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Estado de Minas

Mulher vai comandar aeronaves do Corpo de Bombeiros em Minas

Capitã do Corpo de Bombeiros recebeu habilitação de piloto comercial. Karla Lessa, de 31 anos, é a única oficial aviadora. Ele está na corporação há 12 anos


postado em 17/07/2013 10:47

(foto: Divulgação)
(foto: Divulgação)

Uma capitã do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais acaba de conquistar a habilitação de piloto comercial. A oficial Karla Lessa, de 31 anos, é a única integrante do Batalhão de Operações Aéreas (BOA) e em breve, a única mulher na função de comandante dos dois helicópteros Arcanjo atualmente usados pela corporação.

A bordo de um helicóptero Schweizer, a capitão Karla Lessa realizou um voo de check, que a habilitou na função de Piloto Comercial de Helicóptero (PHC). O voo teve duração de uma hora e foi realizado no aeroporto Carlos Prates, região Noroeste de Belo Horizonte. A autorização permite que a oficial continue os treinamentos para comandar os helicópteros modelo Esquilo usados nas ocorrências atendidas pelo BOA. A conquista foi comemorada pelos companheiros de Esquadrilha com o tradicional banho frio.

Para conseguir o PCH, o aluno passa por um curso teórico onde são repassados conhecimentos exigidos pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) como Meteorologia, Navegação Aérea, Conhecimentos Técnicos de Helicóptero, Teoria de Voo e Regulamento de Tráfego Aéreo. A capitão Karla explica que é necessário ser aprovado em um curso específico para cada modelo de aeronave. Durante o check, o aluno é avaliado por um piloto credenciado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e precisa executar todas as manobras aprendidas como procedimentos de emergência, pousos e decolagens em situações variáveis e domínio da aeronave de forma geral.

Privilégio

Bombeiro há 12 anos, a capitão Karla começou a preparação para voar em 2009, quando foi selecionada em um concurso interno para realizar o Curso de Piloto Privado de Helicóptero e Comandante de Operações Aéreas – PPH/COA, no Batalhão de Radiopatrulhamento Aéreo da PMMG. “O curso contou com uma grade de matérias destinadas a capacitar os alunos a tripular, operar equipamentos especiais como gancho e guincho, triar e engajar as aeronaves em ocorrência através de coordenação ar e solo”, conta. Em 2010, ela conseguiu a habilitação de Piloto Privado de Helicóptero (PPH).

Desde 2011 , a oficial está lotada no Batalhão de Operações Aéreas onde assume a função de comandante de operações aéreas. Para assumir a função de comandante do helicóptero Arcanjo, a oficial que hoje acumula 120 horas de voo, terá que completar 500 horas, uma exigência do seguro da aeronave. Desafios que a capitão de voz suave e gestos tranquilos encara com muita naturalidade ao explicar porque escolheu estar nos ares para salvar vidas. “Minha escolha pela atividade aérea se deve pela possibilidade de desenvolvimento de outros tipos de percepções, pelo prazer de voar e pela possibilidade de estar mais próximo da atividade operacional. Com a evolução da carreira, o oficial tende a ser empregado mais na atividade administrativa", explica.

Quanto a ser a única mulher entre mais de 40 homens, a capitão afirma que isso não é problema e que não há diferenciação. “Somos uma equipe e todos, independentemente do sexo, estamos unidos na missão de salvar vidas”, afirma. Opinião reforçada pelo comandante do BOA, Tenente-coronel Maurício Ramos. “É uma satisfação poder ter a capitão no BOA. Isso é uma prova de que as mulheres estão realmente conquistando novos espaços. As mulheres são mais atentas aos detalhes e o chamado toque feminino tem a ver com essa característica. Não há função na qual a mulher não possa atuar, comandar uma aeronave, por exemplo, exige técnica e estudo e isso, independe do sexo. Quanto à necessidade de uso da força, se for preciso, todos ajudam, afinal, nosso trabalho é em equipe”, comenta.

Bombeiro militar por opção, a capitão Karla Lessa abandonou a carreira de futura engenheira química ao optar pelo Curso de Formação de Oficiais, opção que causou estranheza, mas que hoje é um orgulho para toda a família e para a própria oficial. “Me sinto privilegiada por ser bombeiro e pela população nos ver com tão bons olhos. É gratificante ver a admiração no olhar das pessoas, ser exaltada por um salvamento executado, servir de exemplo para várias crianças e mulheres. Isso não há dinheiro que pague. Há pouco tempo uma vítima de um grave acidente veio nos agradecer pelo que a gente fez por ela. Isso não tem em nenhuma profissão. A gratidão das pessoas para com o nosso serviço não tem preço”, conta.

Realização pessoal que impulsiona a oficial a alçar voos cada vez mais altos. “O que eu espero é continuar minha capacitação. Em muitos momentos somos a última resposta do Estado para salvar uma vida. Quero me tornar efetivamente uma comandante de aeronave e ajudar o Corpo de Bombeiros a realizar a atividade aérea no Estado. É o meu desejo”, finaliza.

(Com Agência Minas)


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