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Estado de Minas

Aglomerado da Serra vai ganhar Área Integrada de Segurança Pública em 2014

Quinze dias após morte que provocou protestos, secretaria anuncia que comunidade será a 1ª de BH a ter estrutura que une polícias Militar e Civil. Mas espera será superior a um ano


postado em 12/12/2012 06:00 / atualizado em 12/12/2012 07:22

Mobilização na Serra depois de manifestações: meta é aproximar moradores e policiais(foto: Jackson Romanelli/EM/D.A.Press)
Mobilização na Serra depois de manifestações: meta é aproximar moradores e policiais (foto: Jackson Romanelli/EM/D.A.Press)

O Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, vai ganhar uma Área Integrada de Segurança Pública (Aisp), a primeira em aglomerados da capital. Mas terá que esperar mais de um ano por isso. Até 2014, a meta é que as polícias Civil e Militar trabalhem juntas na unidade, na prevenção e combate a crimes violentos. A comunidade também passará a ser monitorada por meio de câmeras do sistema Olho Vivo. O pacote de segurança foi anunciado pelo secretário de Defesa Social (Seds), Rômulo Ferraz, 15 dias depois que um morador da comunidade foi morto a tiro em abordagem policial, o que gerou uma série de protestos. Durante as manifestações, três ônibus foram queimados e outros dois veículos, danificados. Em fevereiro do ano passado dois moradores já haviam sido mortos por PMs, desencadeando vários conflitos na região. O secretário admitiu que esses episódios, assim como a importância da comunidade, que tem hoje mais de 60 mil habitantes, levaram à decisão de implantação da Aisp.

Rômulo Ferraz diz que a unidade não seguirá os moldes das unidades de polícia pacificadora (UPPs), que no Rio de Janeiro garante a presença ostensiva da PM em favelas, com a instalação de batalhões. “O modelo de Aisp já existe em Belo Horizonte e outras cidades. A diferença é que a primeira dentro de um aglomerado. É uma comunidade muito grande e vamos procurar um local estratégico para construção da unidade. Não é a ocupação nos moldes de uma UPP, que demanda a criação de um batalhão”, argumenta o secretário, ressaltando que o aglomerado foi escolhido pela sua dimensão geográfica e para que a comunidade tenha uma referência das polícias Militar e Civil. O investimento será de R$ 4 milhões, via financiamentos externos. A licitação será feita em meados do ano que vem.

Para o coordenador do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Robson Sávio, a criação da Aisp na Serra é uma tentativa de aproximação da polícia com a comunidade. “Temos tido muitos exemplos de violência policial no aglomerado e a população aos poucos vai vendo que tem direito de reclamar por uma polícia de melhor qualidade”, disse o especialista. Por outro lado, segundo ele, a polícia mais forte pode ter os cidadãos como parceiros em uma série de ações de prevenção à criminalidade. “Cria-se também condição não somente de investigação policial, mas também por meio de uma delegacia, um canal para a população reclamar e notificar crimes.”

Além de ser o primeiro aglomerado a contar com a unidade policial integrada, a Serra vai se tornar o segundo monitorado pelo programa Olho Vivo. Atualmente, a única comunidade da capital com câmeras é a Pedreira Prado Lopes. Em toda BH, são 160 câmeras, sobretudo no Centro. “A prefeitura adquiriu por conta própria outras 160 câmeras, para as regiões de Venda Nova, Barreiro, Região Hospitalar, Cidade Nova e Savassi. As da Serra serão adquiridas pelo estado. Faremos uma grande licitação no início do ano para atender vários municípios, sendo 160 unidades somente para a capital”, disse Ferraz.

O secretário anunciou também a ampliação do Programa Fica Vivo para redução de homicídios na Serra, assim como o trabalho do núcleo de mediação de conflitos desenvolvido pela Universidade Federal de Minas Gerais. O investimento será de R$ 500 mil a R$ 800 mil. Ferraz informou que a Seds coordenará os trabalhos de uma comissão criada no aglomerado depois do último episódio que resultou na morte de um morador, com participação de representantes da comunidade, das polícias e do município. “Vamos identificar as demandas e implementá-las dentro de um conograma”, promete o secretário, lembrando que no início do ano a prefeitura vai implantar mais um Centro de Referência de Assistência Social na região.

Sargento liberado

O sargento da Polícia Militar Dalson Ferreira Victor, preso em flagrante pela morte do servente de pedreiro Helenilson Eustáquio da Silva Souza, de 24 anos, no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul da capital, conseguiu ontem liberdade provisória. A decisão foi do juiz sumariante do 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, que considerou o fato de o militar não ter antecedentes criminais e a possibilidade de ele ter agido em legítima defesa. O rapaz foi baleado em 26 de novembro, em abordagem de militares do Grupo Especializado em Patrulhamento de Áreas de Risco (Gepar). Detido no 22º Batalhão no dia da ocorrência, o PM vai, a partir de agora, aguardar em liberdade a  conclusão do inquérito por homicídio doloso, ou seja,
quando há intenção de matar.


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