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Estado de Minas

BH registra redução do número de fumantes acima da média nacional

Pesquisa do Ministério da Saúde mostra que em seis anos houve queda de 20% no número de fumantes com mais de 18 anos no Brasil. Belo Horizonte registrou redução ainda maior


postado em 30/08/2013 06:00 / atualizado em 30/08/2013 06:46

Quantidade de mulheres que consomem cigarros na capital mineira vem caindo, mas ainda está acima da porcentagem nacional(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press 6/3/12)
Quantidade de mulheres que consomem cigarros na capital mineira vem caindo, mas ainda está acima da porcentagem nacional (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press 6/3/12)


Fumar está fora de moda e os dependentes da nicotina estão se tornando parcela cada vez menor da população. Ontem, no Dia Nacional de Combate ao Fumo, o Ministério da Saúde divulgou dados da pesquisa Vigitel 2012 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), que mostram redução de 20% dos fumantes acima de 18 anos no Brasil. Nos últimos seis anos, eles passaram de 15% para 12% dos habitantes.

Em Belo Horizonte, a queda foi ainda maior, de 25%, com o percentual caindo de 16% para 12% da população. Apesar disso, a capital mineira continua entre as cidades com maior índice de adeptos do cigarro. Eles fumam mais que elas, mas em ambos os casos o número de dependentes caiu. Entre os homens, em BH, a queda foi de 21% para 15%, mesmo percentual da média brasileira. Já entre as mulheres, o índice caiu de 11% para 10% e ficou acima da média nacional, de 9%.

Dos que ainda consomem cigarros, muitos sonham em parar. É o que ocorre com o eletricista Israel de Oliveira Barbosa, de 52 anos, que tenta abandonar o fumo depois de mais 40 anos de dependência, com média três maços por dia. Há uma semana ele iniciou tratamento a laser e interrompeu o hábito que cultiva desde os 10 anos. Aprendeu a fumar vendo o pai – que, aliás, morreu de enfisema pulmonar. Foi a pedido da mulher que Israel procurou tratamento. “Queria parar, mas tinha medo de não conseguir”, explica.

As roupas completamente tomadas pelo cheiro de fumaça e as unhas sujas começaram a incomodar o eletricista. “Antes, todo mundo fumava. Agora, para acender um cigarro, vou longe para não ficar perto das outras pessoas. Você vai sentindo vergonha”, conta. Os remédios e o laser têm dado confiança ao eletricista. “A gente lembra toda hora, mas estou decidido”, diz.

O aumento do preço do cigarro foi um dos principais motivos para a redução do número de fumantes, de acordo com a presidente da Comissão de Controle do Tabagismo, Alcoolismo e Uso de Outras Drogas, da Associação Médica de Minas Gerais, Maria das Graças Rodrigues de Oliveira. “As políticas públicas que o país tem adotado também têm peso nessa queda, com leis de proibição de fumo em locais fechados e advertências nos maços. Mas é preciso melhorar. Em Minas Gerais, por exemplo, ainda se admite a existência do fumódromo”, afirma.

Riscos

Antes associado ao glamour e ao poder, o tabagismo representa problema grave de saúde. A médica explica que o fumo é a primeira causa de morte evitável do mundo, está associados a 30% de todos os tipos de câncer, a mais e 50 doenças, além de 90% dos casos de câncer de pulmão, 85% dos de bronquite crônica, 25% dos episódios de acidente vasculares cerebral (AVC) e de 25% dos casos de infarto agudo do miocárdio.

O tratamento dos fumantes é baseado em terapia cognitivo-comportamental, além do uso de medicamentos à base de nicotina. Se livrar da dependência pode ser mais simples do que se imagina. Segundo a especialista, 40% a 50% dos fumantes que não conseguem parar espontaneamente apresentam graus leves de dependência, com a possibilidade de abandonar o vício a partir de abordagens leves. “É importante frisar que o problema não é apenas o cigarro, há também cachimbo, charuto e até narguilé, que virou moda entre os adolescentes”, alerta Maria das Graças.

Fumo passivo

A Vigitel 2012 mostrou também que 12% da população de Belo Horizonte é fumante passiva no domicílio, sendo 11% entre homens e 14% entre mulheres. A frequência entre pessoas que fumam 20 ou mais cigarros por dia em BH é de 4% (5% homens e 3% mulheres). A capital com a maior concentração de fumantes é Porto Alegre (RS) com 18%, onde há maior percentual de pessoas que fumam 20 cigarros ou mais por dia (7%). Já a capital com o menor índice é Salvador (BA), onde 6% da população adulta diz ser fumante.


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