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Estado de Minas

Cópia de laudo da perícia da Polícia Civil confirma erros em projeto e obra de viaduto

Reportagem do EM antecipou conclusões da investigação conduzida pela polícia


postado em 16/09/2014 06:00 / atualizado em 16/09/2014 07:00

Cópia do laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Civil que circulou nessa segunda-feira confirma erros de projeto na construção do viaduto Batalha dos Guararapes e indica equívoco também na execução da obra, confirmando informações que o Estado de Minas havia antecipado no fim de agosto. O presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape), Frederico Correia Lima Coelho, teve acesso ao documento de 81 páginas, sendo três de conclusão. Segundo ele, a perícia aponta que o desabamento tem relação com a pouca quantidade de aço em armações de concreto e poderia ter sido evitado em vários momentos.


Em 28 de agosto, reportagem do EM antecipou conclusões da investigação conduzida pela polícia, mostrando que, em apenas um dos pontos do pilar avaliado, ficou constatado que havia de 15% a 20% menos ferragem do que o necessário na armação. As apurações apontaram que as estacas da estrutura do bloco da base não foram suficientes para suportar a carga maior, por ocasião da retirada do escoramento. Com isso, houve afundamento do pilar e veio abaixo a estrutura horizontal superior (tabuleiro) da alça sul do viaduto, que atingiu um microônibus, um Fiat Uno e dois caminhões, matando duas pessoas e ferindo 23. “Há diferença na transposição de um cálculo para outro, o que impactou no cálculo da armadura”, diz Frederico Lima Coelho.


Os peritos da polícia concluíram ainda que os erros não foram verificados em momento algum, nem na revisão do projetista, nem na fiscalização da Prefeitura de Belo Horizonte, muito menos pela construtora. “Em algum desses momentos, isso poderia ter sido sanado e não foi. Mas o documento também não fala que era preciso fiscalizar”, diz o presidente do Ibape. “A responsabilidade técnica é do projetista, mas, dependendo do caso, pode ser necessária fiscalização. Normalmente, em projeto de grande porte se faz isso, mas não necessariamente é obrigatório”, completa.


A investigação reforça ainda argumento da empresa responsável pelo projeto, a Consol, de que houve também falhas de execução na obra. Um dos problemas envolve os sistemas de protensão (técnica que confere mais resistência ao concreto, usando cabos de aço), conforme divulgou também o EM, em 30 de agosto. O engenheiro Maurício Lana, presidente da Consol Engenheiros e Consultores, argumentou na época que a protensão não poderia ser executada com as janelas abertas (espaços abertos no tabuleiro para auxiliar o acesso à estrutura interior do elevado). Havia 42 dessas aberturas na alça sul, feitas em desacordo com o projeto, segundo os responsáveis, que informaram terem previsto apenas duas aberturas na parte inferior do tabuleiro.


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