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Estado de Minas SAVASSI

Comerciantes contabilizam prejuízos após ficarem mais de 21h sem energia elétrica em BH

Pelo menos cinco lojas, incluindo sorveteria, salão de beleza e uma espeteria, ficaram sem energia elétrica. Apenas um dos donos alega ter perdido R$ 26 mil em produtos


postado em 01/08/2014 16:07 / atualizado em 01/08/2014 18:40

Técnicos da Cemig conseguiram resolver o problema apenas às 14h30(foto: Gabriel Cohen Persiano)
Técnicos da Cemig conseguiram resolver o problema apenas às 14h30 (foto: Gabriel Cohen Persiano)

Comerciantes da Avenida Getúlio Vargas, no quarteirão entre a Rua Viçosa e a Avenida do Contorno, na Savassi, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, amargam prejuízos e se mostram revoltados com a Cemig. Pelo menos cinco lojas, incluindo sorveteria, salão de beleza e uma espeteria, ficaram mais de 21 horas sem energia elétrica. Apenas um dos donos alega ter perdido R$ 26 mil em produtos. Os lojistas reclamam da omissão da empresa de energia que chegou a enviar duas vezes técnicos ao local, mas que não era habilitados para o tipo de serviço. Conforme a Companhia, o problema foi causado por caminhões de uma obra que esmagaram os cabos de baixa tensão.

O dia de trabalho seguia normalmente nessa quinta-feira quando, por volta das 16h50, um curto-circuito assustou os comerciantes. “Sentimos uma vibração e as luzes começaram a oscilar. Depois, começou a sair fumaça dos bueiros da rua”, explica Gabriel Cohen Persiano, dono da espeteria Tudo no Espeto e da sorveteria La Basque. Dez minutos após o ocorrido, o empresário fez o primeiro acionamento à Cemig. “Contei o que aconteceu e eles me deram um prazo de quatro horas para resolver o problema. Retornei quando faltava um prazo de uma hora e meia para o fim e me informaram que até 21h estava resolvido”, disse.

A angústia durou a madrugada inteira. Gabriel afirma que ligou pelo menos outras cinco vezes para a Cemig cobrando a presença de técnicos da empresa para resolver o problema. Os funcionários chegaram até ir ao local em duas ocasiões, mas a energia não foi estabelecida. “Por volta das 23h, um carro veio, mas o funcionário nem chegou a descer do carro, pois informou que sua especialidade era em cabeamento aéreo. Como a situação foi embaixo da terra, não pôde fazer nada. Depois de eu ligar novamente, a Cemig mandou outro carro. Desta vez, o técnico desceu e comprovou que estava saindo fumaça dos bueiros. Porém, ele também era especialista em cabeamento aéreo e não pôde fazer nada”, comentou, indignado, o empresário.

Comerciante teve que jogar potes de sorvete fora(foto: Gabriel Cohen Persiano)
Comerciante teve que jogar potes de sorvete fora (foto: Gabriel Cohen Persiano)
Na manhã desta sexta-feira, Gabriel Persiano foi até uma das agências da Cemig, na Rua Carijós, e mostrou todos os protocolos das ligações. Somente depois do atendimento, por volta das 9h15, é que funcionários começaram a resolver o problema. A energia só foi restabelecida por volta das 14h30, mais de 21 horas depois do ocorrido.

Prejuízos

O grande tempo sem energia elétrica trouxe prejuízos ao empresário. “Meu prejuízo gira em torno de R$ 26 mil. Tive que jogar fora 183 latões de cinco litros de sorvete e outros 131 potes de 700 ml do produto. Além disso, na espeteria, coloquei a mercadoria de churrasco no freezer que estava mais gelado. Um especialista está vindo até a loja para avaliar se os espetos estão aptos para consumo”, comentou.

O prejuízo também foi contabilizado em outras lojas. Em um salão de beleza, alguns clientes que estavam no local no momento do apagão, tiveram de ir embora. Outras foram remarcados. “O atendimento ficou comprometido, porque a eletricidade no salão é essencial para a escova de cabelo e para fazer as unhas. Esse problema acarretou um grande prejuízo porque os clientes marcam horário de acordo com a disponibilidade e muitas pessoas não podem vir mais”, disse Raquel Mourão, filha da proprietária.

Direitos
Por causa dos prejuízos causados com a queda de energia, os comerciantes pretendem recorrer à Justiça para reaver os valores. “Questionei a Cemig sobre o ressarcimento e eles disseram que não vão pagar e que isso só ocorre judicialmente. Já pedi toda a conversa gravada para entrar na Justiça”, disse Persiano.

A advogada Eliane Figueiredo especialista em direito do consumidor, informou que a empresa tem a obrigação de ressarcir os lojistas. “As pessoas têm que fazer uma relação de tudo que perderam por causa da queda de energia. Depois que documentar os prejuízos, tem que ir na Cemig e ela reembolsa. Além disso, podem solicitar o abatimento na conta do tempo que ficou sem luz”, afirma.

Ao ser questionada sobre a negativa da Cemig em não fazer o reembolso, a defensora informou que o caminho é procurar a Justiça. “A energia elétrica é um bem de primeira necessidade e a responsabilidade da empresa. Isso acontece porque não tem um órgão fiscalizador que vai puni-la”, comentou.

Resposta da Cemig


De acordo com a Cemig, a a falha no fornecimento de energia aconteceu por causa do esmagamento de cabos de baixa tensão que passam no banco de dutos instalado sob os passeios públicos da região Centro-Sul de Belo Horizonte. O excesso de peso de um caminhão envolvido em obra de construção civil naquela área teria esmagado os dutos e danificado os cabos.

Ainda conforme a empresa, a primeira solicitação de reparo foi registrada nos canais de atendimento da Companhia por volta das 17h15 de ontem e uma equipe foi enviada ao local. Segundo a nota, foi necessário contatar uma segunda equipe – especializada – para reparar os danos causados à rede. Devido à complexidade do trabalho, o fornecimento de energia foi restabelecido no início da tarde, por volta das 14 horas.


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