Coleta seletiva inexpressiva, desafios no tratamento de resíduos sólidos e excesso de carros particulares nas ruas representam os maiores gargalos da sustentabilidade em Belo Horizonte. São esses os principais desafios que a cidade enfrenta para evitar a contaminação do solo e da água, a emissão excessiva de gases tóxicos na atmosfera e a poluição do ar. Para encontrar soluções, a capital tem buscado aprender com experiências internacionais bem-sucedidas, como a de oito municípios em Portugal que têm 100% de coleta seletiva implantada. Realidade bem distante da observada em BH, onde apenas 10% dos bairros têm o sistema. Outra inspiração vem de Copenhague, na Dinamarca, onde 75% da energia vem de fontes verdes, como biogás, energia eólica e queima de restos da poda de árvores. Esses e outros projetos internacionais foram apresentados na manhã de ontem, na sede da prefeitura, pelo vice-prefeito Délio Malheiros e técnicos que viajaram ao exterior para conhecer os projetos.
Além de mostrar as iniciativas colhidas em congressos, seminários e encontros internacionais, especialmente na Europa e na América Latina, os “embaixadores” de Belo Horizonte também apresentaram projetos de sucesso na área da sustentabilidade. “Sempre divulgamos boas práticas de nossa cidade, mas ainda temos muitos problemas e desafios que precisamos enfrentar”, afirma o vice-prefeito Délio Malheiros. Segundo ele, o BH Mais Verde, iniciativa que prevê o plantio de 54 mil árvores até o fim do ano, tem destaque, bem como o inventário de árvores, que, além de catalogar os cerca de 465 mil espécimes, analisou o estado de conservação dessas plantas e fez intervenções.
SINAIS O uso de lâmpadas de LED (sigla em inglês para diodo emissor de luz) – mais eficientes e econômicas – nos semáforos de Belo Horizonte foi também um exemplo positivo. A medida reduz o consumo de energia e garante maior durabilidade, já que as lâmpadas se queimam menos que as convencionais.
Na área de energia solar, Malheiros afirma que Belo Horizonte é considerada a capital nacional que mais se destaca. “Temos 1 milhão de metros quadrados de placas de energia solar em BH. Indiscutivelmente, é uma energia limpa e mais indicada do ponto de vista ecológico”, diz o vice-prefeito, que acumula o cargo de secretário de Meio Ambiente. Segundo ele, países da Europa não têm, proporcionalmente, a metade da utilização da energia solar que a capital mineira registra.
De acordo com o vice-prefeito, a Espanha está aderindo à tecnologia, mas o governo taxa cidadãos que têm energia solar em casa, e Portugal ainda usa a fonte solar de forma insipiente. “No Brasil, são 18 metros quadrados de placas para cada grupo de 1 mil habitantes. Minas tem média de 40 metros quadrados e BH está à frente, com 400 metros quadrados para cada grupo de 1 mil habitantes”, explica.
Ainda segundo Malheiros, os encontros internacionais são importantes pois, além da troca de experiência, atraem
investimentos para a cidade, abrem portas para o turismo e ajudam a cidade a superar metas no setor de sustentabilidade.