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Estado de Minas

Polícia recolhe granadas em plena Zona Sul de Belo Horizonte

Chamados por catador de latas, militares recolhem três artefatos explosivos em caçamba na Avenida Bandeirantes


postado em 11/02/2013 00:12 / atualizado em 11/02/2013 07:41

Mateus Parreiras e Thiago Lemos

Em um carnaval em que várias vias de Belo Horizonte são interditadas para a folia de blocos de rua, um bloqueio no fim da manhã desse domingo na Avenida dos Bandeirantes, no Mangabeiras, Centro-Sul de BH, pouco chamou a atenção de quem passava. Foliões de ressaca, ainda com as latinhas em punho, caminhantes e corredores ultrapassaram os obstáculos acreditando tratar-se de mais um desvio, mas se surpreenderam ao verem policiais fortemente com as fardas pretas do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar, mantendo curiosos afastados de uma caçamba. Duas granadas de mão e uma de bocal, explosivos bélicos de uso exclusivo das Forças Armadas, foram encontradas dentro do recipiente de entulho e foi preciso chamar o Exército para avaliar se havia risco de detonação. Um policial protegido por roupa contra explosões removeu os artefatos e os levou para a sede do grupo para desmontá-los e tentar rastrear sua origem.

Foi por volta das 11h que um morador de rua da região passava recolhendo latinhas de alumínio deixadas por foliões para vendê-las. Ao vasculhar a caçamba próximo à esquina com a Rua Samuel Pereira, o homem viu os explosivos e imediatamente procurou um telefone público e ligou para o número de emergência 190. “O catador disse que viu aquilo tudo (o armamento) e achou perigoso. Foi até responsável, ao não mexer no material e chamar a polícia”, disse o administrador de empresas Luis Lemos, de 43 anos, que corria na pista da avenida.

O isolamento feito pela polícia e pela BHTrans impediu apenas o trânsito de automóveis, deixando os espaços de pedestres livres, embora os especialistas do Gate tenham avaliado que os artefatos têm poder de destruição de 50 metros de raio. As duas granadas de mão só explodiriam se o grampo de travamento fosse removido. A granada de bocal precisa ser carregada num rifle e pode ser acionada por impacto. Muita gente que caminhava por lá acabou invadindo o perímetro delimitado pelas faixas zebradas, por julgar se tratar apenas de área de segurança para permitir a passagem de blocos de carnaval. “Achar instrumentos de guerra como esses bem ao lado de casa é algo que a gente não espera. É uma prova de que a violência está mais perto do que parece”, disse o administrador de empresas.

Outro que se surpreendeu foi o engenheiro Humberto Guimarães, de 61 anos, que sai do Bairro São Pedro para caminhar na avenida. “A gente não sabe o que pode ter acontecido, mas preocupa muito saber que um material com grande poder destrutivo está tão próximo de uma área movimentada e tranquila como a desta vizinhança”, ponderou.

Por volta das 15h30 chegou a equipe de fiscalização de produtos controlados do Exército, que atestou não serem os artefatos produtos de desvios do arsenal nacional. A polícia levantou algumas hipóteses para a localização dos explosivos, como descarte precipitado de criminosos, por terem avistado ou tomado conhecimento de alguma blitz policial, já que bloqueios são comuns durante o carnaval. Por serem equipamentos novos, as autoridades não acreditam que os armamentos sejam parte do material de algum colecionador. “Não foi nenhuma tentativa de ataque ou atentado. Tudo leva a crer que se trata de um descarte irresponsável desse material. Vamos desmontar os explosivos, desativá-los e investigar sua origem”, disse o tenente Breno Sales, do Gate.


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