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Estado de Minas

Ex-policial civil é condenado a 12 anos de prisão por morte de jornalista em Ipatinga

Lúcio Lírio Leal foi considerado culpado pelo homicídio de Rodrigo Neto, que investigava um grupo de extermínio na cidade. O réu foi absolvido pela acusação de tentar matar uma testemunha do assassinato


postado em 28/08/2014 19:18 / atualizado em 29/08/2014 11:56

Durante o julgamento, o policial civil negou qualquer participação no assassinato(foto: Marcelo Albert/TJMG)
Durante o julgamento, o policial civil negou qualquer participação no assassinato (foto: Marcelo Albert/TJMG)

O ex-policial civil Lúcio Lírio Leal foi condenado a 12 anos de prisão pela morte do jornalista investigativo Rodrigo Neto, em Ipatinga, no Vale de Aço. O assassinato foi em março de 2013. A vítima investigava um possível grupo de extermínio formado por policiais da região. Uma testemunha, que estava junto ao repórter, também foi baleada. Pela tentativa de homicídio, Leal foi absolvido. Um outro suspeito do crime, Alessandro Neves, o “Pitote”, será julgado em outra data.

O conselho de sentença condenou o réu pelo crime de homicídio qualificado por matar a vítima por meio de traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima.

O júri começou por volta das 9h30. O juiz Augusto Calaes de Oliveira sorteou o conselho de sentença, que foi formado por seis homens e uma mulher, e em seguida deu início a oitiva de testemunhas. Dois policiais civis que participaram da apuração do assassinato confirmaram a participação de Lúcio e Pitote no crime. Um deles afirmou que Neves era conhecido como matador na região.

Em seguida, foi a vez do réu dar as suas declarações. Lúcio negou a autoria do crime. Disse também que não participou do assassinato e que não saberia identificar Rodrigo se o visse na rua.

Depois do depoimento, foi dado intervalo na sessão e em seguida foi dado início aos debates. O promotor de Justiça, Francisco Angelo, afirmou que não tem dúvidas que o réu participou do crime. Já os advogados de defesa disseram que não há incídios concretos que liguem o acusado aos fatos relatados no processo.

Lúcio Lírio está preso desde 2013, depois de uma megaoperação da Polícia Civil para investigar o crime contra Rodrigo Neto e outros homicídios relacionados à Região do Vale do Aço. Além do investigador, Pitote, responde pelo assassinato do repórter e pela tentativa de homicídio contra a testemunha que estava junto com o jornalista no momento do crime. Ele será julgado em uma audiência separada, mas a data ainda não foi marcada. Os dois são suspeitos de integrar um grupo de extermínio, o que ainda está sendo apurado.

Rodrigo Neto mantinha um programa de plantão policial na Rádio Vanguarda e era também repórter do Jornal Vale do Aço (foto: Arquivo Pessoal)
Rodrigo Neto mantinha um programa de plantão policial na Rádio Vanguarda e era também repórter do Jornal Vale do Aço (foto: Arquivo Pessoal)
Segundo a denúncia do Ministério Público, Alessandro estava na garupa de uma moto pilotada por uma pessoa não identificada, quando surpreendeu Rodrigo e disparou várias vezes, atingindo-o na cabeça, no tórax e nas costas. O crime foi no dia 8 de março de 2013. Os dois acusados também são apontados como autores do homicídio do fotógrafo Walgney Assis de Carvalho, de 43, executado no mês seguinte.

Rodrigo Neto mantinha um programa de plantão policial na Rádio Vanguarda e era também repórter do Jornal Vale do Aço. Ele já havia denunciado, na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o envolvimento de policiais nos crimes que ficaram conhecidos como Chacina de Belo Oriente e o grupo de extermínio "Moto Verde". Rodrigo produziu várias matérias sobre os casos que incriminavam policiais militares da cidade.


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