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Estado de Minas

Polícia desconsidera laudo da Cowan em investigação sobre queda de viaduto

Em entrevista coletiva realizada na tarde desta sexta-feira, a Polícia Civil informou detalhes das investigações sobre o desabamento do viaduto da Avenida Pedro I


postado em 25/07/2014 16:09 / atualizado em 25/07/2014 18:27

Máquinas ainda trabalham no local do desabamento para retirar os escombros do viaduto(foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Máquinas ainda trabalham no local do desabamento para retirar os escombros do viaduto (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)

A Polícia Civil já ouviu 53 pessoas no inquérito que investiga a queda de uma das alças do Viaduto Batalha dos Guararapes, na Avenida Pedro I, em Venda Nova. Em entrevista coletiva, realizada na tarde desta sexta-feira, o delegado Hugo e Silva, da 3ª Delegacia Regional, responsável pelo caso, e o perito da Seção Técnica de Engenharia Legal do Instituto de Criminalística, Marco Antônio Paiva, afirmaram que o laudo da empresa Cowan, divulgado nesta semana, que aponta erros no projeto executivo, não será levado em consideração.

O estudo foi feito por uma equipe de engenheiros e calculistas contratados pela Cowan, responsável pela obra, para tentar chegar às causas do desabamento. A análise preliminar indicou falhas no projeto executivo. O bloco que sustentava um dos pilares da estrutura foi construído com um décimo da ferragem necessária.

De acordo com o perito Marco Antônio Paiva, a polícia já requisitou o estudo, mas ele não será usado nas investigações. A polícia quer tirar suas próprias conclusões sobre o caso sem a influência das partes envolvidas. “Esse laudo da Cowan não terá peso algum na conclusão da perícia da Polícia Civil”, afirmou.

Os trabalhos preliminares feitos pela Seção Técnica de Engenharia Legal do Instituto de Criminalística confirmaram que o bloco do viaduto não suportou o peso e se rompeu. Duas das 10 estacas da estrutura afundaram junto com o pilar central. Porém, novas análises serão feitas. “Só iremos conseguir chegar a uma conclusão quando escavarmos o entorno do pilar que afundou. A ideia é escavar aproximadamente três metros e meio de profundidade até chegar na cabeça das estacas fincadas nesse bloco”, explicou o perito.

Nesta fase, os peritos também irão quebrar o bloco para detectar a quantidade de aço usada na obra, já que o laudo da Cowan indicou uma quantidade de ferro bem abaixo do necessário. Os policiais também informaram que estão refazendo todos os cálculos do projeto executivo feito pela Consol Engenheiros Consultores.

Antes de fazer as escavações, é necessário retirar os escombros que ainda restam no local. Conforme a Polícia Civil, os trabalhos de limpeza devem ser feitos até no máximo quarta-feira na próxima semana.

Depoimentos

O delegado Hugo e Silva afirmou que das 53 pessoas ouvidas entre elas estão funcionários da Cowan e representantes da Consol. Conforme o policial, ninguém da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) prestou depoimento, mas “todos os envolvidos na obra devem dar esclarecimentos”.

As pessoas que forem consideradas culpadas irão responder por dois homicídios e 23 lesões corporais.


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