos reféns dessa situação, que considero ser um desrespeito por parte do poder público”, reclamou a dentista Roxane Assis Nogueira, de 38 anos, que ontem se arriscava entre carros para levar a filha ao médico, na Avenida Pedro I. “Liberam de qualquer forma só pra cumprir um prazo e não pensam na segurança das pessoas.”

Na lista de medidas pendentes estão a instalação de placas, conclusão de canteiros, construção de uma ilha na pista central do Move para auxiliar pedestres no cruzamento, além de limpeza geral do entorno, ainda cheio de máquinas e restos de construção. Até 16 de outubro, a BHTrans deve apresentar ao Ministério Público estadual uma solução definitiva para o trânsito na região, inclusive esclarecendo se será construído outro viaduto.

TRAGÉDIA A alça sul do Viaduto Batalha dos Guararapes caiu em 3 de julho, matando duas pessoas e deixando 23 feridas. Laudos encomendados pela construtura e pela Polícia Civil apontam que houve erros de cálculo no projeto, sendo que a polícia relata ainda falhas de execução. O problema, que envolveu o uso de menos aço do que o necessário na estrutura, também foi identificado na alça norte do viaduto e, por isso, o braço que se manteve de pé foi demolido no último dia 14.

Por causa do acidente, comerciantes disseram ter enfrentado prejuízos enormes e tentam, com a liberação, retomar o movimento. “A situação melhorou depois que abriram a primeira parte. Com a liberação total, com certeza vai ficar melhor. Mas ainda vai levar pelo menos um trimestre para o movimento voltar ao normal. Até lá, é preciso ter paciência”, contou o empresário Leopoldo Júnior, de 47, dono de uma loja de peças para motos na Pedro I. A gerente de vendas Vanete Aparecida da Silva Reis, de 38, que trabalha na loja vizinha, comemorou a liberação do tráfego. Mas ponderou: “Os problemas ainda persistem. É muita confusão, barulho, poeira e insegurança para as pessoas que circulam a pé”. De acordo com funcionários da Sudecap que trabalhavam ontem na Pedro I, as intervenções viárias restantes serão concluídas nos próximos dias.

Três cruzamentos, Três problemas


(foto: Fotos: Marcos Michelin/EM/D.A.Press)
(foto: Fotos: Marcos Michelin/EM/D.A.Press)

1 - Avenida Pedro I com Avenida General Olímpio Mourão Filho


A Pedro I foi totalmente liberada para carros, mas intervenções viárias ainda precisam ser feitas para garantir a segurança na travessia de pedestres. É necessário concluir canteiros, implantar sinalizações vertical e horizontal definitivas, além de trocar uma placa de concreto na pista do Move que afundou no dia da demolição da alça norte do viaduto. No local foi colocado asfalto, provisoriamente.

(foto: Fotos: Marcos Michelin/EM/D.A.Press)
(foto: Fotos: Marcos Michelin/EM/D.A.Press)

2 - Viaduto Montese


A estrutura, que já havia cedido cerca de 30 centímetros em fevereiro, ainda não permite o cruzamento entre os dois lados da Pedro I. A conclusão, antes anunciada para meados de outubro, foi adiada para o fim do mesmo mês. Segundo a PBH, estão em fase final sinalização, iluminação, adequações de meio-fio e remanejamento de adutora da Copasa. A Sudecap ainda analisa que testes serão feitos antes da inauguração.

(foto: Fotos: Marcos Michelin/EM/D.A.Press)
(foto: Fotos: Marcos Michelin/EM/D.A.Press)

3 - Viaduto Monte Castelo


Está liberado para o tráfego de veículos, mas apresenta trincas na parte de baixo do tabuleiro (pista). De acordo com a Sudecap, a estrutura já foi submetida a testes, bem como todos os viadutos das avenidas Pedro I (exceto o Montese), Antônio Carlos e Vilarinho. Segundo a superintendência, as estruturas passaram por rigorosíssimo monitoramento nos últimos 60 dias e foram aprovadas.


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