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Estado de Minas

Dois patrimônios do interior de Minas Gerais são tombados

Conselho Estadual de Patrimônio Cultural decidiu por unanimidade preservar e promover o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico Ferroviário de Ribeirão Vermelho e o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Fazenda Santa Clara


postado em 26/08/2014 10:49 / atualizado em 26/08/2014 15:48

A ferrovia de Ribeirão Vermelho é datada de 1895 e tem 85 mil metros(foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press)
A ferrovia de Ribeirão Vermelho é datada de 1895 e tem 85 mil metros (foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press)

Dois monumentos que são parte da história de Minas Gerais foram tombados pelo Conselho Estadual de Patrimônio Cultural (Conep) do Instituto do Patrimônio Histórico de Minas Gerais (Iepha/MG) e agora recebem o título de patrimônio do estado. Na semana passada, o conselho decidiu por unanimidade preservar e promover o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico Ferroviário de Ribeirão Vermelho, na Região Sul de Minas Gerais, e o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Fazenda Santa Clara, em Santa Rita de Jacutinga, na Zona da Mata.

Ambos monumentos carregam séculos de história que precisam ser guardados, por isso o novo título garante a eles proteção, valorização e preservação. "Agora, os dois patrimônios estão protegidos culturalmente. Terão que respeitar aprovação da preservação e promoção deste imóvel”,  diz a gerente de patrimônio Material, Rosana de Souza Marques. Mesmo com o tombamento, algumas peças devem ser recuperadas. "Alguns bens vão precisar de restauração, mas é um processo mais lento. Em Ribeirão Vermelho, o Instituto do Patrimônio Histórico de Artístico Nacional (Iphan) já fez um levantamento e um estudo para a restauração. Isso ainda vai passar pelo Iepha para validar o processo de restauro. A ideia é manter as características da forma que foi tombado", comentou Marques.

A ferrovia de Ribeirão Vermelho é datada de 1895, tem 85 mil metros quadrados com oficinas, galpões, estação e prédios de apoio, como restaurante e telégrafo. O conjunto ferroviário pertence ao município, pelo qual é tombado desde 2004, e foi comprado da extinta Rede Ferroviária Federal S/A. Os prédios são construídos com materiais nobres como a estrutura metálica da cobertura e dos pilares de ferro com adornos importados de Glasgow, na Escócia, além das telhas francesas, de Marselha, e ladrilhos alemães.

(foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press)
(foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press)
Ribeirão Vermelho nasceu na confluência das regiões montanhosas do Campo das Vertentes, Sul e Centro-Oeste de Minas, a partir do desmembramento político-administrativo dos municípios de Lavras e Perdões. Com o avanço da ferrovia na província de Minas, em pouco tempo chegaram os trilhos da Estrada de Ferro Oeste de Minas, atraída pela navegação no então Porto Alegre do Rio Grande. Dessa forma, em 14/04/1888 foi inaugurada a Estação Ferroviária de Ribeirão Vermelho.

A ferrovia foi projetada como ponto de gerenciamento e de operações para o prolongamento da ferrovia na bitola métrica que atenderia a demanda de Goiás e Rio de Janeiro. Na fase posterior, vieram as demais construções. Na época, a cidade era ponto estratégico, favorecendo a integração do movimento no porto do Rio Grande na cidade, aos trilhos da estrada e a comercialização de produtos de todos os cantos. Com o tombamento, a ideia é preceder com projetos de restauração, principalmente da rotunda circular - em forma de coliseu - que faz parte do conjunto arquitetônico e que pode virara um centro de eventos regionais.

Fazenda Santa Clara é também conhecida como Mansão dos Fortes(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press.)
Fazenda Santa Clara é também conhecida como Mansão dos Fortes (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press.)


Santa Clara

O Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Fazenda Santa Clara, também conhecida como Mansão dos Fortes, fica às margens do Rio Preto, divisa entre os estados de Minas e Rio de Janeiro. A Fazenda Santa Clara teve a origem na segunda metade do século 18 (1750 a 1780) e fica entre o Caminho Novo e o Caminho Velho da Estrada Real. A área tombada compreende o conjunto construído pela edificação sede e demais construções destinadas às atividades produtivas da propriedade.

(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press.)
(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press.)
A análise para o tombamento pelo Iepha-MG começou há cerca de seis anos. A propriedade é considerada uma das mais imponentes de Minas – só de janelas, são 365, sendo 24 falsas, por estarem localizadas nas senzalas.

O imóvel é particular e tem cerca de 40 herdeiros. Grande produtora de café e celeiro de escravos nos séculos 18 e 19, a Santa Clara demandou, na sua edificação, centenas de escravos. (Com informações de Gustavo Werneck)


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