A Polícia Militar (PM) está apurando uma denúncia de toque de recolher no Jardim Municipal Alessandra Sallum Cadar, na Região de Venda Nova Belo Horizonte. De acordo com a corporação, a disputa entre gangues de tráfico de drogas pode ser o motivo do clima tenso na divisa dos bairros Jardim Europa e Jardim Comerciários.
De acordo com o tenente Sidney Oliveira, da 14ª companhia do 49º Batalhão da PM, a insegurança na região começou no último domingo com o assassinato do traficante Victor Henrique Monteiro, o Vitinho, de 20 anos. O jovem, conhecido pela corporação pela prática de vários crimes, foi morto a tiros e testemunhas apontaram um suspeito para o crime.
Conforme o boletim de ocorrência da PM, Victor estava em uma festa com barraquinhas no Bairro Jardim Europa, quando brigou com outro rapaz. Eles estariam cheirando loló juntos, mas se desentenderam. O rival atirou contra Victor que, mesmo socorrido por militares ao hospital, morreu. Segundo o tenente Oliveira, o atirador também é conhecido da PM por atuar no tráfico da região e tem um mandado de prisão em aberto.
No dia seguinte ao crime, o clima ficou muito tenso na área. Os familiares de Victor pediriam apoio policial no velório e enterro porque temiam atuação de traficantes rivais ou qualquer ação de guerra por causa da morte do rapaz. Uma viatura da PM fez a segurança nas cerimônias de despedida dos parentes.
O suspeito de matar Victor fugiu do local do crime e tudo indica que foi acobertado pela mãe, ficando escondido em um barracão da região. Mesmo assim, a polícia não conseguiu encontrá-lo. A confusão ficou ainda maior quando um traficante parceiro de Victor resolveu vingar o assassinato. No entanto, esse traficante procurou o homem errado e atirou contra Diogo Domingues Bernardes, o “Kevin Bacon”, 24 anos, pensando ser este o autor do homicídio contra Victor. Diogo ainda está internado, sob monitoramento da PM que acompanha o caso de perto.
“Chegamos a ouvir testemunhas do crime contra Diogo e pegamos informações que nos levaram a abafar esta disputa entre as gangues para trazer tranquilidade à região”, afirma o tenente Oliveira. Mesmo assim, a escola Alessandra Sallum Cadar está fechada e há suspeita de determinação de traficantes.
A polícia está na escola na manhã desta sexta-feira para apurar os fatos e tentar relacionar o fechamento com os crimes, pois não recebeu qualquer chamado da diretoria sobre toque de recolher. Tudo indica que os envolvidos estudaram no local, por isso houve a proibição de aulas.
A Secretaria Municipal de Educação informou que o fechamento da escola foi uma ação preventiva da diretora e que não houve ameaças de traficantes. Informou que a morte de Victor criou um “clima pesado e tenso no bairro”. Como a escola fica perto da casa do jovem morto, a diretoria decidiu suspender as aulas até segunda-feira com precaução para seguranças das 276 crianças, entre 3 e 5 anos, que estudam na unidade. As aulas serão repostas em breve.