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Estado de Minas

Polícia Civil admite que policiais podem ter envolvimento com mortes de jornalistas no Vale do Aço

O chefe da Polícia Civil Cylton Brandão afirmou em coletiva que os suspeitos dos crimes foram identificados. Delegados da região foram substituídos


postado em 19/04/2013 17:04 / atualizado em 19/04/2013 17:20

Fotógrafo Walgney Carvalho (Esq.) foi assassinado no último domingo. Já o jornalista Rodrigo Neto (Dir.) foi morto em março na cidade de Ipatinga(foto: Reprodução Facebook)
Fotógrafo Walgney Carvalho (Esq.) foi assassinado no último domingo. Já o jornalista Rodrigo Neto (Dir.) foi morto em março na cidade de Ipatinga (foto: Reprodução Facebook)

Pela primeira vez desde que o fotógrafo Walgney Assis Carvalho, 43 anos, e o jornalista Rodrigo Neto, foram assassinados a Polícia Civil confirmou que policiais são suspeitos das mortes. Durante coletiva de imprensa em Ipatinga, na Região do Rio Doce, o chefe da Polícia Civil Cylton Brandão da Matta afirmou que os possíveis autores dos crimes já foram identificados e que as investigações já estão avançadas. Em contrapartida, dois delegados que atuavam na região foram substituídos.

As hipóteses sobre a participação de policiais civis e militares começaram a ser levantadas quando Rodrigo foi morto em 7 de março no Bairro Canaã. Dois homens passaram em uma moto e atiraram no repórter. Ele chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Municipal, mas não resistiu aos ferimentos. O jornalista denunciava uma série crimes cometidos por um esquadrão da morte que seria formado por policiais.

O delegado Cylton Brandão da Matta, chefe da Polícia Civil, afirmou durante coletiva que há suspeita de participação de policiais, civis e militares, nos crimes. Porém, não informou detalhes sobre as investigações. “Estamos trabalhando em parceria com a Polícia Militar e as apurações estão avançadas. Pode ser que termine em dias ou meses. Não podemos afirmar quando conseguiremos a solução”, disse.

Para tentar diminuir uma série de crimes que estão sem solução da Região do Rio Doce, o delegado confirmou mudanças de delegados. O antigo chefe do 12º Departamento de Polícia Civil, José Valter foi substituído pelo sub-corregedor, delegado Elder D'Ângelo. Quem também foi transferido foi o delegado regional Gilberto Simão de Melo pela delegada Irene Angélica Franco. “Os dois delegados que estão saindo deixam os cargos com mérito, mas a chegada dos novos chefes vai marcar uma nova fase da Polícia nesta região. A vinda do delegado-corregedor, mesmo que interinamente, dá a dimensão das mudanças que estamos fazendo e sinaliza claramente a nova fase que estamos iniciando”, disse o chefe da Polícia Civil.

Fotógrafo não se sentia ameaçado

No dia do assassinato do fotógrafo Walgney Carvalho, o deputado Durval Ângelo, presidente da Comissão de Direitos Humanos de Minas Gerais, que vem acompanhando as apurações sobre a morte do jornalista Rodrigo Neto, afirmou que a vítima vinha sendo ameaçado. Cylton Brandão diz que a Polícia Civil chegou a receber um comunicado sobre as ameaças, porém o fotógrafo foi ouvido e não confirmou os fatos. “ Carvalho foi ouvido, disse que não se sentia ameaçado e que não precisava de proteção. Isso está nos autos e assinado por ele”, comenta.

O fotógrafo freelancer do Jornal Vale do Aço foi assassinado no fim da noite do último domingo. Walgney Carvalho foi executado a tiros dentro de um pesque-pague que costumava frequentar em Coronel Fabriciano, na Região do Rio Doce. Um homem encapuzado chegou armado e atirou três vezes à queima-roupa contra a vítima. O suspeito fugiu em uma moto que o esperava na rua.

A polícia afirma que ainda não pode afirmar que os dois assassinatos têm ligação. “Não podemos descartar qualquer linha de investigação, mas em breve teremos em mãos elementos capazes de nos ajudar nas apurações. Toda a sociedade vai saber do que se trata nos próximos dias", afirmou o Chefe do Departamento de Investigações de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Wagner Pinto.

Grupo de extermínio

Amigos do jornalista afirmaram a reportagem do Estado de Minas, nessa quinta-feira, que Rodrigo Neto preparava uma série de matérias especiais sobre assassinatos não resolvidos nos quais um esquadrão da morte formado por policiais militares e civis da região figurava como principal suspeito. O material iria revelar mais vítimas de homicídios covardes, cometidos pelo grupo. A série contaria com fotografias de Walgney Assis.

O chefe da polícia civil aproveitou a entrevista para afirmar que não há um grupo de extermínio na região. Também garantiu que nos próximos dias haverá novidades sobre as investigações.


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