Mesmo antes das tempestades previstas para dezembro deste ano e janeiro de 2013, Minas Gerais já registra nove mortes provocadas pela temporada de chuvas. No último trimestre do ano passado, o número de vítimas não passou de três (uma em cada mês), todas no interior. Em dezembro do ano passado, por exemplo, choveu 720mm, considerado o maior índice pluviométrico em um mês na história de Belo Horizonte desde quando começaram as medições do 5º Distrito de Meteorologia, em 1910. O número de mortes nas temporada 2011/2012 chegou a 20, incluindo 16 em janeiro deste ano. E a previsão para esta temporada é assustadora. Segundo os meteorologistas, os temporais de dezembro e janeiro podem chegar a 50% do previsto para todo o ano de 2013 em algumas regiões do estado.
De acordo com a Defesa Civil estadual, até agora, três municípios já decretaram situação de emergência. Depois de Senador Firmino e Itanhomim, Bambuí, no Centro-Oeste, entrou para a lista por causa de um vendaval em 31 de outubro.
Das 20 mortes registradas no ano passado, 16 ocorreram em enxurradas, deslizamentos e inundações, o que representa 80%. Segundo o coordenador de Defesa Civil, coronel Luís Carlos Martins, essas mortes poderiam ter sido evitadas. Ele diz que o trabalho de prevenção começa com a orientação às pessoas, que devem ter cuidado com o período chuvoso.
Prevenção
O oficial destaca que o período chuvoso, sobretudo em janeiro e fevereiro, será marcado por pancadas com volume muito alto, em curto espaço de tempo. E dá algumas dicas de como se proteger. “Temos de evitar transitar por áreas alagadas. Também não se deve parar debaixo de árvores nem jogar bola em descampados por causa do risco da queda de raios. Não dá para enfrentar inundações e atravessar rios ou córregos, porque há risco de ser levado pela água da enxurrada”. Segundo o meteorologista Ruibran dos Reis, pesquisador da PUC Minas, podem ocorrer temporais de fim de tarde nesta semana. “As temperaturas ficam 2, 3 graus acima da média, o que provoca essa chuva mais forte.
Mais de 400 municípios correm risco com as chuvas, de acordo com levantamento divulgado no fim de outubro pela Defesa Civil. O mapeamento foi feito com base em cruzamento de dados que verificou a reincidência de chuvas e transtornos nos últimos três anos e aponta que Sul de Minas, Zona da Mata, Região Central e Leste estão mais propensas a desastres.