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Estado de Minas

Estudante propõe novo visual para ônibus de BH


postado em 01/12/2012 00:12 / atualizado em 01/12/2012 08:15

Em trabalho de conclusão de curso de design, André Orandi propõe nova identidade para os ônibus e os abrigos de BHBus(foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Em trabalho de conclusão de curso de design, André Orandi propõe nova identidade para os ônibus e os abrigos de BHBus (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)

Ao se mudar do histórico Serro (município de cerca de 22 mil habitantes na Região Central de Minas Gerais) para Belo Horizonte, André Orandi, de 25 anos, logo estranhou o significado das diferentes cores dos ônibus da capital. Com o passar do tempo, veio o entendimento: cada tom fazia referência a um determinado tipo de serviço. O gosto pelo design da informação – uma das disciplinas do curso de design gráfico – e o uso diário do transporte coletivo de casa para a faculdade levaram o estudante a repensar um detalhe que passa despercebido, mas que pode ajudar a maioria das pessoas na desgastante rotina de espera e embarque. O trabalho de conclusão de curso desenvolvido por ele propõe nova identidade para os coletivos e abrigos do BHBus, sistema prestes a ser reformulado com a implantação do BRT (sigla em inglês para transporte rápido por ônibus) em 2013.

Batizada de “A Legibilidade na cidade: o redesign do BHBus”, a proposta foi moldada utilizando programas de computador específicos e horas de dedicação no último semestre de faculdade para trazer à tona uma aparência mais clara ao transporte, com o objetivo de facilitar a visão do usuário, principalmente a distância. A inspiração veio da nova pintura dos ônibus do Rio de Janeiro. “A impressão que tenho é de que as pessoas não entendem o significado das cores. Na última mudança de pintura, em 2008, o tamanho do número das linhas foi diminuído e adotados itinerários digitais no lugar. Embora sejam práticos, os letreiros eletrônicos não são visíveis de longe e, para muita gente, fica difícil enxergar”, argumenta.

Para resolver a questão, Orandi afirma ter integrado os itinerários eletrônicos na cor âmbar ou alaranjada, padrão nas linhas da BHTrans, com o retorno do uso do número das linhas estampado na lataria da frota. A solução é antiga em BH: começou a ser adotada com a implantação do sistema Próbus, em 1982, ainda pela extinta empresa de trânsito da capital, a Metrobel. Mas segundo Orandi, se perdeu ao longo do tempo, com outros elementos. É o caso dos paralelogramos, que indicavam ao usuário as principais vias por onde o ônibus trafegava, por meio de cores específicas, como marron e cinza. “Com o novo projeto resolvemos isso, aplicando pequenas figuras geométricas – retângulos, círculos e triângulos – no teto e na lateral dos ônibus, além dos próprios abrigos nos pontos”, explica.

Um dia na garagem

A experiência e o estudo não foram os únicos critérios levados em consideração pelo estudante na criação do projeto. Durante um dia, Orandi acompanhou a rotina de um lanterneiro numa garagem de empresa de transportes, para saber o que poderia ser aperfeiçoado na pintura dos ônibus. Além da incômoda presença de pontos turísticos desenhados na laterais, o que dificultaria o reparo em pequenas batidas, o estudante soube que a diversidade de cores dificulta o remanejamento dos veículos. “Deslocar coletivos de uma linha para outra de forma definitiva é um problema, já que o Detran exige alteração no registro do documento para aplicação de outra cor na carroceria”, conta. A solução, como aponta Orandi, seria aplicar uma única cor de fundo, um bege claro, em toda a frota.

Outras duas propostas interessantes são a aplicação de vidro traseiro como forma de aumentar a sensação de segurança a bordo e o identificador de percurso – uma linha horizontal nos ônibus e abrigos – que reúne em pequenos círculos as principais vias do itinerário.

O BRT também foi alvo de atenção. Enquanto a BHTrans não define como será feita a informação integrada do nova sistema, o estudante adiantou uma opção de leiaute na cor vinho e um nome específico para a nova aposta de mobilidade: Corredor Expresso. Ideias simples, que podem fazer diferença.

O que o trabalho propõe

1. Nos ônibus
– Pintura remodelada: cores vibrantes, número da linha maior e aplicado de volta à lataria, além de um identificador de percurso em novo desenho, com visual mais claro e objetivo.
– Cor de fundo predominante: o tom de bege claro em sobreposição às demais cores facilitaria a transferência dos coletivos entre linhas diferentes, uma vez que dispensa a necessidade de alteração do certificado de registro e licenciamento de veículo (CRLV).
– Duas novas cores: verde para os micro-ônibus de vilas e favelas, em vez do amarelo já adotado nas linhas alimentadoras e circulares da Região Central; vinho para os articulados do BRT.
– Formas para identificação de corredores: os tradicionais paralelogramos aplicados na pintura dos ônibus nas décadas de 1980 e 1990 retornariam em forma de figuras geométricas, indicando as principais vias do itinerário de cada linha.
– Linguagem coloquial na denominação dos serviços: um ônibus circular ou alimentador passaria a se chamar Bairro/Estação, e o BRT, Corredor Expresso, por exemplo.

2. Nos abrigos
– Quadro de linhas integrado com um mapa com os principais corredores da cidade.
– Identificador de percurso por linha
– Explicação das cores aplicadas em cada tipo de serviço de ônibus.
– Relação de números dos endereços do quarteirão.
– Mapa com principais pontos de ônibus da região.


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