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Estado de Minas

Manifestantes estão com o pé nas ruas e o olho na Copa

Governo se prepara para negociar e evitar transtornos. Polícia Rodoviária Federal em Minas elaborou manual para lidar com manifestações


postado em 31/01/2014 06:00 / atualizado em 31/01/2014 07:09

TRANSPORTE - Protesto por redução do preço das passagens de ônibus começou na Avenida Afonso Pena e se estendeu para a Estação Central, onde PM impediu a invasão dos manifestantes(foto: MARCOS VIEIRA/EM/D.A PRESS)
TRANSPORTE - Protesto por redução do preço das passagens de ônibus começou na Avenida Afonso Pena e se estendeu para a Estação Central, onde PM impediu a invasão dos manifestantes (foto: MARCOS VIEIRA/EM/D.A PRESS)

As manifestações nas ruas durante a Copa das Confederações, no ano passado, foram prenúncio do que viria em 2014, com a realização da Copa do Mundo no Brasil, prato cheio para protestos. Não foi preciso nem um mês para as previsões se confirmarem. Nessa quinta-feira, houve protestos no Centro de Belo Horizonte,  em Contagem, na região metropolitana, e no interior, principalmente por redução do preço das passagens de ônibus, que gerou a grande mobilização em 2013. Há 15 dias, moradores da Vila da Luz, no limite de BH com Sabará, interditaram a BR-381, para reclamar de demolição de casas e cobrar a revitalização do Anel Rodoviário. De olho na Copa, a Polícia Rodoviária Federal em Minas elaborou manual para lidar com manifestações e está se reunindo com representantes da corporação de outros estados para aperfeiçoar técnicas de negociação e discutir a formação de novos grupamentos de choque. Já a BHTrans, em acordo com a Polícia Militar e a Guarda Municipal, pretende manter a orientação de restringir manifestantes em uma pista para evitar congestionamentos.


No fim da tarde de ontem, cerca de 120 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, se concentraram na Praça Sete, no Centro de BH, e seguiram para a frente da prefeitura, na Avenida Afonso Pena, para cobrar redução das tarifas de ônibus, considerando que o Executivo cancelou o Custo de Gerenciamento Operacional (CGO) pago pelas concessionárias de transporte. No início da noite, os manifestantes saíram em passeata até a Estação Central do metrô, onde alguns conseguiram descer a escadaria da entrada principal. Mas a grande maioria foi barrada por uma fileira de policiais do Batalhão de Choque. Houve bate-boca e empurrões. Uma parte do grupo correu para um acesso lateral da estação, e a polícia usou spray de pimenta para evitar a entrada, segundo o capitão Tiago Botelho, do Batalhão de Eventos.

Na confusão, cerca de 20 manifestantes conseguiram pular as catracas da estação. Segundo André Veloso, um dos organizadores do ato e integrante do coletivo Assembleia Popular Horizontal, o objetivo era concluir o protesto entrando no metrô sem pagar, já que uma das reivindicações era a implantação da tarifa zero. PMs desceram a escadaria e formaram nova fileira depois das catracas. “Quisemos evitar uma invasão em massa”, explicou o capitão Botelho. A PM teve o apoio de agentes da Polícia Federal Ferroviária. Apesar do tumulto, o metrô funcionou normalmente. Ninguém foi preso ou ficou ferido.

Em Uberaba, no Triângulo, manifestantes também foram às ruas em protesto pacífico para contestar o aumento de passagens  anunciado pela prefeitura. O movimento durou duas horas, na Praça Rui Barbosa, no Centro, segundo a PM.

Passeata - Funcionários dos Correios fizeram manifestação para reclamar de mudanças no plano de saúde da categoria(foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)
Passeata - Funcionários dos Correios fizeram manifestação para reclamar de mudanças no plano de saúde da categoria (foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)

Ainda na manhã de ontem, funcionários dos Correios suspenderam o trabalho e foram às ruas de BH protestar contra as mudanças no plano de saúde da categoria. Segundo o sindicato da categoria, os trabalhadores rejeitam a mudança no plano, que hoje só é cobrado quando há demanda por algum serviço. O grupo não quer que empresas privadas assumam o plano e cobrem mensalidade, mesmo sem demanda. Os manifestantes saíram do edifício dos Correios na Afono Pena e foram até o ambulatório da instituição, na Avenida Assis Chateaubriand, retornando para o ponto inicial. Houve bloqueio de tráfego. Cerca de 400 pessoas participaram do protesto, que deve continuar hoje cedo.
Em nota, os Correios informaram que cumprem decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre planos de saúde, garantindo todos os benefícios. Segundo o texto, a paralisação não foi grande e as agências funcionaram normalmente.

Em Contagem, moradores de uma vila fecharam a Via Expressa entre os bairros Perobas e Parque São João para cobrar desativação de um depósito de lixo. A interdição começou por volta das 8h. Parte dos moradores da Vila Beatriz puseram fogo em pneus e fecharam a circulação no sentido BH. Eles querem a retirada de um lixão que, segundo eles, exala mau cheiro e põe a saúde em risco. O trânsito foi liberado no fim da manhã. Os manifestantes também pediram  implantação de um posto de saúde na vila.

Por meio de nota, a Prefeitura de Contagem informou que uma equipe foi enviada para avaliar o depósito de lixo, mas garantiu que o local recebe entulhos da construção civil em caráter temporário para reciclagem e que não há odor forte. Sobre o posto de saúde, informou que há duas unidades  para atender moradores da Vila Beatriz nos bairros Parque São João e Eldorado.

MANUAL PARA PROTESTOS

O chefe de comunicação da PRF/MG, inspetor Aristides Júnior, informou que a linha de atuação da corporação será mantida: “Aprendemos muito com as manifestações do ano passado e a orientação é sempre negociar, sem confronto”. A corporação, no entanto, busca se aprimorar. “Elaboramos um manual e estamos tendo várias reuniões para traçar estratégias melhores nas manifestações em rodovias”, acrescentou. A formação de mais grupamentos de choque é outra novidade. Hoje são dois grupos, no Rio e em Brasília. “Vamos aumentar o efetivo e avaliar em quais estados será necessário”, afirmou.

Já a BHTrans informou que mantém reuniões de rotina com a PM e a Guarda Municipal. A orientação em protestos é manter os manifestantes em uma pista para evitar congestionamentos. No ano passado, a prefeitura conseguiu liminar para limitar a apenas um terço da pista o espaço para manifestações que ocorreram em maio.

    Como ficou?

Cobranças feitas em 2013

Sem novas passarelas

Algumas reivindicações levadas às ruas nas manifestações de 2013 ainda nem mesmo saíram da promessa. Um exemplo é a instalação de novas passarelas no Anel Rodoviário, em Belo Horizonte, que depende do início das obras de revitalização da via. Mesma situação é enfrentada na BR-381, na altura do Bairro Citrolândia, em Betim, na Grande BH. Apesar de no trecho de três quilômetros existirem três passarelas, moradores cobram novas travessias. Em Sabará, na mesma região, as melhorias pedidas para o transporte público no Bairro General Carneiro não avançaram, bem como não foi construída a passarela na BR–040, altura do Bairro do Pires, em Congonhas, na Região Central. Neste caso, a aprovação do projeto previsto para outubro só ocorreu em janeiro. As obras estão em fase de licitação e devem ser concluídas até julho, segundo a prefeitura.


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