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Estado de Minas

Criminosos que mataram atriz durante assalto a casa no Santa Lúcia seguem desaparecidos

Polícia ainda não tem pistas que possam ajudar na localização dos suspeitos. Atriz foi agredida com uma coronhada e morta com um tiro enquanto tentava, pelo telefone, pedir socorro à Polícia Militar


postado em 07/10/2012 17:28 / atualizado em 28/03/2013 13:37

A polícia ainda não tem pistas dos assaltantes que invadiram uma casa, no começo da madrugada deste domingo, no Bairro Santa Lúcia, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, e mataram a tiro a atriz mineira Cecília Bizzotto Pinto, de 32 anos. De acordo com a Polícia Militar, as vítimas relataram que três homens participaram do assalto, mas há suspeita de que haveria mais criminosos envolvidos no assalto.

Por volta de 0h45 três homens invadiram a casa, localizada na Rua Saturno. As vítimas contaram que um deles é negro, magro e trajava calça jeans e blusa branca. O outro também é negro, gordo e aparenta ter 18 anos. Já o terceiro envolvido foi descrito apenas como sendo moreno e que usava boné.

Os três estavam armados e exigiram das vítimas que mostrassem onde fica o cofre da residência. Eles declararam estar em busca de joias e dinheiro. Além de Cecília, estavam na casa o irmão dela, o psicanalista Marcelo Bizzoto Pinto, e a namorada dele, a professora de francês Alexandra Montes. Segundo a polícia, o casal contou que enquanto eram ameaçados por um dos criminosos os outros recolhiam objetos e colocavam em um dos carros da família.

Enquanto escolhiam o que roubar, um dos criminosos percebeu que havia um cômodo externo à casa e quis ir até lá em busca de mais objetos a roubar. Segundo a polícia, apenas um dos criminosos foi até este cômodo, onde estava Cecília, e surpreendeu a atriz quando ela falava ao telefone com a polícia.

O barulho de um único tiro foi ouvido pelo casal que era mantido refém no interior da casa. Momentos depois o criminoso retornou ao imóvel convocando os comparsas a fugir, dizendo que a polícia estava chegando. O trio fugiu levando apenas três aparelhos celulares e a chave do carro que pretendiam roubar da família.

Quando os policiais militares chegaram no local, viram pela janela o corpo de Cecília sobre um sofá. Ao tocá-la, os policiais perceberam que ela não apresentava mais sinais vitais. Ainda assim o Samu foi acionado e a equipe constatou que a atriz já estava morta. De acordo com a Polícia Civil, ela foi ferida na cabeça com uma coronhada e foi baleada no peito.

Arte e militância


A morte de Cecília Bizzotto, a Ciça, como era chamada pelos amigos, rapidamente repercutiu nas redes sociais. No Facebook, amigos próximos relataram o espanto, a dor e a revolta pela perda fruto da violência urbana e da onda de assaltos a residências que tem aterrorizado a Zona Sul da capital mineira. “Estou confuso... atordoado, completamente perdido. Os crimes violentos parecem que não nos atingem até acontecer com um amigo. "Assassinato" (estou muito incomodado de escrever essa palavra, principalmente porque sua origem não foi de um romance, um filme, ou mesmo uma ficção... foi em uma situação real)”, escreveu o amigo Yuri Simon.

Primogênita de três filhos, mãe de um garoto de apenas 12 anos, atriz dedicada ao teatro e ativista política que nos últimos meses se dedicou arduamente na campanha do candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, Patrus Ananias (PT), Cecília morreu no dia que mais aguardava nos últimos tempos. “Ela estava atuando de forma muito ativa e se mostrava extremamente ansiosa com esta eleição. Foi um choque muito grande ela morrer exatamente no dia em que ela depositava tanta expectativa”, relata a amiga, também atriz, Júlia Branco, 26.

Por meio de nota, Patrus Ananias e sua equipe de campanha se manifestaram sobre a “trágica circunstância” em que Ciça foi morta. “É profunda a tristeza que sentimos ao saber que Ciça tornou-se vítima da violência, depois de trabalhar conosco nos últimos meses, defendendo a vida, em plenitude, para todos. Por onde passou, Ciça deixou a marca da alegria, da generosidade, do entusiasmo com que se dedicava ao teatro e às artes, e a afeição que devotava aos muitos amigos e amigas. Neste momento, estamos solidários na dor com sua família e os incontáveis amigos que ela deixa. Vamos nos lembrar da Ciça, para sempre, pela alegria de viver e pela maneira como ela compartilhava este sentimento entre nós. A semente que ela ajudou a plantar, de paz, amor e fraternidade, vai crescer e frutificar”.

Funeral

Até o fim da tarde deste domingo o corpo de Cecília estava no Instituto Médico-Legal (IML) aguardando ser retirado pela família. Ele foi liberado no começo da tarde, após realização da necropsia. A informação era de que a família aguardava a confirmação sobre a chegada dos pais de Ciça, do filho Arthur e da irmã Patrícia, que estão em viagem pela França.
Segundo uma fonte ligada à família de Ciça, a expectativa é que o velório tenha início ainda na manhã de segunda-feira. O local ainda não foi definido.


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