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Estado de Minas PROBLEMAS ENTRAM EM CAMPO

Moradores da Pampulha ainda esperam por obras para reduzir impacto dos jogos da Copa

Enquanto o Mineirão desponta revigorado, seu vizinho Mineirinho padece do abandono. Nas ruas próximas, buracos e sujeira


postado em 07/01/2013 00:12 / atualizado em 07/01/2013 06:56

Mateus Parreiras

Cálculos da Secopa são de 540 mil turistas em Belo Horizonte durante o mês da competição de 2014. Mineirinho teve obras suspensas pelo TCE(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Cálculos da Secopa são de 540 mil turistas em Belo Horizonte durante o mês da competição de 2014. Mineirinho teve obras suspensas pelo TCE (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Lado a lado na Pampulha, compondo uma das paisagens símbolo de Belo Horizonte, o estádio do Mineirão e o ginásio do Mineirinho simbolizam mais do que a inserção da capital nos grandes eventos esportivos. Como estão hoje, um deles pronto e o outro com as obras de reforma suspensas, resumem as dúvidas que pairam sobre quem mora e quem pretende frequentar a região, que será o epicentro das copas das Confederações e do Mundo em Minas Gerais. Enquanto o Estádio Magalhães Pinto, sede dos jogos de futebol, exibe a fachada revigorada, o vizinho ginásio Jornalista Felipe Drummond desponta em concreto manchado entre andaimes empilhados, terra revolvida e maquinário parado, como se tivesse sido abandonado. Na mesma situação, ao largo das grandes obras viárias do trânsito rápido por ônibus (BRT, na sigla em inglês), também se encontram ruas dos bairros próximos, com passeios esburacados e asfalto deteriorado. A situação é caótica na orla da lagoa, tomada pelo lixo e pelos vendedores ambulantes, sem espaço para lazer e para os veículos que circulam por lá.

Faltando apenas 158 dias para a Copa das Confederações e 524 para a Copa do Mundo, a reportagem do Estado de Minas conversou com especialistas, associações de moradores, organizações não governamentais e moradores para saber se eles acreditam que os problemas serão resolvidos a tempo para as competições. Também são fontes de preocupação a dificuldade de acesso a cidades da Grande BH próximas da Pampulha e os atos de vandalismo e crimes nos dias de jogos.

Os cálculos da Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) são de 540 mil turistas em Belo Horizonte durante o mês da competição de 2014 – o equivalente a 22,5% da população da capital. Não há estimativas de público para a Copa das Confederações, mas a Secopa afirma que “são esperados milhares de turistas para a Região da Pampulha/Mineirão, considerados entre os principais cartões-postais e pontos turísticos da capital mineira”. Na Copa das Confederações, por exemplo, esses turistas verão um Mineirinho inacabado, já que a obra de restauro foi embargada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e a intervenção de adequação da área externa só começa no segundo semestre. Por conta disso, o ginásio deixa de ser o Centro de Mídia para se tornar Centro de Apoio Geral.

Longe dos corredores para BRT no Centro e nas avenidas Cristiano Machado, Presidente Antônio Carlos e Dom Pedro I, com previsão de conclusão das obras até outubro, outras vias que levam à Pampulha não receberão nenhum tipo de intervenção ou melhoria. É o caso das avenidas Clóvis Salgado e Fleming e da Rua Sicília, rotas muito usadas naa ligação com a Região Metropolitana de BH, especialmente as cidades de Contagem e Ribeirão das Neves. Vias que já concentram congestionamentos em horários de pico e históricos de jogos no Mineirão, mas que não terão transporte de massa específico. “Os engarrafamentos na Clóvis Salgado, por exemplo, se propagam pelas ruas do bairro e vão travando toda a região. Isso, num horário de pico comum. Imagine quando uma seleção for jogar no Mineirão”, teme o presidente da Associação Comunitária do Bairro Bandeirantes (ACBT), Afrânio Alves de Andrade.

No entorno do Mineirão há outro tipo de problema. De acordo com avaliação do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), que acompanha a evolução das obras da Copa do Mundo, “a movimentação dos turistas para o estádio deverá ser feita, predominantemente, por vans”. Um dos motivos para isso é que o BRT deverá operar em capacidade máxima. “Já estou prevendo contratar mais motoristas e comprar mais vans para as copas. Mas falta estrutura de desembarque. A gente tem de usar ponto de ônibus, de carga e descarga, porta de escola. Isso não é bom para nossos clientes e dá multa”, diz a empresária do ramo de transportes Marilete Aparecida da Silva, de 37 anos.

GESTÃO DE ESPAÇO
A maior dificuldade é o espaço para esses veículos de passageiros nas avenidas que levam às atrações da Pampulha, bem como áreas de estacionamento, embarque e desembarque. “É uma questão de gestão de espaços. O uso de vans vai criar um tumulto, que na Pampulha tem caráter mais perene, porque não se vai lá só para assistir a um jogo. Há a questão do turismo que concentra gente por lá”, avalia o especialista em transporte e trânsito e professor da PUC/MG Paulo Rogério da Silva Monteiro. De acordo com Monteiro, as vans e ônibus fretados são complementos necessários. “Esses veículos ligam de ponto a ponto. Por isso deve-se criar locais de embarque e desembarque.  Quando for a hora de ir embora, o guia faz contato por rádio e os veículos voltam para buscar cada grupo de turistas.”

De acordo com a Secopa, as modificações de trânsito da Pampulha para a Copa das Confederações deverão ser finalizadas neste mês. Boa parte do planejamento de transportes esbarra na falta de tempo e não ficará pronta para essa primeira competição, que começa em junho. A Secopa informou ainda que somente após a entrada em operação dos BRTs (outubro) serão definidos locais específicos de embarque e desembarque das linhas para o estádio, plano de comunicação sobre alterações de trânsito e transporte público e treinamento para as equipes de trânsito.


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