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Estado de Minas

Violência dentro e fora do Mineirão mancha clássico entre Cruzeiro e Atlético

Quatro atleticanos foram baleados no Centro e 60 pessoas ficaram feridas por bombas no estádio. PM prendeu 12


postado em 22/09/2014 06:00 / atualizado em 22/09/2014 07:17

Marinella Castro, Ludymilla Sá e Gustavo Andrade

(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Tiros, bombas e vandalismo por parte de torcedores mancharam o clássico entre Cruzeiro e Atlético, que terminou com vitória alvinegra por 3 a 2 no Mineirão. A violência e as agressões começaram antes da partida, quando quatro torcedores do Atlético foram baleados em ponto de embarque para o estádio na Avenida do Contorno, Região Central de Belo Horizonte. Briga entre os torcedores e tensão na arquibancada chegaram a paralisar o jogo e, segundo a polícia, uma parte da torcida levou para o campo soco inglês, bombas e sinalizadores. Atleticanos também arrancaram cadeiras do estádio.


A tensão começou no início da tarde, quando torcedores do Atlético a caminho do Mineirão foram baleados enquanto aguardavam no ponto de embarque localizado entre a sede do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) e o prédio do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Os feridos, Bruno Augusto da Silva, de 34 anos, atingido por um tiro de raspão no pé, Gilvan Silva Andrade, de 26, baleado no ombro, L.A.L.Q, de 17 anos, vítima de um disparo na coxa, e Mateus Alves Albuquerque, de 19 anos, atingido por um tiro na perna foram socorridos no Hospital João XXIII (HPS), onde até o fechamento da edição passavam por exames. Segundo a coordenação médica do HPS, os torcedores não correm risco de morrer. Os autores do crime ainda não foram identificados pela polícia.


Segundo a PM, os torcedores do Atlético estavam no ponto de ônibus. Do outro lado da avenida havia um ônibus, um carro e uma moto. “Houve uma discussão, eles começaram a soltar foguetes e, no tumulto, as pessoas apareceram baleadas. Não se sabe de onde partiram os disparos”, disse o major Gedir Rocha, sub-comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar. De acordo com militar, houve provocações entre um grupo de torcedores que estava em um ônibus e a torcida. Ainda não se sabe de qual veículo partiram os disparos, mas tudo indica que os tiros foram feitos para o chão e as vítimas acabaram feridas pelos estilhaços.

Confrontos

Além dos tiros na Avenida do Contorno, outros confrontos foram registrados antes da partida e exigiram intervenções da Polícia Militar. Na região da Lagoinha, as torcidas se enfrentaram sobre o viaduto que dá acesso ao Centro de BH. Policiais agiram também para evitar possível confronto entre torcedores rivais quando 200 integrantes da Galoucura se aproximaram da sede da Pavilhão Independente, organizada do Cruzeiro. O caso será encaminhado ao Ministério Público. Ocorrências de brigas também foram registradas na feira coberta do Bairro Padre Eustáquio, na Região do Barreiro.


Fora do Mineirão, antes do início da partida, mesmo com o isolamento à torcida alvinegra em frente ao bar do Peixe, tradicional reduto dos torcedores, conflitos isolados foram registrados pouco antes de o clássico se iniciar. O mais grave envolveu um torcedor do Galo que tentava chegar ao estádio em uma motocicleta pela avenida Abrahão Caram. O torcedor, vestido com uma camisa de uma organizada do Atlético, foi agredido e teve a moto destruída pelos cruzeirenses.


Na tentativa de conter a agressão, a PM soltou bombas de efeito moral e disparou tiros de balas de borrachas sobre cruzeirenses. Recebeu garrafadas de volta. O atleticano ficou acuado em uma churrascaria próxima ao local. No entorno do Mineirão houve agressões entre as torcidas, com carros depredados, ônibus apedrejados e garrafas e latas arremessados.

No campo

Dentro do estádio, 11 torcedores foram detidos, entre eles um menor, apreendido portando um soco inglês. Com a violência, o posto médico do Mineirão registrou atendimento a 15 pessoas por queimaduras e a outras 45 por estilhaços de bombas. Um homem foi atingido por bala de borracha e terá de se submeter a cirurgia. Outro torcedor hipertenso foi socorrido depois de ter sido encontrado caído no chão. No fim do jogo a torcida provocou quebradeira de um dos bares do estádio.


Durante a partida, atleticanos burlaram a segurança, soltaram bombas e acenderam sinalizadores na arquibancada. O caso pode render aos clubes punição dura como as do ano passado, em razão dos incidentes ocorridos no último clássico do Campeonato Brasileiro entre os rivais no Independência. Na ocasião, o Atlético, mandante, foi multado em R$ 20 mil. Já o Cruzeiro, por causa do lançamento de objetos no campo e briga entre os torcedores, perdeu um mando de campo e teve de pagar multa de R$ 30 mil.
Ontem, o árbitro Marcelo de Lima Henrique foi obrigado a paralisar o jogo por causa das bombas na arquibancada. O comportamento de torcedores irritou o técnico Levir Culpi. O treinador foi até a marca do escanteio próxima ao local reservado para os alvinegros e esbravejou. A PM, que foi chamada pela segurança privada, soltou bombas de efeito moral para dispersar a confusão. Um torcedor foi preso, mas o Galo não deve escapar de punição.

(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)


Times podem ser punidos
O clássico pode ser um prato cheio para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O árbitro Marcelo de Lima Henrique relatou na súmula que bombas foram atiradas na divisa entre as duas torcidas e os dois clubes podem sofrer punição. “Interrompi a partida aos 41 minutos do primeiro tempo, após ouvir estouros de artefatos explosivos que vinham da divisa das duas torcidas. Solicitei a administração do estádio e ao policiamento encarregado, que tomassem as devidas providências. Ao final da partida fui informado pelo Sargento PM Bárcaro, comandante do policiamento interno do estádio, que os artefatos explosivos foram lançados pelas torcidas Galoucura, do Mineiro, e Pavilhão Independente, do Cruzeiro, uma contra a outra, não sabendo precisar quem iniciou o citado confronto”, relatou. A versão da Minas Arena, que administra o Mineirão e que tem acordo firmado com o Cruzeiro, é que os artefatos explosivos partiram apenas da torcida do Atlético. Ainda não há um comunicado oficial da Polícia Militar de Minas Gerais.


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