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Estado de Minas

Médicos já estão a postos para trabalhar em Minas

Contratados pelo governo federal, profissionais se apresentam às prefeituras de Minas e começam a trabalhar, mas alguns não aparecem e outros desistem


postado em 03/09/2013 07:00 / atualizado em 03/09/2013 08:00

Selecionados para trabalhar em Belo Horizonte, Igor Carvalho defende a revalidação de diploma para estrangeiros(foto: Paulo Filgueiras/EM DA Press)
Selecionados para trabalhar em Belo Horizonte, Igor Carvalho defende a revalidação de diploma para estrangeiros (foto: Paulo Filgueiras/EM DA Press)
Os 71 profissionais formados no Brasil e indicados para Minas Gerais pelo programa Mais Médicos deveriam ter se apresentado ontem às prefeituras dos 41 municípios onde trabalharão. Porém, pelo menos sete não apareceram, dois desistiram e um informou não saber se continuará participando. Na Grande BH, dois começaram a atuar ontem, seis trabalham hoje e os nove da capital, na próxima semana, após curso de capacitação. Alguns deles fazem críticas ao programa e defendem a revalidação do diploma de colegas graduados no exterior.

Se quiserem continuar no programa, os bolsistas que não se apresentaram ontem precisarão justificar a ausência aos municípios, segundo o Ministério da Saúde. A Prefeitura de Caratinga, no Vale do Rio Doce, informou que nenhum dos cinco médicos que deveria receber marcaram presença ontem. O mesmo ocorreu com o indicado para Betim e com o de Sabará, na Grande BH.

Segundo a Secretaria de Saúde de Betim, o médico tinha pedido auxílio-moradia e o órgão ofereceu residência no Bairro Colônia Santa Isabel, mas ele ainda não se posicionou sobre a oferta. Em Sabará, o profissional não fez contato nenhum, segundo a secretária municipal de Saúde, Roseli da Costa Oliveira. “Não temos certeza se vamos recebê-lo”, acrescentou. O bolsista atenderia de 3,5 mil a 4 mil pacientes, segundo Roseli.

Em Raposos, também na Grande BH, o médico indicado acabou desistindo. “Na quinta-feira, ele me ligou e disse que não viria mais. Alegou que não tem disponibilidade para trabalhar 40 horas semanais, carga horária do Mais Médicos”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Rômulo Morato dos Santos. O profissional atenderia a pelo menos 4 mil pacientes. “Ficamos frustrados. Temos duas equipes de saúde da família, mas o ideal seriam cinco ou seis”, avaliou.

Em Ubá, na Zona da Mata, uma médica informou a desistência na semana passada. Os outros cinco se apresentaram ontem. “Eles conheceram as equipes que vão integrar e os locais de trabalho. Começam a atender amanhã”, relatou o secretário de Saúde, Cláudio Ponciano. Ao menos outros duas prefeituras, as de Ibiaí e Virgem da Lapa, já haviam tido desistências.

NA CAPITAL Na Grande BH, apenas os dois médicos de Nova União e Vespasiano começaram a trabalhar ontem. Seis devem iniciar o serviço hoje, em Contagem (2), Igarapé (1), Ribeirão das Neves (1), Itaguara (1) e Rio Acima (1). Em BH, os nove médicos se apresentaram e a partir de amanhã participarão de capacitação, segundo a Secretária Municipal de Saúde. Três bolsistas atuarão no Barreiro e dois em Venda Nova. Outras quatro regiões recebem um profissional: Nordeste, Noroeste, Norte e Pampulha.

Um dos médicos designados para BH disse ontem que não sabe se ficar no programa. Gustavo Coutinho Bacellar, de 28 anos, contou que trabalha há dois anos como clínico geral em centro de saúde de Venda Nova. “Entraria de férias no dia 4. Quero começar a trabalhar só quando voltar. Se não puder, vou continuar no atual emprego”, contou.

DESISTÊNCIAS O secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, admitiu a possibilidade de mais desistências. “É impossível prever. Novos médicos poderão se inscrever nas próximas etapas”, ressaltou na manhã de ontem, ao participar de cerimônia de boas-vindas aos bolsistas da região metropolitana.

Ele reconheceu que o número de médicos escolhido para Minas é acanhado diante dos 1.806 pedidos dos 495 municípios que aderiram à primeira etapa. “É muito pequeno. Isso mostra que faltam médicos no país, principalmente nas periferias e nas cidades mais pobres.”

BH pediu 120 profissionais, lembrou o secretário municipal de Saúde, Marcelo Teixeira. “Vamos aguardar novas inscrições para ver se teremos mais médicos”, disse. Os bolsistas formados no Brasil devem começar até o dia 12. Se não cumprirem o prazo, serão desligados, segundo o ministério.


Por direitos trabalhistas

Médicos formados no Brasil e destinados à Grande BH defendem que os participantes do programa federal formados no exterior revalidem os diplomas e tenham certificados de proficiência em língua portuguesa. “A formação em outros países é diferente da que é dada no Brasil. Acho que vai haver muita dificuldade com o idioma”, constata Natália Gouvea Gaspar, de 25 anos, escolhida para a capital.

A opinião é a mesma de Igor Carvalho, de 24, e Gustavo Bacellar, de 28, também selecionados para a capital. “A revalidação é um processo que permite avaliar se os profissionais são competentes para trabalhar no Brasil, se têm conhecimentos suficientes”, analisa Igor. “A pessoa tem de ser habilitada pelo país onde vai exercer, além de precisar dominar o idioma local”, concorda Gustavo. Dirceu Carneiro de Faria Salgado, de 56, que atuará em Itaguara, reforça o coro: “A revalidação é fundamental. As formações são muito diferentes e não sabemos se todos são competentes. O processo dá mais segurança à população.”

Os bolsistas também se queixaram do fato de o programa não oferecer alguns dos benefícios existentes nos contratos formais de trabalho, como FGTS e 13º salário. “Não é correto o médico receber uma bolsa. Teríamos que ter todos os direitos”, diz Dirceu. “Isso é um defeito do programa”, apontou Gustavo. (TH)


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