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Estado de Minas

Inventário das árvores de Belo Horizonte sairá atrasado e mais caro

Foram catalogadas 184,3 mil árvores de um total estimado de 465 mil


postado em 13/04/2014 06:00 / atualizado em 13/04/2014 07:22

Além de atrasado, o inventário das árvores de Belo Horizonte, que está catalogando as espécies da capital, agora vai ficar duas vezes mais caro. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) vai reajustar o preço do serviço prestado pela Universidade Federal de Lavras (Ufla) e estuda pagar o dobro do valor por exemplar. O custo deve pular de R$5,11 por árvore para R$10,20. De acordo com a secretaria, ao longo da execução, o trabalho se revelou mais lento do que se imaginava e, por isso, a necessidade de alterar a remuneração.


Até agora, o inventário já catalogou 184,3 mil árvores de um total estimado de 465 mil exemplares em Belo Horizonte. “Infelizmente, tivemos problemas de roubo de equipamentos e os técnicos tiveram que ser acompanhados pela Guarda Municipal. Com isso, o ritmo diminuiu 50% e gerou um descompasso no projeto”, explica a gerente de gestão ambiental da SMMA, Márcia Mourão. “O inventário ainda está muito devagar”, assume.

O trabalho foi iniciado em 2011 e, inicialmente, a previsão era concluí-lo em um ano, mas agora a secretaria já não fala em prazos. Desde então, os técnicos passaram pelas regiões Leste, Oeste e Noroeste e estão agora na Região Centro-Sul. Eles analisam as condições do tronco, copa, altura, espécie, entre outros dados importantes. Pelos resultados obtidos, 58,7% das árvores estão em passeios, 32% se encontram nos afastamentos frontais de lotes e o restante (9,3%), em praças e canteiros centrais. Árvores em quintais não entram no levantamento. As espécies mais comuns detectadas até agora são murta, sibipiruna, quaresmeira, licuri, ipê rosado, leucena, fícus benjamin, bauhínia, resedá e castanheira.

O presidente da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (Sbau), André Duarte Puente, conta que o inventário das árvores em Porto Alegre identificou que 10% delas, cerca de 100 mil exemplares, estavam comprometidos. “A partir disso, eles adotaram um plano de manejo, com a substituição das árvores mortas”, lembra. Segundo ele, cada cidade tem uma capacidade de resposta para receber novas mudas e esse planejamento requer estudo individualizado. Mas, independentemente de onde, ele ressalta a importância da arborização. “Túneis verdes são ilhas de frescor. As árvores trazem um conforto ambiental, efeito paisagístico e ainda absorvem a poluição por meio das folhas”, explica.

Amante do verde, a presidente da Associação dos Moradores dos Bairros São Luís e São José, Juliana Renault, não tem dúvidas dos benefícios proporcionados pelas árvores e fez da causa uma de suas bandeiras de luta. “O que percebemos em BH é que há um plano para o plantio, mas não para o cuidado frequente”, reclama. Para tentar deslanchar um projeto antigo do paisagista Burle Marx (1909-1994) e plantar espécies correspondentes aos nomes das ruas do Bairro São Luís, ela mesma comprou mudas de bauhínias para embelezar a rua. “Estou molhando o quarteirão inteiro”, conta Juliana, que não se conforma com a derrubada das árvores do Mineirão.

Saiba mais
Ecossistemas
Cada árvore na cidade funciona como um ecossistema, formando hábitat rico no seu entorno. Nela, moram sabiás, almas de gato, bem-te-vis, entre outros pássaros importantes para o combate de insetos nocivos. Além disso, os espécimes são armas importantes do ponto de vista climático e da qualidade do ar. Por meio da fotossíntese, eles ajudam na renovação do ar e as folhas ajudam a aderir as sujeiras que ficam em suspensão na atmosfera.


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