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Estado de Minas

Processo para beatificação de Dom Luciano começa na quarta-feira

Para que o ex-arcebispo de Mariana seja reconhecido como beato será necessário comprovar que o religioso levou vida virtuosa


postado em 26/08/2014 06:00 / atualizado em 26/08/2014 08:36

Dom Luciano na celebração dos seus 25 anos de bispado em Mariana: primeira fase do processo de beatificação ocorre na diocese da cidade histórica de Minas, onde o religioso atuou por 18 anos(foto: Cristina Horta/ EM/D.A Press. 5/5/01 )
Dom Luciano na celebração dos seus 25 anos de bispado em Mariana: primeira fase do processo de beatificação ocorre na diocese da cidade histórica de Minas, onde o religioso atuou por 18 anos (foto: Cristina Horta/ EM/D.A Press. 5/5/01 )
O ex-arcebispo de Mariana, dom Luciano Mendes de Almeida, homem que trabalhou pelos pobres e na defesa dos direitos humanos, começa amanhã a ser reconhecido como beato. O processo de beatificação antecede ao de canonização, ou se tornar santo. A arquidiocese instalará o tribunal eclesiástico durante missa solene na Catedral da Sé, em Mariana, lembrando a data em que ele morreu, em decorrência de falência múltipla dos órgãos em 2006. “Ainda estamos na fase de preparação para abertura do processo na diocese”, antecipou nessa segunda-feira monsenhor Roberto Natali, vigário judicial que será anunciado amanhã como advogado da causa de dom Luciano.

Para que dom Luciano Mendes de Almeida seja beatificado, será necessário comprovar, por meio de documentos e de depoimentos, que o religioso levou vida virtuosa, ou seja, colocou em prática as virtudes cristãs – fé, esperança, amor, prudência, fortaleza, temperança, pobreza, humildade, obediência e castidade. “Se não todas, pelo menos as três principais virtudes: amor a Deus e às pessoas, fé e esperança. Essa primeira fase do processo ocorre na diocese de Mariana, onde dom Luciano atuou por 18 anos. A segundo fase, que é decisiva, será em Roma”, diz o postulador. Desde já, dom Luciano se torna servo de Deus.

Não há prazo determinado para a conclusão da primeira fase do processo, mas a previsão é que deve demorar. Para este ano, já está descartado. “É um volume grande de informações que nossa comissão histórica irá coletar e anexar. Dom Luciano Mendes escreveu e publicou muito. Só na Folha de S. Paulo foram mais de 1 mil artigos, além de mais de 30 conferências para ser digitalizadas, e palestras em retiros no Brasil e em Roma, onde trabalhou por muito tempo na Companhia de Jesus, dos 17 aos 45 anos de idade”, revela monsenhor Natali. Nascido no Rio de Janeiro, Luciano Pedro Mendes de Almeida tornou-se jesuíta ainda jovem e se destacou no trabalho com detentos nas cadeias em Roma.

(foto: Arquidiocese de Mariana/Divulgação )
(foto: Arquidiocese de Mariana/Divulgação )
MILAGRES

Se a documentação passar pela aprovação de Roma, com um decreto do Papa Francisco, dom Luciano passa a ser venerável. Com esse título, se ficar comprovado um milagre alcançado pela intercessão dele,o religioso é reconhecido como beato. Em seguida, a comprovação de um segundo milagre levaria ao título de santo. “Não acredito que o fato dele ser jesuíta, como o Papa Francisco, possa agilizar o processo de beatificação de dom Luciano, que, graças a Deus, está começando agora. Já é um grande passo colocar a vida de dom Luciano em foco”, afirma.

Para se ter uma ideia da demora dos processos, já se completaram 170 anos do nascimento de Antônio Ferreira Viçoso (1787-1875), dom Viçoso, ex-bispo de Mariana, e também enterrado na cripta da Catedral da Sé em Mariana. Servo de Deus, está há mais de 100 anos em processo de beatificação. Segundo monsenhor Natali, o maior desafio será reunir os casos das pessoas mais humildes, mendigos e doentes, de quem dom Luciano costumava cuidar pessoalmente nos hospitais. “Depois de um dia inteiro de trabalho nos afazeres como bispo, ele saía em silêncio e ia a pé socorrer drogados e doentes nos hospitais. São registros que só podem ser encontrados no livro da vida, direto com Deus”, diz o vigário judicial.


Memória

O jesuíta


Natural no Rio de Janeiro, onde nasceu de família nobre em 5 de outubro de 1930, dom Luciano era jesuíta e foi bispo auxiliar do cardeal dom Paulo Evaristo Arns, em São Paulo, antes de ser nomeado arcebispo de Mariana, em 1988. Foi secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) durante oito anos e, em seguida, presidente da entidade por outros oito anos. Morreu de câncer no Hospital das Clínicas, em São Paulo, em 27 de agosto de 2006. Tem fama de santo, como comprovam as centenas de visitas ao seu túmulo, onde as pessoas depositam flores, fotografias e bilhetes com agradecimentos e pedidos de intercessão.


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