(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Cai o número de mortes na BR-381 entre Belo Horizonte e São Paulo

De janeiro a junho deste ano, foram 64 mortes, segundo a empresa que administra a via, contra 92 registradas no mesmo período de 2013


postado em 29/07/2014 06:00 / atualizado em 29/07/2014 06:57

Radares flagram excesso de velocidade, mas ainda não estão multando(foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)
Radares flagram excesso de velocidade, mas ainda não estão multando (foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)

A Rodovia Fernão Dias, que liga Belo Horizonte a São Paulo, registrou este ano o menor número de mortes em um semestre desde que foi concedida à iniciativa privada, em 2008. De janeiro a junho deste ano, foram 64 mortes, segundo a Autopista Fernão Dias, que administra os 562 quilômetros da estrada, incluindo os 474 em Minas. Em comparação com mesmo período de 2013, houve queda de 30% nas 92 mortes, segunda maior redução percentual entre semestres iguais nos seis anos de concessão.

Os acidentes tiveram a maior queda no período (22%), caindo de 5.203 nos seis primeiros meses de 2013 para 4.056 em 2014. Especialistas e a concessionária acreditam que os 19 radares – 13 em Minas Gerais –, instalados com atraso e prontos para multar desde o fim de fevereiro, representam a principal explicação para a redução.

Apesar de o convênio entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) ainda não ter sido firmado para flagrar infrações, os radares estão operando e registram todos os carros que passam acima da velocidade. Apenas nos 13 equipamentos de Minas Gerais, mais de 88 mil veículos passaram acima da velocidade desde abril, conforme mostrou o EM há dois meses. Em maio, os registros caíram para pouco mais de 82 mil, mas, no mês passado, subiram, chegando a quase 105 mil por excesso de velocidade. As estatísticas de três meses mostram que a cada minuto dois veículos passam acima do limite no trecho mineiro da Fernão Dias.

Em setembro do ano passado, a ANTT assinou um termo de ajustamento de conduta (TAC) com as concessionárias de rodovia para garantir o cumprimento de medidas de prevenção em atraso. No caso da Autopista Fernão Dias, foram identificadas 105 ações atrasadas, incluindo o controle eletrônico de velocidade. A empresa atrasou novamente o início da implantação do sistema conforme cronograma do TAC, mas concluiu tudo até 28 de fevereiro, conforme previsto, e deu a largada para o funcionamento em fase de testes.

AVISOS Desde abril a operação está consolidada, inclusive com avisos ao longo da rodovia alertando que os aparelhos estão funcionando. A estimativa da ANTT e da PRF era que em junho o convênio entre os órgãos estivesse pronto para vigorar, mas até hoje nada. Mesmo assim, o mestre em engenharia de transportes pelo Instituto Militar de Engenharia do Rio de Janeiro, Paulo Rogério Monteiro, afirma que a instalação do sistema já inibe os imprudentes. “Ainda não podemos afirmar que há uma tendência de queda, pois os números oscilam bastante. Mas o fato de o poste estar instalado na rodovia faz os motoristas diminuírem a velocidade”, afirma. “Se esses equipamentos forem colocados nos pontos críticos de acidentes, têm condição de dar uma resposta à violência”, completa.

O diretor-superintendente da Autopista, Helvécio Tamm, diz que algumas ações ficaram atrasadas por vários fatores, como problemas com licenças ambientais até falha da própria empresa. Mas afirma ter certeza de que se for feita uma comparação da situação atual com outros períodos, motoristas perceberão melhoria significativa e excelentes condições de circulação.

“Eu reputo essa diminuição das mortes e acidentes aos radares, que foram colocados nos pontos mais críticos, principalmente de serras, e também à falta de chuva. Em janeiro e fevereiro deste ano, choveu pouco”, afirma Tamm. Ele diz ainda que em 95% dos casos os acidentes são causados por falhas humanas: “Há casos em que o motorista está em uma reta e sai da pista. Ou também aqueles acidentes provocados pelo consumo de álcool ou outras drogas”.

Acostumado a viajar pelas rodovias mineiras, o advogado Thiago Barros, de 30 anos, considera a Fernão Dias a melhor estrada do estado e por isso ela acaba encorajando motoristas a abusar da velocidade. “Quando se tem boas condições de tráfego, tem que ter o radar para obrigar as pessoas a respeitarem. No caso da Fernão Dias, existem lugares muito perigosos, como a serra de Igarapé (Grande BH) e o trecho urbano muito movimentado de Contagem e Betim”, lembra.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)